Com texto de Mário Viana, a comédia Hoje tem Mazzaropi é inspirada no típico caipira brasileiro. Eem cartaz no Teatro União Cultural. Até 27 de junho.
Foto: Beto Matos
Versão fictícia, porém baseada na vida e obra do ator, diretor e empresário paulista Amacio Mazzaropi (1912 – 1981), o inesquecível personagem da cultura popular brasileira, a comédia Hoje tem Mazzaropi estreia com texto de Mário Viana, direção de Hugo Coelho e os atores Júlio Lima, Iara Jamra, Beto Galdino, Dani Mustafci, Maria Carolina Dressler e Silvia Poggetti.
O personagem Philaderpho, criação do ator Júlio Lima, foi o embrião da peça que explora a graça popular e simplória do artista que encarnou o personagem criado por Monteiro Lobato, o típico caipira de calças pula-brejo, paletó apertado, camisa xadrez e botinas. No elenco também estão Iara Jamra, Silvia Poggetti, Beto Galdino, Dani Mustafci e Maria Carolina Dressler
Um dos maiores artistas populares surgidos na cultura brasileira, Mazzaropi conseguiu eternizar no imaginário coletivo um modelo de caipira com generosas doses de irreverência e uma simplicidade que até hoje levam o público a se divertir e se emocionar com suas histórias. ‘’O grande segredo de Mazzaropi foi ter retratado a esperteza do caipira que havia mudado da roça para a cidade e mesmo desambientado, num meio agressivo a ele, se dava bem frente aos sabichões da cidade. Os espertos sempre dançam na mão do caipira ’’, brinca Mário Viana, autor do texto.
Usando a estrutura simples, ingênua e popular dos filmes de Mazzaropi a peça baseia sua trama na vida de Philaderpho Mazzaropi (primo distante do verdadeiro Mazzaropi), sua esposa Zefa e as filhas Dolor e Maricota; uma família caipira que mora na roça, no interior de São Paulo.
Do dia para a noite, a família se vê envolvida numa sucessão de eventos que acabam por reproduzir episódios ocorridos na vida do primo famoso. Tudo começa quando Dolor, a filha mais velha, resolve deixar a roça para ser artista na cidade grande. Preocupada, a família toda sai em sua busca. No caminho, Philaderpho é descoberto como a nova grande promessa de sucesso, após a morte do primo Mazzaropi.
O texto aborda o universo do homem do campo, suas raízes culturais, sociais, valores e referências. ’’O barato da peça é que ela mescla a vida de Mazzaropi com a do primo e sua família. Todas as aventuras vividas pela família Philaderpho foram baseadas na vida do próprio Mazzaropi’’, afirma Viana.
Os figurinos são os do universo caipira, e a trilha sonora, além do som da viola caipira, inclui músicas de alguns filmes do Mazzaropi’’, completa.
Mazzaropi foi um artista brasileiríssimo, de origem humilde, que começou no circo, foi para o rádio, passou pela TV, e chegou ao cinema, onde estreou como ator até se tornar seu próprio produtor, diretor e distribuidor, consagrando-se como um dos maiores sucessos de bilheteria. Em 1948, foi contratado pela Rádio Tupi do Rio de Janeiro, onde trabalhou no programa "Rancho Alegre", dirigido por Cassiano Gabus Mendes.
Convidado pela Vera Cruz, em 1951, fez seu primeiro filme: "Sai da Frente". Em 1958, com recursos próprios, comprou uma fazenda em Taubaté e montou a Produções Amácio Mazzaropi - Pam Filmes. O primeiro filme que fez foi "Chofer de Praça". No ano seguinte, com "Jeca Tatu", encarnando o personagem criado por Monteiro Lobato, o típico caipira de calças pula-brejo, paletó apertado, camisa xadrez e botinas, conquistou a maior bilheteria do cinema nacional. O sucesso persistiu nas décadas de 1960 e 1970. Ao todo, Mazzaropi fez 32 longas-metragens, contando histórias que abordavam o racismo, a religião, a política e até a ecologia, com simplicidade e bom humor, falando "a língua do povo", para o povo que o adorava. Mesmo sendo considerado superficial pela crítica e pela elite intelectual, deixou sua marca na cultura nacional.
Espetáculo Hoje tem Mazzaropi
Temporada: sextas às 21h30, sábados às 21 horas e domingos às 20 horas, até dia 27 de junho.
Ingressos: R$ 20,00 sexta; R$ 40,00 sábado; R$ 30,00 domingo. Censura: 12 anos. Duração: 75 minutos.
Teatro União Cultural
Rua Mario Amaral, 209. - Travessa da rua Maria Figueiredo. Próximo Estação Metro Brigadeiro.
Telefone 2148 2900 / 2148 2904.
Capacidade: 285 lugares.
Horário de funcionamento da bilheteria: Segunda e terça, das 9h às 17 horas. Quarta a domingo, das 13h às 21h30.
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