No dia 29 de setembro, o MCCE - Movimento de de Combate à Corrupção Eleitoral - entregou ao presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, o Projeto de Lei de Iniciativa Popular sobre a Vida Pregressa dos Candidatos, junto com 1 milhão e 300 mil assinaturas o que corresponde à participação de 1% do eleitorado brasileiro.
O PL já foi protocolado na mesa da Câmara e iniciou seu processo de tramitação na Casa, que será acompanhado de perto pelo MCCE.
O projeto de lei sobre a vida pregressa dos candidatos foi apensado ao PLP 168/93, que também trata de casos de inelegibilidades. De acordo com a secretaria executiva do MCCE, esse trâmite traz como resultado maior agilidade para a votação do projeto, uma vez que o PLP 168/93 já recebeu parecer favorável da Comissão de Constituição e Justiça quanto a sua constitucionalidade (CCJ). O próximo passo é a escolha do relator do projeto substitutivo a ser votado em plenário. Para isso, em nome do MCCE, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) encaminhou pedido de audiência pública com o presidente da Câmara, Michel Temer, responsável pela escolha do relator. O PL de iniciativa popular precisa ser votado e aprovado no Congresso Nacional para se tornar lei e passar a valer em todas as eleições brasileiras.
A pergunta que não quer calar: Quem poderia não concordar com um projeto como este?
A Campanha Ficha Limpa foi lançada em abril de 2008 e desde então conta com um apoio crescente de diversos segmentos da sociedade que aderiram à iniciativa ao longo desse ano. Nesse período, o MCCE já recebeu o apoio, na coleta de assinaturas e na discussão do tema, de Igrejas, empresas privadas, universidades, lojas maçônicas e promotorias eleitorais de todo o país, entre muitos outros segmentos. O envolvimento da sociedade na Campanha Ficha Limpa se deve ao interesse de todos e todas em melhorar o cenário político e eleitoral do país.
Entenda
A Campanha Ficha Limpa segue o mesmo formato no que foi desenvolvida a campanha pela Lei 9.840/99 - que combate a compra de votos e o uso eleitoral da máquina administrativa, também através da iniciativa popular o MCCE pretende dessa vez melhorar ainda mais um cenário que já alcançou mudanças positivas desde a aprovação da Lei 9.840, a primeira de iniciativa popular do país.
Até este momento, cerca de 700 políticos foram cassados com base na Lei 9.840 no Brasil. De acordo com o último levantamento feito pelo MCCE, com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), até março de 2009, 357 prefeitos e vice-prefeitos tiveram seus mandatos cassados por compra de votos nas eleições de 2008. Com a aprovação do novo projeto de lei de iniciativa popular proposto pela Campanha Ficha Limpa, esses parlamentares cassados não poderiam se candidatar por um prazo de oito anos, dentre outras medidas.
A idéia de lançar a Campanha Ficha Limpa foi uma demanda que partiu da própria sociedade, a partir dos Comitês 9840 do MCCE nos estados e municípios. Após dez anos de fiscalização da Lei 9.840, a sociedade percebeu que não basta só denunciar e cassar políticos corruptos, seria importante ir mais além e impedir que políticos com perfis inadequados participassem do processo eleitoral.
Foi desse anseio que se pensou em um novo projeto de lei de iniciativa popular. O PL tem base no § 9° do artigo 14 da Constituição Federal, que determina ao Congresso a edição de lei complementar que estabeleça “outros casos de inelegibilidade (...), considerada a vida pregressa do candidato”.
Entidades que compõem o Comitê Nacional do MCCE
- Associação Brasileira de Magistrados, Procuradores e Promotores Eleitorais (ABRAMPPE)
- Associação Brasileira de ONGs (Abong)
- Associação dos Juízes Federais (Ajufe)
- Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB)
- Associação Juízes para a Democracia (AJD)
- Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra)
- Associação Nacional do Ministério Público de Defesa da Saúde (AMPASA)
- Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT)
- Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp)
- Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF)
- Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR)
- Cáritas Brasileira
- Central Única dos Trabalhadores (CUT)
- Comissão Brasileira Justiça e Paz (CBJP)
- Comunidade Bahá'í do Brasil
- Confederação Nacional das Associações de Moradores (Conam)
- Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE)
- Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag)
- Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)
- Conselho Federal de Contabilidade (CFC)
- Conselho Federal de Enfermagem (Cofen)
- Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea)
- Conselho Federal de Farmácia (CFF)
- Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Coffito)
- Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic)
- Conselho Nacional de Saúde (CNS)
- Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia (CONTER)
- Cristãos Contra a Corrupção (Criscor)
- Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge)
- Federação Nacional do Fisco Esdadual
- Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj)
- Federação Nacional dos Portuários (FNP)
- Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase)
- Instituto de Estudos Sócio-Econômicos (Inesc)
- Instituto de Fiscalização e Controle (IFC)
- Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social
- Movimento do Ministério Público Democrático (MPD)
- Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)
- Rede de Informações para o Terceiro Setor (Rits)
- Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal (Unafisco Sindical
- União Nacional dos Auditores do Sus (Unasus)
- Voto Consciente
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