Por Cremilda Aguiar
O último Roda Jovem, cujo tema principal foi a ligação do esporte com a cidadania, contou com a participação de figuras importantes no contexto esportivo nacional como: Hélio Alcântara, diretor de esportes da TV Cultura; Odir Cunha, escritor e jornalista esportivo; Robson de Souza, responsável pela ONG Surf Especial; Branca Silva, do Instituto Passe de Mágica; além dos estudantes e colaboradores da 7ª edição do Jornal Jovem, Guilherme Fuoco, Rafaela Kreimer e Estela Suganuma.
Branca, ex-jogadora de basquete, iniciou o debate falando sobre o Instituto Passe de Mágica, que já existe há três anos. Quando ela e Magic Paula, sua irmã, pararam de jogar basquete começaram a pensar numa maneira de ajudar o próximo por meio do esporte e, a partir daí, surgiu a idéia para o projeto, que tem parceiros como Tony Canaã e Rubinho Barrichello. Hoje o instituto se divide em quatro núcleos menores e atende cerca de 400 crianças, que, necessariamente, devem estar estudando. “O projeto não visa detectar talentos. Tentamos investir em tudo que possa representar crescimento para o cidadão”, complementou Branca.
Para Odir Cunha, “o esporte tem tudo a ver com cidadania”. Mas o que significa realmente ser cidadão? “Cidadão é aquele que exerce plenamente seus direitos e deveres dentro de uma nação. No Brasil, infelizmente, fala-se muito em cidadania, mas exerce-se pouco”, definiu. Odir ainda garante que o esporte contribui para a cidadania pelo fato de abrir espaço para que pessoas de classes menos favorecidas se sintam incluídas na sociedade. E concluiu: “Para mim, foi muito mais emocionante ver o Parapan do que os próprios jogos Pan-americanos.”
A discussão sobre a verdadeira importância dos Jogos Pan-americanos foi reforçada por Hélio Alcântara que disse não reconhecer o tão propalado legado que ficaria para a cidade do Rio de Janeiro. “Esse legado não existe. A princípio, o orçamento de R$ 800 milhões seria pago por empresas privadas. Mas o valor final de R$ 3,7 bilhões foi pago com dinheiro público”, acrescentou. Em sua visão, o esporte – que traduz os valores que devem ser carregados para a vida - tem que vir sempre aliado à educação.
Robson de Souza, mais conhecido como Careca, falou sobre o projeto Surf Especial e sobre sua experiência de vida. Há nove anos, Careca sofreu um acidente automobilístico que o deixou paraplégico. Antes do episódio, era surfista profissional e hoje se considera um surfista especial. A participação de Careca no Roda Jovem contribuiu para mostrar as diversas formas de superação proporcionadas pelo esporte. “Para mim, o esporte é uma ferramenta de inclusão. A limitação só existe na mente”, argumentou.
A estudante Estela Suganuma deixou o seu recado: “No esporte, aprendemos a respeitar o próximo”. Já Rafaela Kreimer falou sobre o trabalho Cidadão na Linha, desenvolvido pela turma do 2º ano do Colégio Bandeirantes, que por meio do Jornal Jovem pôde ser aprimorado e levado ao conhecimento de um público maior. O trabalho aborda as ambigüidades do esporte a partir dos benefícios e dos malefícios (representados por doping e brigas de torcidas). Guilherme Fuoco discorreu sobre a importância da escola na formação do esportista. Por meio de um trabalho sobre os Jogos Pan-americanos, realizado enquanto cursava a 8ª sério do ensino fundamental, Guilherme percebeu que a origem da supremacia americana na competição está justamente no apoio que os atletas recebem das instituições educacionais.
Depois das apresentações individuais, a platéia pôde participar com perguntas e se aproximar dos convidados, demonstrando que a descontração marcou o encontro do início ao fim. O momento mais emocionante ficou por conta da pergunta sobre as medalhas internas das quais os atletas presentes mais se orgulhavam. Robson Careca respondeu sem rodeios: “Minha maior vitória é estar vivo.”
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