Maio de 2010 - Nº 17   ISSN 1982-7733  
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IO - Instituto Oceanográfico da USP

O Instituto Oceanográfico da USP presente no PROANTAR


Elisabete S. Braga

Professora e pesquisadora do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo

Símbolo do Proantar

O Brasil participou da primeira pesquisa científica realizada pelo Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR) no verão 1982-1983 com o Navio Oceanográfico do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo - N/Oc. Prof. Wladimir Besnard - que teve a bordo uma tripulação de pesquisadores do Instituto Oceanográfico. O navio da Marinha do Brasil - Almirante Câmara - acompanhou o N/Oc. Prof. Wladimir Besnard realizando o apoio logístico necessário.

As pesquisas realizadas nesta expedição permitiram ao Brasil passar, em 1984, de membro signatário a membro consultivo no Tratado da Antártida junto a mais 27 países que compõem o quadro de 45 membros totais. A partir daí, o Brasil foi aceito como membro do Comitê Científico sobre Pesquisa Antártica (SCAR – sigla em inglês) órgão internacional que coordena a pesquisa na Antártida.

Por que pesquisar a região Antártica?

Foto: Elisabete S. Braga

Muitos são os motivos, as pesquisas em sua maioria visam compreender o papel do continente gelado no equilíbrio global tendo destaques seu papel no controle do clima, os efeitos sobre o continente como a expansão do buraco na camada de ozônio, a intensificação do efeito estufa, o papel da região como sumidouro de gás carbono, o descongelamento e o aumento do nível do mar, a variabilidade climática entre outros.

PROANTAR

O PROANTAR - Programa Antártico Brasileiro – nasceu desta necessidade e tem como atribuição planejar e executar as atividades logísticas e científicas relacionadas ao continente antártico mantendo o foco nas questões ambientais.

O PROANTAR é gerido pelo governo através de uma parceria entre ministérios: Ministério das Relações Exteriores, da Defesa (Marinha e aeronáutica), da Ciência e Tecnologia, do Meio Ambiente e de uma agência de Fomento, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

As pesquisas propostas pelas Universidades e Centros de Pesquisa são financiadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq. A aprovação dos projetos leva em consideração vários pontos além do mérito da pesquisa como, por exemplo, a não produção de danos ao meio ambiente.

O Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) ocupa-se de combinar a pesquisa brasileira às diretrizes do Comitê Científico sobre Pesquisas Antárticas (SCAR), o Ministério do Meio Ambiente (MMA) garante o cumprimento das regras internacionais para pesquisas na região antártica e o ministério das Relações Exteriores acompanha a atuação do Brasil no âmbito do Tratado Antártico. O Ministério da Defesa atua no PROANTAR por meio da Marinha e da Aeronáutica. A Marinha do Brasil abriga a Secretaria Interministerial para Recursos do Mar (SECIRM) que gerencia o Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR), planeja as Operações Antárticas e financia o segmento logístico das Operações do PROANTAR, mantém a Estação Comandante Ferraz e seus Refúgios. A Aeronáutica realiza o transporte de pessoas e faz os voos de apoio e manutenção do Programa. O Ministério de Minas e Energia, por meio da Petrobrás, cede ao Programa combustível especial desenvolvido para regiões gelada.

O Brasil realiza pesquisas na região desde o verão antártico de 1982/1983, junto a 1ª Operação Antártica do Programa PROANTAR, com marcante participação do navio  Prof. W. Besnard do Instituto Oceanográfico da USP que, embora não tenha sido construído para a navegação polar, apresentava estrutura robusta e adequada à pesquisa, e foi construído na Noruega. Até 1988, pesquisadores e embarcação da USP afirmaram a participação do Brasil nas pesquisas antárticas, contribuindo para o conhecimento, monitoramento e elaboração de recomendações para preservação do continente.

Até a VI OPERANTAR o N/Oc. Prof. W. Besnard marcou presença na região Antártica, navegando pela última vez no ano 1988, acompanhado nos primeiros anos pelo N/ApOc Almirante Câmara, em seguida pelo N/ApOc. Barão de Teffé.

Base Antártica Brasileira Comandante Ferraz. Foto: Elisabete S. Braga

A equipe do Instituto Oceanográfico da USP (IOUSP) presenciou o início da construção da Base Antártica Comandante Ferraz que, por sua vez, contou com sugestões dos próprios pesquisadores do IO para construção dos laboratórios. 

 

A Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF), base de apoio à pesquisa brasileira no continente antártico, teve parte de suas instalações tomada por um incêndio em fevereiro de 2012. Após esta tragédia, um novo projeto para construção de uma Base de apoio mais moderna, com  espaços para laboratórios, biblioteca, centro cirúrgico está sendo implementado. A previsão é de uma construção de  4,5 mil m2, com capacidade para abrigar 64 pessoas naquela região remota. A nova base será construída no mesmo local da Base anterior. A previsão do término é para o ano 2016. Durante todo este período de instalação, as pesquisas brasileiras têm sido mantidas com grande esforço logístico dos navios da Marinha do Brasil, dos aviões da Força Aérea Nacional e dos Programas de Pesquisa  apoiados Governo e, naturalmente,  pelo esforço dos pesquisadores.

 

O Programa Antártico Brasileiro amadureceu e atualmente envolve muitas outras Universidades e Centros de Pesquisa usufruindo de diferentes ferramentas logísticas para a realização das pesquisas nacionais, sempre com base no Tratado Antártico e seguindo a prerrogativa fundamental da preservação do continente antártico, devido ao seu papel na manutenção global do clima e das formas de vida do planeta.

 

(atualizado em 27/02/2015)

 

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O INSTITUTO OCEANOGRÁFICO DA USP NO PROANTAR

 
 
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