Jefferson
Cabral Elias
24 anos, advogado
São Paulo- capital
Terminada a apuração dos
votos no último Domingo e verificado que haverá
2º turno para a escolha do Presidente da República,
reinicia o alvoroço dos articuladores das campanhas
presidenciais petistas e tucanas em busca de apoio dos partidos
derrotados para o embate final.
Nesse momento, as rusgas e dissabores verificados
durante a legislatura anterior e o primeiro turno da campanha
desaparecem com um “click”.
Inusitadamente os palanques eleitorais
se revestem com a presença de ilustres inimigos políticos,
que ora se odeiam ora se beijam.
A pergunta imediata que surge é:
Por onde anda a ideologia política dos partidos?
E as filosofias que os levaram a caminhos diferentes na
disputa pelo poder?
Não há resposta plausível
para tanto. A corrida pelo poder modifica os ânimos
políticos em qualquer lugar.
Algumas lideranças políticas
no Brasil são famosas, como na ala de esquerda entre
PT, PC do B e PL, este apenas na esfera federal, bem como
na ala direita a união de PSDB e PFL. Destaque deve
ser dado ao coringa dessa eleição, o PMDB
– maior partido do país – que sem ter
candidato próprio a presidente, tornou-se um poderoso
aliado nesse segundo turno.
O mais triste, é que tais alianças
visam apenas garantir cargos de destaque no governo de 2006/2010,
bem como assegurar apoio na câmara e no senado para
a aprovação de projetos deste ou daquele partido,
que priorizam o interesse dos parlamentares e do partido,
deixando o interesse público em segundo plano.
O cenário do segundo turno começa
a ser delineado. O PSOL da candidata derrotada Heloisa Helena
não apoiará Geraldo Alckmin, pendendo entre
a recomendação aos seus eleitores ao voto
nulo e o modesto apoio a Lula.
Outro fato curioso foi o apoio do casal
Garotinho do Rio de Janeiro ao tucano, provocando a revolta
de Marcelo Alencar e Denise Frossard, que retiraram o apoio
a Alckmin após o anúncio, ao que o tucano
respondeu não se tratar de aliança política,
mas sim de apoio, “e apoio não se rejeita,
se agradece”.
A promiscuidade nas alianças políticas
é tema de muito debate, inclusive, matéria
tratada no projeto de reforma política, que prezará
pela uniformidade de alianças políticas e
separando as eleições para cargos eletivos
federais (Presidente, Senador e Deputado Federal) das estaduais
(Governador e Deputado Estadual).
O objetivo desta medida é inviabilizar
a formação de alianças promíscuas,
sem compromisso social, que buscam apenas ocupar cargos,
ministérios e assegurar apoio nas bancadas do legislativo.
Certamente que sem o apoio de outras lideranças
não se constrói um governo bem sucedido, mas
a tolerância nas coligações não
pode contrariar os discursos e disputas perpetradas nos
anos anteriores à eleição e ao longo
da história política nacional.
Aguardemos
mais uma eleição para saber o destino que
será dado ao nosso país, e também,
quem ocupará os cargos de maior responsabilidade
em Brasília, fruto das alianças políticas
aqui discutidas. |