Julho de 2007 - Nº 06    ISSN 1982-7733
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Mammy vai à Lua

Direção: Elias Andreato e Patrícia Gasppar


Quem dá a dica é Cremilda Aguiar

19 anos, 3° ano de Jornalismo - Mackenzie

São Paulo - capital

 

Foto: Divulgação

Mira Haar retorna aos palcos após ficar 10 anos afastada, tempo em que se dedicou mais às atividades de diretora e figurinista. Sua volta, contudo, não poderia ser melhor. Em “Mammy vai à Lua”, a atriz dá a medida exata de seu talento no papel de uma dona de casa comum que se esforça para manter o controle das situações prosaicas e para não deixar a vida se transformar num marasmo.

O trabalho doméstico não é tão banal como muitos pensam e Mammy precisa recorrer a artifícios mirabolantes para dar conta de tudo. Um deles é se inscrever no concurso da “Margarina Maré” para concorrer a uma viagem à lua. Nos onze quadros apresentados, porém, é possível notar que Mammy está sempre viajando. E a platéia responde com entusiasmo, sobretudo no momento em que Mira Haar se transforma numa pastora e nas visitas ao supermercado e à discoteca.

O texto, escrito pela própria Mira Haar e supervisionado por Patrícia Gasppar, surgiu de um roteiro que a atriz havia feito há doze anos. Para essa montagem, Patrícia foi chamada para fazer uma readaptação baseada na atualidade. Elias Andreato, que assina a direção, também ajudou nesse processo. E o resultado foi a contento: o riso corre solto do início ao fim do espetáculo e não há como dizer qual dos quadros é o melhor.

A concepção dos cenários ficou por conta de Isay Weinfeld e Domingos Pascali. Aliados às projeções de Leonardo Haar, os cenários são um capítulo à parte, evidenciando o caráter pitoresco da peça. E Mira sabe explorar bem todos os espaços de que dispõe.

“Mammy vai à Lua” é uma excelente escolha para quem quer dar boas risadas com situações cotidianas. As pessoas podem se identificar com o que é apresentado e, por conseguinte, perceber as peculiaridades do universo doméstico. A galáxia de Mammy é a mesma de muitas donas de casa que acreditam que suas vidas não sejam interessantes. Felizmente, Mira Haar mostra com inspiração como esse universo pode render boas histórias.

Mammy vai à Lua. 75 minutos. Sala Crisantempo ( 100 lugares ). Rua Fidalga, 521, Vila Madalena, 3819 – 2287. Sexta e sábado às 21 horas; domingo às 19 horas. R$ 40,00. Até 02 de setembro.

   

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VOCÊ SABIA?

Quem foi Molière?

Jean Baptiste Poquelin (1622-1673), mais conhecido como Molière, nasceu em Paris e é considerado o maior comediógrafo do teatro clássico francês. Assim como é comum aos comediantes, Molière era bastante espirituoso, mas escondia uma certa melancolia.

Talentoso como ator cômico percorreu várias das províncias francesas representando Arlequim. Em Paris, tornou-se diretor teatral e com o apoio do Rei Luís XIV foi responsável pela reforma do teatro cômico francês e pela criação da comédia moralista de costumes.

Mesmo exercendo essa função, não deixou de apresentar-se como palhaço. Molière continuou escrevendo farsas, gênero no qual se destacam O Médico à Força, As Preciosas Ridículas e As Artimanhas de Scapin. Esta última foi escrita já no fim de sua vida e o papel de palhaço ficou reservado para ele.

A comédia tinha um objetivo moralizador. Em Georges Dandin, o personagem principal é o burguês que é enganado no casamento aristocrático. Já em O Burguês Gentil-homem, a crítica é dirigida aos novos-ricos que querem demonstrar intelectualidade.

A sua primeira grande comédia foi A Escola das Mulheres. Com O Avarento, o dramaturgo satiriza o pecado da avareza, típico dos burgueses. Ainda nessa peça as convenções da sociedade são abordadas em tom de lamento e sátira e nota-se, também, uma aproximação maior com o espírito trágico.

Tartufo é, sem dúvida, sua peça mais discutida, por ser uma crítica à hipocrisia da época e à falsa devoção. Para ser representada, o rei teve que intervir pessoalmente no caso enfrentando a resistência dos beatos.

Molière, tanto em sua obra quanto em sua vida, sempre perseguiu os médicos. Em O Doente Imaginário eles são apresentados como ignorantes e pretensiosos por ludibriarem e explorarem o hipocondríaco Argan, interpretado pelo próprio Molière, que já estava muito adoentado. Por conta disso, diz-se que o dramaturgo morreu no palco demonstrando que, até o fim, a teatralidade o acompanhou.

 

Cremilda Aguiar. São Paulo -  capital

 
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