Agosto de 2006- Nº 03    ISSN 1982-7733
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Roda Jovem: Estudantes prestigiam debate promovido pelo Jornal Jovem


Thiago Sogayar Bechara
19 anos, 2° Cinema-Faap e 3° Jornalismo-Mackenzie

São Paulo - capital


Foto: Dpto Audio-visual Colégio São Luís

Idealizado e dirigido pela psicanalista Sonia M. Makaron, o site Jornal Jovem promoveu dia 29/05/06 no Colégio São Luís em São Paulo, o debate político voltado especificamente para a mocidade: Como você se encaixa na política atual? O objetivo do evento bem como o de Sonia, ao criar o jornal na internet, é, sobretudo, o da inclusão do jovem num cenário não apenas político, mas de atuação social, de uma maneira mais abrangente.

Mais de 200 jovens sentados numa arquibancada do Salão São Luís; vieram de diferentes escolas e universidades, entre elas, Colégio São Luís, Programa Menor Aprendiz do Senac, Colégio Unisa, Colégio Bandeirantes, Faculdade de Comunicação e Artes do Mackenzie, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas USP, Letras Mackenzie, Faculdade do Largo de São Francisco, Colégio Montessori Santa Terezinha, Faculdade de Educação USP, Jornalismo Mackenzie, Colégio São Francisco Xavier, Curso Técnico de Informática do Senac, Instituto de Ensino Barão de Mauá - São Bernardo do Campo, Cinema da FAAP, Faculdade São Luís.

Os convidados do Jornal Jovem para o debate ficaram no centro do Roda Jovem: Professor Dr. Bruno Konder Comparato, Deputado Federal Ricardo Izar; e mais quatro jovens: Rodrigo de Araújo Pereira, aluno do Programa Menor Aprendiz do SENAC, Rafaela Carolina Arantes, aluna do 2° ano do E.M. do Colégio Unisa, Martin Moreau Maita e Catarina Menezes, alunos do 3°ano do E.M. do Colégio São Luís, que integraram a mesa. O Jornal Jovem fez questão de evidenciar a importância da representação dos jovens que escreveram artigos sobre o tema na edição online do site, uma vez que personificam o potencial de mudança de sua geração, muitas vezes esquecido até por eles mesmos.


Bruno Konder Comparato, Ricardo Izar e Rafaela Arantes

Ricardo Izar é Bacharel em Ciências Jurídicas pela Faculdade Paulista de Direito, Pós-Graduado em Direito Penal pela PUC-SP e é o atual presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados. Em sua apresentação, contou que começou a fazer política desde cedo, quando, na faculdade, foi Presidente do Centro Acadêmico 22 de Agosto.

Bruno Konder Comparato, por sua vez, é engenheiro naval, cientista político, escritor, professor de política na USP e coordenador da Revista Discutindo Política. Disse que política não é só o que se vê na TV sobre partidos e eleições, mas que o homem é, por excelência, um ser político, uma vez que a origem grega da palavra já contêm em si o conceito de polis (cidade). Isso obriga as pessoas a ampliar sua visão sobre o tema, passando a compreender o termo como designativo de uma atuação social mais ampla e ativa. Desse modo, todos fazem política, em várias e, muitas vezes, nem percebidas situações da vida cotidiana.

O evento, que teve início às 19h30, contou com a presença do mediador Laez Fonseca, Professor de Ética e assessor técnico-pedagógico do Colégio São Luís.

O debate foi dividido em três blocos temáticos que abordavam respectivamente:
- O Primeiro Voto
- Encantos e Desencantos do Jovem na Política Atual
- Formas de Participação do Jovem Cidadão

Uma indagação foi posta no ar pelo mediador para começar o debate: “As pessoas que votarão pela primeira vez têm consciência do significado e da importância do voto?”. A partir daí, inúmeras respostas vieram à tona, dentre as quais a discussão do voto nulo, que instigou muita gente.

Questionou-se o fato de a democracia dar o direito a escolha do seu governante, uma vez que votamos em quem os partidos disponibilizam para esse cargo e não em quem queremos realmente, o que indica mais uma vez a manipulação exercida sobre a sociedade com o apoio da mídia.

Para o Deputado Ricardo Izar, o “voto nulo é um desastre para o país pois é anti-democrático”. Ele exemplifica sugerindo uma outra situação em que se vota por deboche, o que, em sua opinião, é ainda pior. Nesse caso, ou damos nosso voto ao candidato que os outros escolheram, ou àquele que nem bem sabemos se tem condições de representar os interesses da população. Por isso sua sugestão é a de que acompanhemos os trabalhos e a vida de cada político e, principalmente, dos candidatos para podermos escolher aquele que melhor nos represente.

Com isso, Martin Moreau Maita, participante da mesa de convidados, disse que “devemos lutar por uma democracia menos frágil”.

Já Catarina Menezes, também da mesa, julga que o voto nulo “só é válido como símbolo de protesto, mas que, no entanto, impede que as pessoas possam reclamar depois”, ao contrário do que pensa Bruno Konder: “O voto nulo é o contrário do protesto, pois consente que outras pessoas definam as soluções para o país”.

Uma pausa no tema para que o senhor José Maria Duprá, de 82 anos na platéia se colocasse: “A mocidade, em termos gerais, está alheia à política e por isso considero de extrema importância, debates como esse que reúnem as pessoas que se excluem do senso comum na busca de uma mudança para o país”, congratula o ex-aluno do São Luís, seguido dos aplausos calorosos de todos os presentes.

Adentrando o segundo bloco, a platéia ainda ávida das polêmicas do primeiro, rebate ao tema proposto: Encantos e desencantos do jovem na política atual.
Um aluno começa citando o desinteresse de sua própria sala quando o assunto proposto em aula é política. Acha que os seguidos episódios negativos que vêm sendo veiculados pela mídia contribuem para o desestímulo, tanto de jovens quanto de adultos, em ingressarem e se aprofundarem no tema, o que, por sua vez, piora ainda mais a situação, pois nos torna omissos.

“Corrupção sempre existiu, mas estava por debaixo do pano”, complementa Catarina. “Os jovens estão alienados e, no entanto, ficam reclamando sem ter fundamento, muitas vezes”. A estudante, que se indigna com o mau uso dos meios de comunicação atuais, conclui que é mesmo mais cômodo estar em frente ao computador usando orkut e messenger, do que lutando pela mudança social.

Ao fim do bloco, a platéia relativiza o papel da imprensa e reclama que o jovem sabe que tem de mudar e que tem potencial para isso. O que não sabe, muitas vezes, é qual caminhos seguir.

O gancho é dado para a introdução do terceiro bloco em que justamente a “participação do jovem na política” é o tema principal.

A platéia foi taxativa desde o início: “O jovem não é incapaz. Sempre que quer algo dos pais, consegue, e tem seus meios para isso. Basta querer”. Uma estudante exaltada disse: “O que temos de fazer é deixar de ser hipócritas e começar a agir. O único direito que nós usamos é o de permanecer calados e isso vale para mim também”.

Outros jovens rebateram o tema. Dentre eles, uma estudante avaliou que encontrar o que desencanta dentro do cenário político atual, é fácil. Que o que se deve buscar é aquilo que tenha potencial de encantar, na busca de motivação para acompanharmos mais o contexto em que o país se encontra, afinal “não pode ser que só haja corrupção dentro desse mundo. Tem de haver algo positivo que nos motive a caminhar para frente”.

Minutos antes de o tempo do debate se esgotar, o representante do movimento “Reforma Brasil” divulgou o trabalho que vem desenvolvendo na busca de uma mudança no sistema político-eleitoral do país. “O movimento é apartidário”, frisa. “O que desejamos é essa transformação estrutural para que meus filhos, por exemplo, possam voltar a morar comigo, uma vez que estão os dois no exterior”, revela.

Tempo encerrado, Sonia Makaron fez um balanço do evento que segundo ela, será o primeiro de muitos: “O evidente desejo dos jovens em participar foi marcante nesse debate. Alguns infelizmente ficaram sem falar por conta do tempo mas deu para perceber que um debate político é algo que exige prática e constância. Hoje engatinhamos, amanhã estaremos andando”, disse bem-humorada e otimista.

Para Rafaela, do Colégio Unisa, uma das estudantes da mesa, essa foi uma clara demonstração de que a maioria quer e sente que pode fazer a diferença. “Somos privilegiados e por isso devemos passar informação a quem não tem acesso a ela”, pondera.

Já Lara Carolina, de 17 anos, estudante do terceiro ano do ensino médio do São Luis, após ter interagido da platéia, comentou: “Debates são bons porque acendem essa chama dentro de cada um de nós. O movimento estudantil está apagado e essa é uma boa oportunidade de reacendê-lo. Isso ajuda a esclarecer quem está alienado e a incita-lo a se movimentar nesse sentido”.

Roda Jovem

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