Silvia
Kuntz
23 anos, jornalista esportiva
São Paulo - capital
Esta
ilustração faz parte do acervo da família
Ladeira e foi desenhada por
Lucy de Cerqueira
Leite Ladeira na década de 70.
E,
finalmente, depois de quatro longos anos, chegou mais uma
Copa do Mundo: o campeonato que tem a magia de unir corações
de todo o planeta numa só emoção e
atrair os olhares para um único alvo.
Não tem como negar que o futebol é arte, por
mais clichê que soe. As jogadas encantam, as defesas
aliviam a tensão, os apitos injustos provocam indignação
e os gols são capazes de levantar arquibancadas inteiras
e calar outras.
Se um estádio de futebol, aqui no Brasil, pode acolher
em torno de 80 mil pessoas, imagine um país todo
que abriga uma copa mundial! Quem pode, assiste ao espetáculo
ao vivo...
Este ano, a pátria anfitriã, famosa pelos
chopes gelados e chucrutes, está aguardando 10 milhões
de turistas durante o tão esperado campeonato. É
tanta gente que a Alemanha pediu ajuda e alguns países
europeus já enviaram oficiais da polícia para
trabalhar ao lado dos alemães.
Mas, se o problema fosse apenas a quantidade de gente, estava
bom demais. Ninguém tem como prever as reações
e comportamentos dos fanáticos pelo futebol e é
isso o que preocupa.
Os germânicos, pelo menos, começaram bem, não
só pelo primeiro passo rumo ao tetra campeonato,
com a vitória de 4 a 2 sobre o selecionado costarriquenho,
mas pelo ato, no mínimo, louvável de convidar
Daniel Nível para assistir ao jogo Alemanha x Polônia,
com toda sua família. Agredido por hooligans
alemães, o policial francês quase perdeu a
vida, na Copa de 1998. É esse tipo de coisa que todos
gostaríamos de evitar.
A Inglaterra, por exemplo, famosa não só por
inventar o futebol, mas também por dar início
ao hooliganismo, confiscou milhares de passaportes.
Se havia algum inglês suspeito, ficou em casa para
assistir à Copa pela televisão!
Nos campeonatos ingleses, talvez pela quantidade de câmeras
instaladas ao redor dos estádios, o fenômeno
da violência entre as torcidas já está
controlado, mas a grande questão é o comportamento
dessas pessoas fora do país. Eles já deram
alguma “dor de cabeça” na Alemanha, mas
nada que fugisse do domínio da polícia.
Na Suécia, também foram identificadas centenas
de torcedores violentos, mas que não foram impedidos
de fazer as malas, comprar ingressos e aplaudir ao vivo
os espetáculos acompanhados. Esperemos que esse seja
realmente o objetivo deles.
E claro que não são apenas ingleses e suecos
que preocupam... Geralmente, quando as pessoas estão
em grupos são capazes de praticar atos que jamais
teriam coragem de fazer sozinhas. Essa é uma característica
do ser humano, portanto não se instala em apenas
algumas etnias ou países, mas onde houver gente!
Ou melhor, um aglomerado de gente.
Vamos torcer pelo Brasil! Por todos os brasileiros. Não
só os que compõem o elenco da Seleção
(para esses, vamos cruzar os dedos e pedir o hexa!), mas
pela nossa torcida. Que os atos de violência presentes
nos estádios brasileiros tenham passaportes confiscados
e não viajem com os torcedores até o Velho
Continente!
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