Nome: Tatiana
Prado Eddy
Cidade: Currumbin - Gold Coast - Austrália
Idade: 26 anos
Ocupação: Analista Financeiro
O Jornal Jovem entrevistou jovens que vivem em outros
países para contar um pouco sobre a vida política
lá fora. Tatiana
é brasileira e está em definitivo na Austrália
há 20 meses.
Jornal Jovem - Qual o
grau de envolvimento e de conhecimento dos cidadãos
deste país com relação à política?
Há participação efetiva?
Tatiana
Prado - Os australianos de uma maneira geral,
conhecem e se envolvem bastante na política do país.
No momento por exemplo, há um grande debate sobre
a atual forma de Governo. A Austrália é uma
Monarquia Constitucional, sendo o Chefe de Estado a rainha
do Reino Unido da Grã-Bretanha, Elizabeth II. O chefe
de governo é representado pelo Primeiro-Ministro,
sendo vigente o regime parlamentarista. Muitos cidadãos
têm questionado a participação da Rainha
no desenvolvimento do país, apoiando a declaração
de uma república. Por enquanto, é apenas um
debate, mas deixa claro que a população está
disposta a mudar e estão mostrando seus interesses.
Jornal
Jovem - Como você percebe a
política na mídia do país? É
algo tendencioso ou imparcial? Em que sentido e proporção?
Tatiana
- Eu diria que a participação da política
na mídia é imparcial, no sentido de divulgar
as ações e interesses de diferentes grupos
políticos. Apesar do primeiro ministro pertencer
ao partido liberal, não acho que a mídia seja
tendenciosa com relação a esse partido especificamente.
É comum o interesse dos outros partidos políticos
serem discutidos igualmente.
Jornal
Jovem -
O jovem é participativo e entende da política
do país? Há manifestações estudantis?
Tatiana
- Muitos jovens universitários entendem e participam
efetivamente da política do país. É
muito comum encontrar grupos estudantis de diferentes interesses
políticos.
Jornal
Jovem - O que vê de positivo ou negativo ou diferente
na política e governantes do país e na atuação
da população?
Tatiana
- A grande diferença que eu vejo na política
australiana com relação ao Brasil é
a questão da corrupção. Os políticos
não são vistos pela população
como um “bando de corruptos”. A população
acredita, apóia e confia nos políticos e partidos.
A Austrália foi considerado o terceiro país
menos corrupto em 2004, através do Indicador de Percepção
de Corrupção, realizado pela Transparência
Internacional* que aponta os paises percebidos como
os menos e os mais corruptos do mundo. Essa pesquisa mede
a percepção da corrupção e não
a atividade corrupção propriamente dita. Enquanto
a Austrália ocupou o terceiro lugar, o Brasil ficou
na 59ª posição.
Jornal
Jovem
- Como são vistos os políticos pela sociedade?
Quais os comentários mais comuns sobre política
e políticos no país?
Tatiana
- Os políticos são respeitados pela população
e são considerados realmente como seus “representantes”
no governo.
Jornal
Jovem
- Como funciona a propaganda eleitoral no país?
Tatiana
- Desconheço sobre esse assunto. Ainda não
acompanhei nenhuma eleição por aqui, então
não posso opinar.
Jornal
Jovem - Como é tratada a questão
da corrupção na política? De que forma
a maioria da população encara isso?
Tatiana
- A questão da corrupção na política
é tratada seriamente. Existem algumas comissões
contra corrupção no país, que além
de proteger o interesse da população, guia
a conduta dos partidos políticos. Essas comissões
possuem autoridade para investigar qualquer assunto que
envolva o governo australiano.
* Transparência Internacional é uma
organização não governamental fundada
na Alemanha, que tem como missão criar mudanças
de comportamento que levem a um mundo livre de corrupção.
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