Quem foi Molière?
Jean-Baptiste Poquelin, que adotou o nome artístico de Molière, nasceu em Paris no ano de 1622. Filho de um rico fornecedor de tapetes ficou órfão de mãe aos 10 anos.
Decidido a se dedicar ao teatro, funda em 1643 a Companhia L'Illustre-Théâtre, em Paris. Depois de alguns meses o grupo excursiona pela França, representando obras do repertório clássico e algumas peças curtas escritas por Molière. Extraordinário escritor e diretor jamais concebeu suas obras para a publicação, mas sim para a representação.
Em 1658 a companhia pôde representar diante do rei Luís XIV a obra Nicomède, de Corneille, e uma peça de Molière, Le Docteur amoureux (O médico apaixonado). Seu êxito foi tão grande que o duque Filipe de Orléans, irmão do rei, tomou o grupo sob sua proteção e, sete anos mais tarde, a companhia recebeu o nome de Troupe du Roi.
Desde sua primeira obra de expressão - Les Précieuses ridicules (1659; As preciosas ridículas)- Molière já definia sua visão satírica quanto aos costumes da época. Em Paris apresentou 31 obras próprias e muitas outras de diversos autores, e sustentaria uma luta constante contra as acusações de imoralidade e as proibições de exibição de suas obras.
A crítica à hipocrisia religiosa levantou contra Molière o clero católico, que conseguiu proibir Tartuffe por cinco anos e Dom Juan, ou Le Festin de pierre (Dom Juan ou O banquete de pedra), obra da mesma época, por toda a vida do autor.
Em 1665, contudo, Molière triunfou com Le Misantrope(O misantropo), paródia de um personagem de princípios rígidos que não considera ninguém digno de comparar-se com ele.
L'Avare (1668; O avarento), foi uma de suas obras-primas. A paradoxal condição do personagem central, desumano em sua paixão pelo dinheiro e desejoso ao mesmo tempo de amor e respeito, foi descrita por Goethe como mais trágica do que cômica. A comicidade da obra se sustenta na percepção da ambigüidade da natureza humana.
Em 17 de janeiro de 1673, enquanto representava no palco o protagonista de sua última obra, Le Malade imaginaire (O doente imaginário), Molière sofreu um repentino colapso e morreu poucas horas depois, em sua casa de Paris.
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