Dezembro de 2007 - Nº 08    ISSN 1982-7733
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A Menina que roubava livros

Autor: Zusak, Markus
Editora:
Intrínseca


          

 

Um autor australiano que escreve sobre a Alemanha nazista. Essa é a primeira constatação que fazemos ao pegar nas mãos A menina que roubava livros. O próprio escritor explica as razões desse curioso fato: “Eu queria escrever algo muito diferente do que tinha escrito antes. A idéia de um ladrão de livros estava em minha cabeça quando escrevi I am the Messenger, mas não estava pronta para ser escrita. A idéia original ambientava-se no presente, em Sydney, e isso não parecia muito certo. Depois pensei em escrever sobre as coisas que meus pais tinham visto, ao crescerem na Alemanha nazista e na Áustria, e, quando juntei as duas idéias, a coisa pareceu funcionar, especialmente quando pensei na importância das palavras naquela época, e naquilo em que elas conseguiram levar as pessoas a acreditar, assim como levá-las a fazer”.

De fato, a obra destaca de uma maneira grandiosa a importância das palavras em um cenário de repressão. Elas deram vida à pequena protagonista Liesel Meminger. O primeiro contado com um livro deu-se antes mesmo de saber o significado das letras. Cada roubo efetivado pela menina representava uma etapa de sua vida e, por meio dos títulos, a história de Liesel poderia ser narrada. Roubar um título dava a ela a razão de sua própria existência.

Na história da destruição dos livros observa-se que em qualquer tipo de governo totalitário as palavras equivalem às armas ou mesmo mais poderosas. São freqüentes, no curso da história, as grandes fogueiras alimentadas por páginas de estórias e conhecimento. Durante a leitura, esbarramos com uma descrição realista e emocionada de uma queimada.

Aparentemente somos levados a crer que o desfecho da trama será como em qualquer best-seller. Mero engano. Há um elemento essencial que corta qualquer expectativa do leitor. A situação mundial naquela época era de extremo horror - campos de concentração, bombardeios, trincheiras – milhões de vidas foram desperdiçadas. Nada mais natural que a história fosse narrada por ela, a Morte, a única que esteve presente em cada decisão tomada pelos grandes oficiais, em cada lágrima derramada, em cada bomba lançada e em cada câmara de gás letal. Ela nos conta a trajetória da “ladra de livros” e em cada página nos tira a esperança de um final feliz: “Às vezes chego cedo demais. Apresso-me e algumas pessoas se agarram por mais tempo à vida do que seria esperável”, apresenta-se a nós, leitores.

Os demais personagens remetem à essência da existência e do convívio humano. A amizade, o afeto, a consideração, a coragem, a ira e a esperança são alguns dos sentimentos representados por cada indivíduo que passa por Liesel. Todos eles são guardados nas palavras roubadas.

O livro poderia ser classificado como um romance universal, já que narra as relações tão tênues entre os seres humanos, a tolerância e o respeito para com o diferente e a conseqüência que a falta desses valores geram sobre toda a humanidade.

Fernanda Mattiuz, 22 anos, 3º ano Jornalismo, Mackenzie São Paulo - capital

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