Maio de 2010 - Nº 17   ISSN 1982-7733  
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Carapaças microscópicas na Antártida


André Rosch Rodrigues

Beatriz Beck Eichler

Laboratório de Ecofisiologia

Departamento de Oceanografia Biológica

Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo

 

Geleira na Enseada MacKellar na Baía do Almirantado. Foto: André R. Rodrigues

Você sabia que na areia da praia nem tudo o que você vê são grãos de areia? Na verdade existem muitos organismos na areia da praia que nossos olhos não conseguem ver sem a ajuda de um microscópio, dentre tantos organismos existe um conhecido como foraminíferos.

Foraminíferos antárticos aglutinantes: A. Portatrochammina antarctica,

B. Pseudobolivina antarctica; e com carapaça de carbonato de cálcio;

C. Globocassidulina biora e D. Bolivina pseudopuncata.

Os foraminíferos são parentes muito próximos das amebas e eles possuem uma particularidade incrível: possuem uma minúscula carapaça (concha), que pode ser de carbonato de cálcio ou de materiais do meio externo que são colados ao organismo. São organismos unicelulares e existem em grande abundância e diversidade em todos os oceanos conhecidos.

 

Pesquisadores André Rosch Rodrigues e Patrícia Pinheiro Beck Eichler coletando material para estudo de foraminíferos na Antártica.  

Há mais de um século esses organismos são estudados e descritos em trabalhos científicos. Eles chamam a atenção não apenas pela beleza de suas carapaças, mas também por serem ótimos indicadores ambientais. Pelo fato de serem organismos muito pequenos, os pesquisadores conseguem obter muitos organismos em pouco material coletado, além dessa característica, eles também possuem ciclo de vida rápido e suas carapaças são preservadas após a morte. Dessa forma, existem muitos depósitos de carapaças de foraminíferos mortos no fundo do mar. Existem regiões do oceano onde todo o fundo marinho apresenta as minúsculas conchas de foraminíferos.

No atual cenário de mudanças climáticas globais, os foraminíferos mais do que nunca estão servindo como uma segura base científica para indicar as características dos oceanos no passado. Os foraminíferos preservam informações químicas sobre a temperatura e salinidade da água, registradas em suas carapaças de carbonato de cálcio. Dessa forma, através de análises químicas nas carapaças de foraminíferos é possível datar e saber a temperatura da água do mar no período em que essa carapaça foi formada. A pesquisa científica na região antártica vem avançando muito e os estudos dos foraminíferos combinado com informações ambientais podem revelar muito sobre as condições do sistema marinho.

O grupo de pesquisadores do Laboratório de Micropaleontologia Marinha do Instituto Oceanográfico da USP, coordenado pela professora Beatriz Beck Eichler vem estudando a fauna de foraminíferos antárticos recentes na Baía do Almirantado, local onde está a Estação de Pesquisa Antártica Brasileira “Comandante Ferraz”. Até o momento, o grupo de pesquisadores já realizou um inventário das principais espécies que ocorrem nas águas mais rasas da baía (< 100 m). O conjunto de dados ambientais relativos às águas de fundo e ao sedimento marinho torna possível inferir sobre a ocorrência de determinadas espécies. Sendo assim, o campo para se investigar foraminíferos de 100, 1.000, 10.000 ou 100.000 anos atrás já foi estabelecido.

É importante conhecer as relações entre os foraminíferos e seu meio ambiente no presente, para se avaliar o cenário ambiental do passado e dessa forma, prever o que o futuro nos prepara!

 

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PESQUISAS REALIZADAS PELO INSTITUTO DE OCEONOGRAFIA DA USP NA ANTÁRTIDA

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