Maiara do Carmo Albuquerque
15 anos, 2ªsérie EM, E.E. Renato Rocha Miranda - DERITA de Itapetininga
Campina do Monte Alegre - SP
Mãe África
Hoje posso não ser valorizada,
mas, foi aqui que tudo começou.
Sou imensa, um berço onde durante anos
a humanidade se aconchegou.
Sou como uma mãe,
que viu seus filhos nascerem
crescerem e saírem
para vidas em outros lugares surgirem.
Um dia meus netos aqui vieram
e o que era para ser alegria,
foi uma imensa agonia.
Totalmente diferentes de seus pais estavam.
Seus tios daqui arrancaram,
os maltrataram, escravizaram.
O dinheiro, as ambições,
tudo tomara conta de seus corações.
Me dói saber
que meus “bebes”,
brigam entre si,
onde o branco faz os negro sofrer.
Mesmo sendo todos parentes,
hoje os brancos só ficam contentes,
se vários negros capturarem, comercializarem
e sob o trabalho deles lucrarem.
Os negros viajavam
em navios tumbuleiros,
amarrados e acorrentados,
várias humilhações enfrentavam.
Os que sobreviviam
continuavam a sofrer,
em terras brasileiras,
onde trabalhavam até morrer.
Tudo que sei
é que lá a escravidão
não existe mais,
mas meus filhos muitas vezes
são tratados como animais.
Sofri muito, e vou continuar a sofrer,
mas para encerrar devo dizer:
Sou a Mãe África,
o berço da humanidade
e imploro igualdade.
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