Dezembro de 2006- Nº 04    ISSN 1982-7733
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A Nova Face dos Comícios

Cristian Grou C. Drovas
15 anos,
1º ano E.M. Colégio Regina Mundi
São Paulo - capital

Popularizados por volta dos anos quarenta, os comícios já foram o principal meio de comunicação entre os candidatos a cargos eleitorais e a população que os elegeriam.
Mas sessenta e seis anos se passaram e com a internet, a televisão, o rádio, enfim, os meios de comunicação atuais foram, pouco a pouco, substituindo a função dos comícios, deixando-os praticamente desertos.

Embora já viesse declinando há muito tempo, nos últimos vinte anos os políticos conseguiram "segurar" a tradição de realizar os comícios, chamando celebridades e artistas para apoiar sua campanha. E, lentamente, os comícios ganharam uma "semi vida", graças aos shows realizados, um pouco desviados do seu objetivo original, mas reunindo milhares de pessoas para assistir. Afinal, quem não gosta de ver um show de graça, tendo apenas de fingir escutar um cara falando por um tempo e aplaudindo depois?

Perdão aqueles que ouvem seriamente as propostas dos candidatos, mas a grande maioria da população não pensa assim. E os números de público nos comícios nessa eleição refletem a verdadeira opinião da população sobre a política.
Porque os números caíram? Recentemente, com a nova lei aprovada pelo congresso que proíbe a presença de artistas nos palanques, grande parte do povo brasileiro perdeu o interesse nos comícios.

Embora não seja mais tão fácil achar um comício como antes, pois são caros e o público já não é mais tão numeroso. E com uma amostra do velho pensamento capitalista "se não se tem lucros ou vantagens, elimine o prejuízo".

O melhor exemplo desse fato é a campanha de reeleição do nosso atual presidente. Lula, que em 2002 fez por volta de 58 comícios, nessa nova corrida a reeleição será surpreendente caso ultrapassem a marca de 30 comícios.

Que atire a primeira pedra quem nunca reclamou do governo desse país. Mas pare e pense, querido eleitor, se você consegue se lembrar, ou se guardou o nome dos candidatos que receberam seu voto.

Finalizando, os comícios quase desertos são apenas um reflexo da descrença e desilusão da população com a política, e caso não concorde comigo, tente ver o horário eleitoral, e se pergunte se você levaria a sério uma eleição com um candidato a deputado federal que se apresenta com o nome de "Papai Noel" e se caracteriza como tal...

Fonte:
Revista Veja, edição 1971, ano 39, n° 34, 30 de agosto de 2006.

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