Novembro de 2009 - Nº 16   ISSN 1982-7733  
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"E agora, Nora?!" está em cartaz no TUSP


E agora, Nora?! Propõe mergulho em universo e clichês femininos. Espetáculo da Cia. Temporária de Investigação Cênica parte da cena final de Casa de Bonecas, de Henrik Ibsen para mostrar as transformações femininas ao longo do tempo. Até 17 de dezembro.

 

Fotos: Divulgação

Na cena final e emblemática de Casa de Bonecas, de Henrik Ibsen, Nora, a personagem principal, decide romper com o que até então julgava inerente aos seus papéis de mulher, mãe, esposa e filha e sai em busca de sua individualidade. Nora atravessa a porta de sua casa e a fecha atrás de si. Partindo do que aconteceu com Nora quando ela sai de casa, a Cia. Temporária de Investigação Cênica – que pesquisa a construção de diferentes linguagens cênicas a partir do uso de procedimentos de outras formas artísticas, principalmente da dança, das artes plásticas e da performance, na criação teatral – reestreia o espetáculo E AGORA, NORA?!

 A montagem, que serviu de trabalho de conclusão de curso de direção de Joana Dória de Almeida, na Universidade de São Paulo, ganha os palcos com orientação de Cibele Forjaz, da Cia. Livre. Em cena, as atrizes Joana Dória de Almeida, que também assina a direção, Júlia Novaes e Sofia Boito desfiam, sempre com muito bom humor, as várias questões das mulheres contemporâneas. Roberta Estrela D’Alva, do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, escreveu as intervenções poéticas, tendo como base a dramaturgia do espetáculo.

 

E AGORA, NORA?! é formado por quatro blocos dramatúrgicos. O primeiro tem o foco em Nora, personagem de Ibsen e retrata a mulher de época. Já o segundo é pautado nos discursos feministas e no avanço do feminismo na sociedade. A mídia, com suas inúmeras revistas voltadas ao público feminino, marca o terceiro bloco e o quarto é focado nas experiências das próprias atrizes.

 

Passar pela porta

Para a construção do espetáculo, as atrizes se perguntaram várias vezes o que acontece com Nora quando ela sai de casa. “Hoje em dia, já podemos nos perguntar sobre o que encontraram fora de casa as mulheres, que como a personagem, mudaram os comportamentos historicamente considerados femininos e saíram em busca de independência e realização individual fora do universo familiar”, explica a diretora e atriz Joana Dória de Almeida.

 

A diretora ainda afirma que concebeu uma encenação que mostrasse as transformações femininas ao longo do tempo. “Foi a percepção de que falar da mulher de hoje é despir-se de personagens e colocar os próprios corpos e questões das atrizes em cena, que fez surgir a curva dramatúrgica e a linguagem do espetáculo” conta Joana.  

Partindo de Nora, as atrizes se despem aos poucos de seus papéis e dos arquétipos femininos e terminam elas mesmas se colocando a questão: e agora, de que lado estamos da porta? “Como as imagens da mulher e do feminino nos foram passadas de geração em geração e como determinam, atualmente, nossa subjetividade, nossas relações, nossa vida? O que significa, hoje, tomar a decisão e passar pela porta?”, pergunta a diretora e atriz.

 

A Cia Temporária compreende teatro não como um gênero pré-concebido, mas como uma arte cênica em processo. Associando pesquisa de linguagem artística à reflexão sobre o contexto sócio-político-cultural no qual está inserida, a Cia. pensa também o mundo, a sociedade e a si mesma, como processos constantes, que se formam e transformam a todo o momento. A proposta enquanto companhia é manter treinamento e pesquisa continuados, para desenvolver espetáculos e intervenções artísticas.  

 

E AGORA, NORA?!

Reestreia dia 4 de novembro

Dramaturgia – Cia. Temporária de Investigação Cênica. Concepção e Direção – Joana Dória de Almeida. Elenco – Joana Dória de Almeida, Júlia Novaes e Sofia Boito. Assistente de Direção – Diogo Spinelli. Intervenções Poéticas – Roberta Estrela D’Alva. Orientação – Cibele Forjaz. Desenho de Som – Pedro Semeghini. Desenho de Luz – Sofia Boito. Cenário e Figurinos – Cia. Temporária de Investigação Cênica. Vídeos – Carolina Mendonça e Fernanda Gomes.

Duração – 50 minutos.

Espetáculo recomendado para maiores de 14 anos.

Temporada – Quartas e quintas-feiras às 20 horas. Ingressos – R$ 20,00 (meia entrada para estudantes e maiores de 65 anos). Até 17 de dezembro.

 

SALA EXPERIMENTAL PLÍNIO MARCOS DO TUSP – Teatro da USP

Rua Maria Antônia 294 – Consolação.

Telefone: (11) 3255-1782.

Bilheteria abre duas horas antes do início de cada apresentação. Capacidade – 40 lugares.

 

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VOCÊ SABIA?

Quem foi Luigi Pirandello?

Luigi Pirandello, nasceu na Sicília, em 1867.

Poeta, romancista e dramaturgo italiano, formado em filologia pela Universidade de Bonn, na Alemanha, recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1934. Nascido em Agrigento, de família bem colocada financeiramente, exploradores de minas de enxofre, muda-se para Roma para estudar em 1893, até então havia se dedicado já à poesia e começa a se dedicar a outros gêneros literários. Devido a desentendimentos acadêmicos vai estudar na Alemanha, onde se forma. Posteriormente retorna a Roma, se estabelece e sofre uma grande perda financeira quando a família perde as minas de enxofre, seu principal sustento, e é obrigado a lecionar para se sustentar. Este fato também levou sua esposa à internação com distúrbios mentais. Seis Personagens à Procura de um Autor é tida como a principal obra da dramaturgia de Pirandello, estreou em 1921 com críticas, mas logo após conquistou sucesso internacional. Entre suas obras estão também as peças Esta Noite se Improvisa e Cada Um a Seu Modo, entre várias outras, o romance O Falecido Mattia Pascal, além de poesias, contos, crônicas e ensaios como O Humorismo.

Faleceu em Roma no ano de 1936.

Letícia Lopez

estudante de Psicologia - PUC/SP e formanda no curso de teatro- Indac/SP

 
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