Junho de 2011 - Nº 21   ISSN 1982-7733  
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Museu do Transporte - SP

Bonde "Gilda" - o mais elegante da cidade. Foto: Cremilda Aguiar

 

Para não perder o bonde da história

A visita ao Museu do Transporte, localizado na Avenida Cruzeiro do Sul, ao lado da Estação Armênia, é rica não apenas por proporcionar conhecimento sobre a evolução dos transportes coletivos de São Paulo, mas, sobretudo, por permitir que os visitantes passeiem, literalmente, de bonde pela história da capital.

As pessoas que marcam acompanhamento monitorado, geralmente, têm que se juntar a grupos escolares, porém é possível fazer visitas por conta própria. Todavia, perde-se um pouco da diversão trazida pelas crianças que sempre fazem questão de demonstrar seu encantamento por tudo ali apresentado. Cabe à instrutora Natália di Palma a tarefa de conter a euforia da garotada para manter a ordem durante a visita.

A princípio, todos são encaminhados ao primeiro bonde elétrico que começou a trafegar a partir de 1900, quando a Light, empresa canadense de energia, passou a operar no Brasil. De dentro desse bonde, pode-se ver os outros veículos conservados pelo museu e também acompanhar as explicações da monitora que se segue à apresentação de um vídeo sobre a história dos transportes em São Paulo.

Em 1871, apareceram os primeiros bondes puxados por animais. Em 1900, os bondes elétricos passaram a trafegar. Tinham ainda características rústicas, já que possuíam duas frentes e não conseguiam fazer curvas. Ao final do trajeto, o motorneiro e o condutor – como eram chamados o motorista e o cobrador, respectivamente – iam para a outra ponta do bonde, que então se transformava na nova frente. Os passageiros viravam o encosto dos bancos para seguirem viagem no sentido correto.

Visão interna do bonde "Gilda": bancos estofados e sistema

de aquecimento interno. Foto:Cremilda Aguiar

Naquela época, os motorneiros eram conhecidos pela gentileza com que tratavam os passageiros, que eram sempre os mesmos, daí a facilidade em se fazer amizades.

Em 1927, surgiram os bondes “Camarão”, apelido dado por conta da cor vermelha dos veículos. Esses eram fechados e com uma única frente, uma vez que já era possível fazer curvas. No final da década de 1940, a CMTC (Companhia Municipal de Transporte Coletivo) importou 75 bondes dos Estados Unidos, que se destacavam pelo luxo e conforto, pois tinham assentos acolchoados e sistema de aquecimento interno. Logo foram apelidados de “Gilda”, uma referência ao filme de Rita Hayworth, que fazia sucesso na época. Esses bondes, que transitavam pelo centro, passando pelas avenidas Paulista e Angélica, tornaram-se o meio de transporte das famílias mais ricas de São Paulo.

Ainda hoje há estrangeiros que vêm ao Brasil apenas para ver os bondes “Gilda”. Antes de serem importados, trafegaram na Terceira Avenida em Nova York, mas lá não houve preocupação em conservá-los.

 

Os bondes viveram seu auge nas primeiras décadas do século XX. Como havia pouco movimento nas ruas, eles podiam cumprir o horário e ajudavam a unir bairros distantes ao centro da cidade. Mas logo iniciou-se uma campanha contra os bondes, que teve como incentivador o presidente Washington Luís. De tendência rodoviarista, ele fez questão de impulsionar a expansão da rede de ônibus. Então, toda a culpa pelos congestionamentos era lançada sobre os bondes.

                                       Uniforme usado por motorneiros e condutores

                                                                       Foto: Cremilda Aguiar

Em 1948, os tróleibus, espécie de bonde sobre pneus, foram importados para o Brasil. Em 1968, surge o primeiro ônibus a diesel, que foi batizado de Monika, uma homenagem do então prefeito Brigadeiro Faria Lima à sua neta. Nesse mesmo ano, o serviço de bondes é desativado na capital.

Ainda no museu, é possível acompanhar a trajetória do desenvolvimento urbano de São Paulo por meio de fotografias antigas, de maquetes dos principais pontos turísticos da cidade e de miniaturas dos transportes públicos. A visita chega ao fim depois de uma hora com todos compartilhando a sensação de terem conhecido um pouco mais da história da cidade.

Cremilda Aguiar

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