Constituída pela empresa, em sua sede na Espanha, e gerenciada pela Fundación Telefónica em Madrid, a Coleção de Fotografia Contemporânea da Telefônica chega ao Brasil, pela primeira vez, e estará em exposição no Instituto Tomie Ohtake em São Paulo. Com mais de 80 obras, das quais 36 integram esta exposição, a Coleção reúne trabalhos de 1973 – quando a fotografia se consolida como linguagem artística – até 2007. Em cartaz até 18 setembro de 2011.

Pietà, Marina Abramovic,1993. Foto: Divulgação
Iniciada em 2002, a Coleção de Fotografia Contemporânea da Telefônica se formou com o objetivo de refletir o terreno de emancipação, a partir do qual a fotografia se reafirmou como veículo de expressão artística, liberada de sua função documental. Com a sua integração no mundo artístico, a fotografia prosperou no campo da experimentação e da criação. São os dois princípios que norteiam a coleção e a mostra cujos principais eixos conceituais se dividem em: a arquitetura e o espaço; a paisagem e a natureza; simulacros; e identidade.
Figuras essenciais para a independência artística da fotografia, os Becher estipularam, desde a Escola de Dusseldorf, o estudo de arquitetura e espaço como uma temática de primeira ordem. Entre o trabalho de seus alunos podemos encontrar desde os espaços públicos de Cândida Höffer – assépticos e inquietantes pela ausência de presença humana – até as reflexões sobre a percepção que contém a obra de Axel Hütte, repleta de reflexos e de desafios para o olhar. A escorregadia distinção entre o real e o fictício fica envolvida magistralmente no trabalho de Casebere que, ao realizar instalações de falsos espaços para fotografá-los, chega a questionar a categoria de verossimilhança nas imagens.

Neue National Galerie Berlin VI, Candida HÖFER. Foto: Divulgação
A paisagem e a natureza constituem outro bloco temático da Coleção. Evoca o sublime à maneira do Romantismo de Gaspar David Friedrich, como é possível observar na obra de Andreas Gursky ou de Olafur Eliasson. Joga novamente com a aparência e a ficção, como se desprende da obra de Perejaume. Insinua a ação do homem na paisagem com a finalidade de questionar se algo natural é totalmente espontâneo ou parcialmente construído, como sugere o trabalho de Orozco.
Construções e ficções alcançam suas últimas conseqüências teóricas na seção simulacros, que trata sobre o sentido da representação na arte e coloca em questão o interessante assunto da noção de autoria.
Através do estudo de gênero que desenvolveu Cindy Sherman, questionando os estereótipos femininos, ou da utilização do corpo como veículo de expressão, possível observar nos trabalhos de Helena Almeida, Zhang Huan e John Coplans, a Coleção presta atenção especial à questão da identidade. O retrato e o autorretrato deixam de ser uma representação literal do sujeito e se convertem em suporte para projetar aspectos como o outro ou para mostrar a complexa construção da identidade contemporânea.
Exposição: Coleção de Fotografia Contemporânea da Telefônica
Até 18 de setembro de 2011, terça a domingo, das 11h às 20h – entrada franca
Patrocínio: Fundação Telefônica
Instituto Tomie Ohtake
Av. Faria Lima, 201 (Entrada pela Rua Coropés) - Pinheiros SP Fone: 11.2245-1900
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