Junho de 2008 - Nº 10     ISSN 1982-7733
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A Festa de Abigaiu noTeatro Procópio Ferreira-SP


O espetáculo A Festa de Abigaiu  volta em cartaz a partir do dia 15 de maio, quinta-feira, às 21 horas, no Teatro Procópio Ferreira, depois de nove meses em temporada em outros teatros. Ganhadora em 2007 do 11º Cultura Inglesa Festival, como melhor peça de teatro adulto e indicada ao Shell de melhor atriz pela atuação de Ester Lacava, a comédia faz uma observação sobre hábitos e costumes da sociedade contemporânea.

 

Foto: Divulgação

Com texto do inglês Mike Leigh (diretor de filmes como Segredos e Mentiras, Agora ou Nunca e Vera Drake), a montagem, que venceu o 11º Cultura Inglesa Festival na categoria teatro adulto, tem direção de Mauro Baptista Vedia

O espetáculo – que segue a linha de dramaturgia realista e popular, optando pelos pequenos dramas do cotidiano de pessoas comuns.

Em Londres, 1977, Beverly e Lawrence recebem a visita de Angela, Tony e Susan, mãe da adolescente Abigaiu, que dá uma festa de adolescentes na casa ao lado. Enquanto tomam um drinque, os cinco adultos revelam angústias e conflitos da classe média britânica.

 

Para o diretor Mauro Baptista Vedia, A Festa de Abigaiu retrata um momento muito particular da história moderna, no auge do consumismo e da cultura pop de massa, além da crise do matrimônio em todas as classes sociais, em particular na classe média. “É o começo da americanização do mundo ocidental, do domínio do consumo, do materialismo, do individualismo e da competição feroz. Mike Leigh fala sobre a crise de valores brutal que estamos sofrendo atualmente, com a decadência da família, da vida social, do espaço público e dos valores de solidariedade, fraternidade, igualdade, respeito, educação”, informa Mauro, completando que a peça é um convite para as pessoas refletirem sobre a vida.

 

Mike Leigh escreveu A Festa de Abigaiu na década de 1970, seguindo a mesma linha dos dramaturgos que, na década de 1950, introduziram o realismo social no teatro britânico. Segundo Mauro Baptista Vedia, “Leigh opta pelos pequenos dramas do dia-a-dia de pessoas comuns, afastadas do poder, em lugar do drama clássico, que se concentra em grandes acontecimentos protagonizados por homens importantes”. Um dos maiores exemplos dessa nova dramaturgia realista e popular, que rompeu com o drama clássico, é Look Back With Anger, de John Osborne.  

Mauro Baptista Vedia buscou uma forma de interpretação diferente para cada um dos atores. O diretor afirma que os personagens funcionam como instrumentos de uma orquestra: "Há uma partitura na mise en scène da peça, bem exata, onde os silêncios, as pausas e o ritmo geral são tão importantes quanto o texto.” 

A Festa de Abigaiu

Teatro Procópio Ferreira

Rua Augusta, 2.823 Cerqueira César

Tel. 3083-4475

Capacidade - 670 lugares

Ingressos - R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia-entrada para estudantes). 

Central de Vendas Tel. 4003-1212 www.ingressorapido.com.br.

Horário de funcionamento da bilheteria do teatro - de terça a domingo das 14h às 19h ou até o início das sessões.

Abertura da casa: 1 hora antes de cada espetáculo.

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Veja também>>>

 

-A Festa de Abigaiu
Direção:Mauro Batista Vedia

- Terça Insana
Direção:Grace Gianoukas

 

 

 

 

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VOCÊ SABIA?

Quem foi Gil Vicente?

 

Muito do que se sabe a respeito de Gil Vicente é suposição, devido à falta de registro histórico confiável. Ele nasceu em Portugal, não se sabe exatamente em que cidade, entre os anos de 1465 e 1470 e morreu entre 1536 e 1540. O mais certo é que ele tenha sido ourives e essa função lhe permitiu acesso à Corte.

Em 1502 por ocasião do nascimento do rei D. João III Gil Vicente apresentou na Câmara Real uma peça de sua autoria chamada “O Auto da Visitação” ou “Monólogo do Vaqueiro”. A rainha D. Leonor ficou tão satisfeita com sua performance que o convidou a escrever outras peças em ocasiões festivas. Tem-se essa data como início do Teatro Português, embora vale lembrar que o teatro popular (farsas, momos, pantomimas) e o teatro medieval de caráter religioso (moralidades, mistérios) nunca deixaram de existir apesar da ausência de documentação escrita.

  Gil Vicente foi um observador dessa sociedade da época, criticando-a em suas peças. Seus personagens representam tipos (o velho, a alcoviteira, o fidalgo, o pastor) ou alegorias (a virtude, a morte, o bem, o mal). Ele classificava suas peças em comédias, farsas e moralidades, embora muitas classificações posteriores sejam diferentes, incluindo uma feita pelo seu filho Luis Vicente. Após a morte de Gil Vicente, ele publicou todas as obras do pai numa edição chamada “Compilaçaum de todalas obras de Gil Vicente”, que já teria alterado muito do original das obras.

 

  É provável que Gil Vicente tenha escrito mais de 44 peças, das quais muitas se perderam. As mais conhecidas são o Auto da Índia, O velho da Horta, o Auto da Barca do Inferno, a Farsa de Inês Pereira e o Auto da Lusitânia, na ordem cronológica em que foram escritas.

  Por esse pioneirismo na arte dramática, maestria com que escrevia seus textos e pela análise crítica que fez da sociedade da época, Gil Vicente é considerado “o Pai do Teatro Português” e suas obras são tão atuais que são montadas até hoje.

 

Adriana Lobo, aluna do Teatro - Escola Célia Helena,. São Paulo -  capital

 
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