Abril de 2009 - Nº 14   ISSN 1982-7733  
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"O Fingidor" está em cartaz no TUCA-SP


O espetáculo "O Fingidor" (Prêmio Shell/99 de melhor autor), uma das mais festejadas montagens da última década, inspirado na vida e obra de Fernando Pessoa, reestreou no dia 4 de abril, no TUCA, em São Paulo. A temporada, comemorativa dos 10 anos de sua trajetória, segue até dia 28 de junho. 

 

O Fingidor. Foto: ArnaldoTorres.


A peça é uma ficção inspirada na vida e obra de Fernando Pessoa. O poeta, em seus últimos dias, disfarça-se para se candidatar à vaga de datilógrafo, oferecida por um crítico literário, profundo conhecedor de sua obra. Envolvendo personagens reais e fictícios, inclusive os heterônimos de Pessoa, o espetáculo traz uma visão bem-humorada sobre a poética do autor. 

O espetáculo, ainda sob direção do autor Samir Yazbek, retorna com boa parte do elenco da montagem original, encabeçado por Helio Cicero, que divide o palco com Álvaro Augusto Motta, Antônio Duran, Duda Mattos, Eduardo Semerjian, Laerte Mello, Regina Remencius, Rubia Reame e Wagner Mollina. A realização é da Companhia Teatral Arnesto nos Convidou.

A Montagem 

Segundo Samir Yazbek, "O Fingidor" não pretende ser um recital de poesia, nem mesmo uma biografia teatralizada do poeta. A peça, servindo-se do fenômeno da heteronímia, por meio do qual Pessoa criava suas personalidades literárias para escrever, procura ampliá-lo para a linguagem teatral, apresentando uma personagem que na verdade nunca existiu, um “certo” Jorge Madeira.  

No enredo, Fernando Pessoa, vivendo seus últimos dias, disfarçado como o datilógrafo Madeira, pretende conhecer José Américo, o crítico literário que, como incentivador do poeta, prepara uma conferência sobre sua obra. A partir daí, uma história de muitas surpresas; as situações se desenrolam com personagens reais e fictícios, tais como a governanta Amália, de quem Pessoa sente-se enamorado; a irmã do poeta, o editor de uma revista literária, um jovem estudante de literatura e os principais heterônimos de Pessoa, resultando numa parábola sobre papel do artista na sociedade contemporânea. 

A direção de Yazbek privilegia o trabalho do ator através da trajetória dos personagens; o espetáculo, sem abrir mão de sua comunicação com o público, abarca desde o drama existencial até a comédia popular, revelando os aspectos mais sombrios da personalidade do poeta. Ao mesmo tempo, inspirada na visão de Pessoa a respeito da arte em geral, a montagem apresenta um aspecto lúdico, onde a realidade e a imaginação se entrelaçam, o que acaba por estimular a faceta mais libertária da plateia. 

Nesse sentido, colabora o cenário de Marisa Rebolo, formado por painéis deslizantes. Conforme a movimentação dos atores, esses painéis, que ora se apresentam de forma opaca, com escritos de Fernando Pessoa, e ora de forma transparente, conforme o posicionamento da luz, compõem os ambientes e revelam os planos de ação. O figurino de Elena Toscano a princípio inspira-se na época de 1935, ano da morte de Fernando Pessoa. No caso dos heterônimos Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis, aproxima-se mais da linguagem expressionista, para traduzir os matizes da poética de Pessoa. Através do heterônimo vivo Jorge Madeira, o figurino revela uma identidade mais farsesca, aproximando-se de um referencial de matriz brasileira, mais popular. A sonoplastia de Raul Teixeira e a iluminação de Celso Marques reforçam o diálogo entre a realidade e a imaginação, que o espetáculo propõe.

 

Espetáculo: “O Fingidor”

Texto e direção: Samir Yazbek

Elenco: Álvaro Augusto Motta, Antônio Duran, Duda Mattos, Eduardo Semerjian, Helio Cicero, Laerte Mello, Regina Remencius, Rubia Reame e Wagner Mollina.

Dramaturgista: Maucir Campanholi

Direção original de movimento: Dani Hu

Cenário: Marisa Rebolo

Figurino: Elena Toscano

Concepção de luz: Celso Marques

Operação de luz: Henrique Zanoni

Sonoplastia: Raul Teixeira

Operação de som: João Blumenschein

Design gráfico: Agência ATCK / Diego Spino

Fotografia: João Caldas

Produção executiva: Mecenato Moderno / Silvia Marcondes Machado

Logística de produção: Geondes Antônio

Contato com grupos e escolas: Catarina Grimaldi

Administração: Silvia Marcondes Machado

Realização: Companhia Teatral Arnesto nos Convidou

Apoio: Teatro TUCA

 

Reestreia: Dia 4 de abril - sábado - às 21h30

Local: TUCA - www.teatrotuca.com.br

R. Monte Alegre, 1024 - Perdizes/SP - Tel: (11) 3670-8455

Temporada: Sexta e sábado (às 21h30) e domingo (às 19 horas) - Até 28/06/09

Não haverá espetáculo nos dias 1, 2 e 3 de maio.

Ingressos: R$ 40,00 (inteira); R$ 20,00 (¹/2 entrada); R$ 10,00 (estudantes, professores e funcionários da PUC-SP) - Duração: 1h40 – Gênero: Drama – Classificação: 14 anos

Capacidade: 672 lugares. Bilheteria: quarta a domingo, das 15h até o início dos espetáculos (aceita cheques e cartões de débito Visa e Redeshop). Televenda de ingressos: 2198-7726 - www.compreingressos.com (aceita todos os cartões). Ar condicionado. Acesso universal. Estacionamento conveniado: Riti Estacionamentos (R. Monte Alegre, 835 - R$10,00, tel: 3167-7111). 

 

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Veja também>>>

 

- O Fingidor
Direção:Samir Yasbek

- Cordel de Amor sem Fim
Direção:Anderson Mauricio

- Improvável
Direção:Cia Barbixas de Humor

 

 

 

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VOCÊ SABIA?

Quem foi Molière?

Jean-Baptiste Poquelin, que adotou o nome artístico de Molière, nasceu em Paris no ano de 1622. Filho de um rico fornecedor de tapetes ficou órfão de mãe aos 10 anos.

Decidido a se dedicar ao teatro, funda em 1643 a Companhia L'Illustre-Théâtre, em Paris. Depois de alguns meses o grupo excursiona pela França, representando obras do repertório clássico e algumas peças curtas escritas por Molière.  Extraordinário escritor e diretor jamais concebeu suas obras para a publicação, mas sim para a representação.

Em 1658 a companhia pôde representar diante do rei Luís XIV a obra Nicomède, de Corneille, e uma peça de Molière, Le Docteur amoureux (O médico apaixonado). Seu êxito foi tão grande que o duque Filipe de Orléans, irmão do rei, tomou o grupo sob sua proteção e, sete anos mais tarde, a companhia recebeu o nome de Troupe du Roi.

 Desde sua primeira obra de expressão - Les Précieuses ridicules (1659; As preciosas ridículas)- Molière já definia sua visão satírica quanto aos costumes da época. Em Paris apresentou 31 obras próprias e muitas outras de diversos autores, e sustentaria uma luta constante contra as acusações de imoralidade e as proibições de exibição de suas obras.

A crítica à hipocrisia religiosa levantou contra Molière o clero católico, que conseguiu proibir Tartuffe por cinco anos e Dom Juan, ou Le Festin de pierre (Dom Juan ou O banquete de pedra), obra da mesma época, por toda a vida do autor.

 Em 1665, contudo, Molière  triunfou com Le Misantrope(O misantropo), paródia de um personagem de princípios rígidos que não considera ninguém digno de comparar-se com ele.

L'Avare (1668; O avarento), foi uma de suas obras-primas. A paradoxal condição do personagem central, desumano em sua paixão pelo dinheiro e desejoso ao mesmo tempo de amor e respeito, foi descrita por Goethe como mais trágica do que cômica. A comicidade da obra se sustenta na percepção da ambigüidade da natureza humana.

 Em 17 de janeiro de 1673, enquanto representava no palco o protagonista de sua última obra, Le Malade imaginaire (O doente imaginário), Molière sofreu um repentino colapso e morreu poucas horas depois, em sua casa de Paris.

 
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