Março de 2008 - Nº 09     ISSN 1982-7733
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Felicidade Clandestina

 

Trechos do livro Felicidade Clandestina (Contos, 1971)

- “Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo (...) Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante” (Felicidade Clandestina).

- “O ovo é branco mesmo. Mas não pode ser chamado de branco. (...) Chamar de branco aquilo que é branco pode destruir a humanidade. (...) pode-se dizer ‘aquele rosto bonito’, mas quem disser ‘o rosto’ morre; por ter esgotado o assunto” (O ovo e a Galinha).

- “Quem nunca roubou não vai entender. E quem nunca roubou rosas, então é que jamais poderá me entender. Eu, em pequena, roubava rosas” (Cem anos de Perdão)

- “O que é que fazia eu com a rosa? Fazia isso: ela era minha” (Cem anos de Perdão).

- “Era uma vez uma menina que observava tanto as galinhas que lhes conhecia a alma e os anseios íntimos. A galinha é ansiosa, enquanto o galo tem angústia humana” (Uma História da Tanto Amor).

- “Quando na manhã seguinte Pedrina amanheceu dura de tão morta, a menina só então, entre lágrimas intermináveis, se convenceu de que apressara a morte do ser querido. (...) Um pouco maiorzinha, a menina teve uma galinha chamada Eponina. (...) O amor por Eponina: dessa vez era um amor mais realista e não romântico; era o amor de quem já sofreu por amor” (Uma História da Tanto Amor).

- “As galinhas pareciam ter uma pré-ciência do próprio destino e não aprendiam a amar os donos nem o galo” (Uma História da Tanto Amor).

- “Comeu Eponina mais do que todo o resto da família, comeu sem fome, mas com um prazer quase físico porque sabia agora que assim Eponina se incorporaria nela e se tornaria mais sua do que em vida. Tinham feito Eponina ao molho pardo. (...) Nessa refeição tinha ciúmes de quem também comia Eponina. A menina era um ser feito para amar até que se tornou moça e havia os homens”  (Uma História da Tanto Amor).

- “dezenas de estátuas se espalham rígidas. As baratas que haviam endurecido de dentro para fora. Algumas de barriga para cima. Outras no meio de um gesto que não se completaria jamais” (A Quinta História).

- “E soube então que havia colado sua boca na boca da estátua da mulher de pedra. A vida havia jorrado dessa boca, de uma boca para outra” (O Primeiro Beijo).

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