Cristian
Grou C. Drovas
15 anos, 1º
ano E.M. Colégio Regina Mundi
São Paulo - capital
Popularizados
por volta dos anos quarenta, os comícios já
foram o principal meio de comunicação entre
os candidatos a cargos eleitorais e a população
que os elegeriam.
Mas sessenta e seis anos se passaram e com a internet, a
televisão, o rádio, enfim, os meios de comunicação
atuais foram, pouco a pouco, substituindo a função
dos comícios, deixando-os praticamente desertos.
Embora já viesse declinando há muito tempo,
nos últimos vinte anos os políticos conseguiram
"segurar" a tradição de realizar
os comícios, chamando celebridades e artistas para
apoiar sua campanha. E, lentamente, os comícios ganharam
uma "semi vida", graças aos shows realizados,
um pouco desviados do seu objetivo original, mas reunindo
milhares de pessoas para assistir. Afinal, quem não
gosta de ver um show de graça, tendo apenas de fingir
escutar um cara falando por um tempo e aplaudindo depois?
Perdão aqueles que ouvem seriamente as propostas
dos candidatos, mas a grande maioria da população
não pensa assim. E os números de público
nos comícios nessa eleição refletem
a verdadeira opinião da população sobre
a política.
Porque os números caíram? Recentemente, com
a nova lei aprovada pelo congresso que proíbe a presença
de artistas nos palanques, grande parte do povo brasileiro
perdeu o interesse nos comícios.
Embora não seja mais tão fácil achar
um comício como antes, pois são caros e o
público já não é mais tão
numeroso. E com uma amostra do velho pensamento capitalista
"se não se tem lucros ou vantagens, elimine
o prejuízo".
O melhor exemplo desse fato é a campanha de reeleição
do nosso atual presidente. Lula, que em 2002 fez por volta
de 58 comícios, nessa nova corrida a reeleição
será surpreendente caso ultrapassem a marca de 30
comícios.
Que atire a primeira pedra quem nunca reclamou do governo
desse país. Mas pare e pense, querido eleitor, se
você consegue se lembrar, ou se guardou o nome dos
candidatos que receberam seu voto.
Finalizando, os comícios quase desertos são
apenas um reflexo da descrença e desilusão
da população com a política, e caso
não concorde comigo, tente ver o horário eleitoral,
e se pergunte se você levaria a sério uma eleição
com um candidato a deputado federal que se apresenta com
o nome de "Papai Noel" e se caracteriza como tal...
Fonte:
Revista Veja, edição 1971, ano 39, n°
34, 30 de agosto de 2006.
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