Maio de 2010 - Nº 17   ISSN 1982-7733  
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IO - Instituto Oceanográfico da USP

Estação Antártica Brasileira Comandante Ferraz  (EACF)


Elisabete S. Braga

Professora e pesquisadora do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo

Estação Antártica Brasileira de Comandante Ferraz (EACF). Foto: Elisabete S. Braga

As primeiras expedições brasileiras foram realizadas a bordo do N/Oc/ Prof. W. Besnard, acompanhado pelo NApOc Barão de Teffé. A bordo foram realizadas pesquisas das correntes marinhas, da composição química e da biologia, desde a região ao Sul da América do Sul até o Estreito de Bransfield. As bases de pesquisas estrangeiras foram visitadas pela equipe de pesquisadores brasileiros e a intenção de instalar uma Base de Pesquisa para o Brasil começou a se tornar realidade. Onde? Imagine, em uma das Ilhas da Península Antártica, a ilha do Rei George, que apresenta uma Baía chamada Baía do Almirantado, onde já estavam instalados os poloneses, na Base de Artowisky. Uma equipe de ingleses também se instalou por lá, mas logo depois houve um desaparecimento misterioso destes ingleses.

Jacques Cousteau, em sua primeira exploração do continente antártico, fez uma parada na Ilha do Rei George visitando o que restou da Base inglesa. Cousteau observou a grande presença de ossadas de baleia por toda Ilha e, acompanhado de um biólogo de sua equipe e seus homens juntaram de modo mais fiel possível o esqueleto de uma Baleia, que até hoje é visitada na Ilha e se encontra bem próxima à base brasileira.

Com a determinação de construir e instalar uma base brasileira, os pesquisadores do Instituto Oceanográfico se puseram a desenhar os containers laboratórios necessários para a pesquisa e a listar os equipamentos básicos para suprir as áreas da pesquisa oceanográfica em terra. A Marinha do Brasil, Ministério de Ciência e Tecnologia, Ministério do Meio Ambiente e Secretária  Interministerial para Recursos do Mar junto ao PROGRAMA PROANTAR construíram a Base Brasileira “Comandante Ferraz” importante etapa para a pesquisa antártica nacional.

A Estação Brasileira de Pesquisa Antártica foi instalada em 1984 contendo inicialmente oito módulos transportados pelo navio da Marinha Barão de Teffé. Foi inaugurada em 6 de fevereiro de 1984 contendo: dormitórios, cozinha, refeitório, casa de motores e equipamentos de radiocomunicação, sistema de aquecimento de neve e gelo para abastecimento de água. O navio de apoio Almirante Câmara foi substituído pelo Barão de Teffé. Em 1988 o Navio Prof. Bersnard deixou de ir à região Antártica. Hoje, parte da expedição é realizada com apoio da aeronáutica com aviões Hércules C- 130 e o navio que está operando na região é o navio de Apoio Oceanográfico Ary Rongel. Está sendo prevista a participação do novo navio de Apoio Oceanográfico à região – o Cruzeiro do Sul.

Escalas nas cidades de Pelotas e Rio Grande (RS) e Punta Arenas (Chile) são previstas para o apoio logístico. As aeronaves deixam parte da equipe na base Presidente Eduardo Frei Montalva (Chile) que dispõe de um campo de pouso e também de um hotel. O transporte de Frei para a Base Brasileira ou para o navio brasileiro pode ser feito por meio de helicópteros. Os voos são importantes para a manutenção da base e troca de pesquisadores, sobretudo no inverno, e são realizados com técnicas especiais desenvolvidas pela FAB (Força Aérea Brasileira) de modo a permitir que se deixe até materiais frágeis - mesmo caixas de ovos – que por sua vez são liberados por pára-quedas.

O material de pesquisa, bem como parte dos pesquisadores e materiais, retorna ao Brasil pelo mês de março, depois de iniciar viagem em outubro. A importância da realização das pesquisas no período de verão austral é fundamental para a compreensão de organismos vivos e a qualidade da água e clima. A base permanece ativa no inverno, com equipes especialmente treinadas para situações de frio extremo e de confinamento, e normalmente formadas por militares.

Atualmente, a Base de Pesquisa Antártica - Comandante Ferraz compõe-se de 64 módulos de dimensões variadas construída em aço. Além de acomodações básicas para até 46 pessoas, a base possui 16 laboratórios destinados às pesquisas biológicas, químicas e atmosféricas, e módulos de apoio logístico. A base localiza-se na Península Antártica, na Ilha Rei George V, e está locada na Baia do Almirantado.

 A base Polonesa de Artowisky é nossa vizinha e fica próxima a uma grande pinguineira. Ao lado da Base brasileira existe uma ossada de baleia montada pela equipe de Jacques Cousteau, pois é muito comum encontrar-se ossos perdidos na praia e, conhecendo a anatomia, pode-se chegar a essa proeza de montar um esqueleto completo.

A tecnologia atual permite um sistema eficiente de comunicação com telefone, rádio, internet e até correio em uma área outrora totalmente remota.

Antigamente, os navios de apoio e de pesquisa saíam do Rio de Janeiro e de Santos, respectivamente, fazendo uma escala na base da ESANTAR (Estação de apoio Antártico), no Rio Grande (RS), para que a tripulação recebesse as roupas e equipamentos especiais necessários ao trabalho em zona fria. Hoje, esta base cresceu e continua fazendo a manutenção de reserva das roupas e equipamentos antárticos usados pelas equipes científicas e de Apoio.

 

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