Nome: Priscila
Carmona Maya
Cidade/Estado/País: SP/Brasil, ex-moradora de Coimbra/Portugal
Idade: 23 anos
Ocupação: estudante de Direito
Priscila,
que é brasileira e morou um ano em Portugal, respondeu
as perguntas do Jornal Jovem sobre a política em Portugal.
Jornal Jovem - Qual o grau de envolvimento
e de conhecimento dos cidadãos deste país
com relação à política? Há
participação efetiva?
Priscila
Carmona - Em Portugal o voto não é
obrigatório o que faz com que muitos cidadãos
sequer se interessem por política. A participação
mais efetiva, por incrível que pareça, acaba
sendo dos idosos e adultos na faixa dos trinta, quarenta
anos. Cheguei em Portugal bem na época da eleição
para Primeiro Ministro, dividia uma casa com mais dezenove
portuguesas, na faixa dos vinte, e inacreditavelmente apenas
uma fez questão de votar, embora a maioria das estudantes
que lá morassem, fossem estudantes de sociologia
e relações internacionais e soubessem da importância
do voto.
Jornal
Jovem
- Como você percebe a política na mídia
do país? É algo tendencioso ou imparcial?
Em que sentido e proporção?
Priscila
- Infelizmente não posso responder por não
ter analisado a mídia de Portugal, já que
passava o tempo todo na faculdade (de manhã até
a noite) e não possuía tv no meu quarto.
Jornal
Jovem
- O jovem é participativo e entende da política
do país? Há manifestações estudantis?
Priscila
- Como já dito na primeira questão, parece
que os jovens vivem em um estado de apatia política,
pelo menos foi o que me pareceu. É claro que sempre
há exceções, líderes estudantis,
participantes de grêmios acadêmicos, entre outros,
que fazem questão de participar da política
e reivindicar os seus direitos. Fiquei um ano em Portugal
e só assisti a uma única manifestação
que protestava as altas mensalidades (em Portugal chamam-se
propinas) cobradas pelas universidades públicas.
Jornal
Jovem - O que vê de positivo ou negativo ou diferente
na política e governantes do país e na atuação
da população?
Priscila
- As queixas em Portugal são muito semelhantes às
queixas feitas no Brasil. As pessoas também reclamam
de corrupção, da aposentadoria que é
vergonhosa, das propinas pagas nas universidades públicas,
do sistema de saúde, entre outros. Contudo, ainda
que as queixas sejam comuns, em Portugal a população
ainda é melhor bem tratada do que no Brasil, eu mesma
precisei ser atendida em um hospital público e fui
muito bem atendida. O transporte também é
bom, mas como no Brasil, o salário mínimo
é completamente incompatível com o custo de
vida.
Jornal
Jovem - Como são vistos os políticos
pela sociedade? Quais os comentários mais comuns
sobre política e políticos no país?
Priscila
– “De todos este é o menos ruim”,
essa foi a frase que mais escutei na época das eleições
em Portugal, pela qual pode-se perceber que a população
também apresenta pouca confiança e crença
nos atuais políticos. Outro comentário que
também ouvi com freqüência foi o de que
os políticos portugueses não souberam aproveitar
a ajuda que receberam da União Européia em
2004, aplicando-a em áreas erradas, razão
pela qual Portugal encontra-se tão defasado em relação
ao resto da Europa.
Jornal
Jovem
- Como funciona a propaganda eleitoral no país?
Priscila
– Não sei responder.
Jornal
Jovem
- Como é tratada a questão da corrupção
na política? De que forma a maioria da população
encara isso?
Priscila
- A corrupção é encarada com repugnância
e como algo que deve ser evitado a todo o custo.
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