Novembro de 2010 - Nº 19   ISSN 1982-7733  
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Ei Créu, você não sabe de nada!

Lucas Alves Lima Barbosa

17 anos, estudante do 3º ano do Ensino Médio e do técnico em Eletrotécnica

Coqueiral – MG

 

 Eis que chega o século XXI, e com ele toda uma mudança nas nossas vidas, gerada pela intensa modernização do mundo. Parece-me que com toda essa mutação tecnológica no planeta, foram incutidas idéias inumanas na cabeça da juventude, o que refletiu na produção musical de nosso país. De fato, as músicas atuais não são dignas de tal nome, embora alguns insistam em chamá-las assim.

Nasce então uma ramificação da nossa música brasileira que, literalmente, esqueceu-se do humanismo. Parece-me que a massa juvenil deslembrou-se do verdadeiro sentido de uma canção, que é passar uma mensagem, falar sobre algo. E esse significado nunca deve ser esquecido, já que a música não deve passar por nós em vão, como se nada tivesse acontecido. Devemos absorver o conteúdo que ela expressa, fazendo com que cresçamos e aprendamos com a canção que ouvimos. Entretanto, essa ramificação musical recém surgida não tem conteúdo! A música tem sido completamente desfigurada, de modo que a boa e velha MPB tornou-se altamente desvalorizada.

Esses estilos atuais completamente sem essência, como o “funk”, o “créu” e o “rebolation”, não parecem passar significância alguma para quem a escuta. E se por acaso passa alguma mensagem, é a mais imunda possível. Empregando temas banais de baixo calão e ideias que empregam até o uso de violência e drogas. Esse estilo deturpa valores e preceitos da verdadeira música popular brasileira, repleta de sentimentalismo e significância.

A produção musical brasileira está sendo deformada por completo, e seu sentido real está esquecido. Não mais se vê falar de amor puro nessa ramificação musical brasileira atual. O foco é apenas o corpo, a carne, o contato, enfim, o sexo, sem nenhum sentimento ou coisa do gênero. Apenas o prazer carnal vigora nas cabeças vazias desses “músicos”, que se esquecem completamente dos tantos outros prazeres que podemos ter na vida.

A mulher é totalmente desvalorizada, de modo que os valores relacionados a ela são totalmente desconsiderados. O gênero feminino é apenas um objeto de prazer, e nada mais. E até as próprias mulheres escutam e até produzem músicas assim. Será que elas lutaram tanto para conquistar seu espaço na sociedade, para verem-se hoje com seus valores humanos tão descartados pela Tati Quebra Barraco ou outra alienada qualquer? Mas fazer o que se atualmente a contradição é a lei do mundo, não é?

A música brasileira está sendo esquecida pelos próprios brasileiros, pois existem até pessoas que escutam exclusivamente aquilo que vem de outros países, na maioria das vezes seguindo modismos e objetando que nossa música popular é “velha, antiga, chata e coisa do passado”, esganando nossa identidade nacional. Velha? Antiga? Sim! E qual problema há nisso? As pessoas que tem mais conteúdo e coisas a nos ensinar são as velhas e antigas. A mesma coisa acontece com a música. Mas preferem desvalorizar nossa cultura interna para reverenciar unicamente artistas externos à nossa realidade, renunciando suas raízes. Não digo que devamos isolar completamente a música estrangeira, pois assim sendo nem teríamos a música brasileira, pois recebemos influência de outros países para formá-la, mas sim valorizar e priorizar o que é nosso e nos orgulhar disso, como bons brasileiros que lutam pela identidade de nossa nação.

Milton Nascimento no Festival Música do Mundo de 2009, em Três Pontas. O intuito do festival foi homenagear Milton Nascimento e Wagner Tiso, ambos naturais de Três Pontas. Foto: André Tanure.

Por tudo isso, essas “produções musicais” atuais não merecem o título de música. Música é muito mais do que a Valeska Popozuda ou o MC Serginho possam pensar. É como já dizia Pessoa: “Tudo vale a pena, quando a alma não é pequena”.   E a maioria dos compositores de hoje tem a alma e a cabeça pequena, de modo que assim não vale a pena admirá-los.  Vale a pena conhecer a MPB, a música cujos compositores têm as almas do tamanho do universo, pois enxergam além da vil capa que temos sobre nossa essência humana. Acho considerável que todo cidadão brasileiro, jovem adulto ou idoso, reverencie nossa música local e orgulhe-se dela. Só assim seremos dignos de ser chamados brasileiros por completo.

 

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