Abril de 2009 - Nº 14   ISSN 1982-7733  
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Brasil, um lar longe do lar

Emily Murrell

18 anos; este ano vai para a Universidade

Farnham - condado de Surrey, Inglaterra

Intercâmbio Cultural

Com o objetivo de conhecer uma nova cultura e aprender lições de como competir no cenário internacional, o programa Prime Minister’s Global Fellowship (PMGF), organizado pelo British Council, trouxe ao Brasil um grupo de 21 jovens de 18 a 19 anos do Reino Unido, que se destacaram nos seus estudos e têm perfil empreendedor. Eles permaneceram no Brasil por seis semanas - de 20 de julho a 30 de agosto.

Nunca me ocorreu, antes de participar do 6-week Prime Minister's Global Fellowship Programme - programa de bolsa de estudo -  neste verão, que eu poderia me sentir confortável em qualquer outro lugar que não em Hampshire village onde eu vivi minha vida inteira.

Desde meu primeiro dia em Rio de Janeiro, eu fui imediatamente surpreendida pela natureza acolhedora do povo brasileiro; muitos me trataram como membro da família. Eu tive a sorte de passar as primeiras duas semanas aprendendo português na Cultura Inglesa e tendo meus primeiros contatos com a cultura, desde os mercados locais até as lições de samba. As lições da língua portuguesa foram suficientes para que eu me virasse, mas eu fiquei surpresa com o fato de que a maior parte de minha comunicação com as pessoas era através de gestos e expressões faciais. Isso provou pra mim que é verdadeira a idéia de que falar é apenas um pequeno aspecto da comunicação.

Eu fiquei feliz ao perceber que, como eu, os brasileiros amam sua comida, embora seja justo dizer que eu comi feijão e arroz o suficiente para toda minha vida!

Eu gostei das apresentações no Conselho Britânico que trataram de um vasto leque de assuntos, como as mudanças de climáticas, esporte e responsabilidade social. Eu nunca esquecerei a vista espetacular do Corcovado, quando estava próxima à estátua de Cristo olhando a cidade do Rio de Janeiro.

Visitar muitas escolas durante todo o programa de 6 semanas  permitiu-me comparar não somente o sistema de ensino entre o Reino Unido e o Brasil, mas também entre a escola pública e a escola privada dentro do país. Eu tive sorte de passar 2 semanas trabalhando como assistente de ensino de inglês em uma escola chamada Colégio 7 Setembro, em Fortaleza onde, como em todas as escolas eu visitei, era evidente que as crianças apreciavam muito sua educação.

No Brasil escola é um luxo não uma expectativa. Para muitas crianças é uma possibilidade de escapar das dificuldades em casa e ganhar habilidades necessárias para um emprego futuro. Eu admirei a relação estreita e o respeito mútuo entre estudantes e professores, algo freqüentemente inexistente em escolas britânicas. Embora inicialmente  eu tenha achado estranho presenciar estudantes abraçarem seus professores ao final de cada lição, eu logo percebi que os estudantes sentiam necessidade de agradecer constantemente e havia um importante elemento de confiança e respeito entre eles. Em geral entretanto, os padrões do comportamento eram de longe mais baixos que aquele das escolas britânicas e o número de alunos por classe ultrapassava cinqüenta, consideravelmente mais alto do que deveriam ser. Eu achei divertido ter sido, por várias vezes, indagada pelos alunos se eu havia encontrado a rainha; se tomava chá e se o tempo estava quente na Inglaterra. Lamentavelmente, minha resposta a todas as três perguntas era “não”!

Emily and the kids

Sem dúvida, algumas de minhas experiências mais memoráveis e intrigantes eram minhas visitas a três favelas, duas delas no Rio de Janeiro e a terceira em São Paulo. Ingenuamente eu supus que depois do meu primeiro encontro com a pobreza eu não ficaria mais chocada nas visitas futuras, mas eu não poderia estar mais enganada. Em cada ocasião eu observava aspectos diferentes da vida em uma favela, relutante em aceitar, mesmo agora, que esta é a realidade de vida para muitos milhares de pessoas. Inicialmente eu observei os edifícios de baixa qualidade, os cabos elétricos perigosos ligando casas e os numerosos cães perdidos que vagueiam por estreitos caminhos. Em segundo lugar, eu observei os sistemas de água de esgoto abertos, o cheiro forte de lixo em cada parte da comunidade e a falta de privacidade e de espaço para as famílias. Finalmente, o aspecto mais duro de testemunhar era as pessoas. Uma criança se impulsionando ao longo de um assoalho sujo num pedaço de madeira quebrada para se divertir, a vista de pessoas que fitam para o que era freqüentemente sua única janela, constantemente parecendo olhar para fora para o perigo potencial ou parecendo cansados da vida. O que é particularmente cruel no mundo moderno, que se desenvolve e prospera, é a triste realidade que diariamente estas pessoas pobres têm que encarar frente a um mar da abundância onde elas vivem.

Talvez mais do que qualquer coisa, minha experiência no Brasil lembrou-me, como nós todos precisamos lembrar às vezes, apreciar tudo que eu tenho e as oportunidades que me foram dadas. Testemunhar tal abjeta pobreza igualmente me fez prometer solenemente fazer o que eu possa no futuro para ajudar a melhorar a situação. Eu certamente experimentei 6 semanas fantásticas e instigantes e fiz alguns amigos para a vida que eu espero breve visitar novamente.

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