Agosto de 2006- Nº 03    ISSN 1982-7733
Jornal Jovem - Aqui você é o repórter
Aqui você é o repórter
Dicas para escrever
Fale conosco
Tema da hora
Reportagens
Convidados da hora
Especial da Copa
Comentaristas do JJ
Seção livre
Palavra aberta
Humor
HQ e charge
Intercâmbio
Poesia
Crônica
Cinema
Livros, CDs e DVDs
Especial
Repórter Jovem Comenta
Férias
Exceção
Participe da enquete
Todas as edições do JJ
Escola
Como participar
Escolas no Nº 03
Paixão de Brasileiro

Renan Santos de Araújo
3º ano E.M. Instituto de Ensino Barão de Mauá  

Brasileiro é apaixonado por futebol. Os dribles, os chutes, os gols: tudo é motivo para festa, tudo é motivo para emoção. Há os que dizem que, enquanto os ingleses perdiam tempo criando regras e táticas de jogo, os brasileiros aperfeiçoavam a ginga, o ritmo e a malandragem.

Pelé, Garrincha, Tostão, uma geração inteira que inventou um novo jeito de se conduzir a bola, de tirá-la, com muita classe, do adversário e carregá-la até a linha do gol: chapéus, bicicletas, cabeçadas. Vieram as gírias, os fanáticos, o tri. A conversa de fim de tarde nas mesas de bar, típica prática brasileira em dias de jogo, tornava-se cada vez mais interessantes ao passo que chegavam as novas gerações, os novos Zicos, os novos títulos.

Exportamos muitos dos nosso jogadores. Na verdade, todo novo destaque brasileiro é exportado hoje em dia. Tornamo-nos uma espécie de indústria de craques do futebol. Europa, Ásia, e até longínquos países africanos estão de olho nos nossos campeonatos nacionais e regionais, sempre à procura de uma nova revelação, de um novo produto que possa ser comprado a baixo preço e vendido a quantias estratosféricas. Isso porque o futebol não é só uma paixão brasileira, mas uma paixão mundial.

Se duvida, basta olhar para toda a agitação – e paralisação, de certa forma – que o mundo sofre, de quatro em quatro anos, para assistir à disputa da Copa da FIFA pelas maiores seleções do mundo para perceber que não há razão para duvidar. Com certeza não é por acaso que esse é considerado o maior evento esportivo do planeta.E dele a nossa seleção, dita a melhor do mundo, saiu vitoriosa cinco vezes.

Em muitos países - principalmente naqueles isolados por guerras, pobreza, distância etc. - pouco se ouve falar do Brasil, a não ser que aqui é a terra do futebol. Nunca ouviram falar de Machado de Assis, Santos Dumont, Chico Buarque; sequer sabem a capital do nosso país. Mas conhecem Pelé, Zico, e os Ronaldos. Tentam imitar as suas dribladas; tentam, de todo jeito, jogar tão bem quanto “os brasileiros”.

O futebol faz as vezes de nosso “agente de relações externas”: é por meio dele que a nossa cultura é difundida no mundo; é por ele que somos reconhecidos. Cabe a cada um de nós julgar boa ou ruim essa associação futebol-brasileiro.

Nos países emergentes, como é o nosso caso, onde há uma enorme diferença entre ricos e pobres, esse esporte virou uma forma de o garoto da periferia mudar de vida, ou, pelo menos, uma ilusão.

E é aí que encontramos o maior problema causado por sua excessiva exploração pela mídia. Muitos jovens estão largando os estudos para se dedicarem a um esporte que promete lançar jogadores reconhecidos mundialmente, com mansões espalhadas pela Europa, carros luxuosos na garagem, vida boa e barata.

Mas o que a publicidade se esquece de mostrar, e talvez essa nem mesmo seja uma obrigação sua, é que a grande maioria dos casos de sucesso dos jogadores de futebol no exterior deveu-se à sorte e não ao talento propriamente dito.

Enquanto isso, formamos meninos analfabetos, sem perspectivas de vida, que, se não passam para o lado do crime, vivem como subempregados, pilares de sustentação da nação, exímios jogadores de futebol.

COLÉGIO MONTESSORI SANTA TEREZINHA
INSTITUTO DE ENSINO BARÃO DE MAUÁ
 
Conheça o portfólio