Março de 2007 - Nº 05    ISSN 1982-7733
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Terça Insana
Direção:Grace Gianoukas

Quem dá a dica é Jussane Cristine Pavan
19 anos, aluna do Teatro Escola Célia e 3° ano Letras-Mackenzie.
São Paulo - capital



Foto: Divulgação

O que você costuma fazer terça feira à noite?... Não responda! Eu entendo perfeitamente bem que cada um tem a sua rotina e faz o que deve fazer.
Mas a proposta é outra: É fazer de uma noite de terça algo mais que horas antes da quarta. É fazer a noite de terça-feira como se fosse uma noite de sábado.

De repente você entra em um lugar que mais parece um bar agitadíssimo e cheio de pessoas interessantes, pede alguma coisa pra beber, conversa, olha em volta e compra o seu ingresso, dá mais um tempinho e entra para o teatro. É aí que vem a grande surpresa... O teatro não é daqueles onde uma pessoa senta atrás da outra e todos olham para frente. Não! O teatro é como se fosse uma casa de shows, com mesas, garçons, música, Dj, porque essa peça é exatamente isso... Um show!

Você nunca se cansa de dar risadas, os atores realmente fazem você entrar no clima! Piadas muito bem feitas e caricaturas engraçadíssimas.

Tudo ligado com a atualidade, até porque todo mês tem um tema diferente e novas esquetes aparecem. O tema da 6ª Temporada a partir do mês de fevereiro de 2007 será PAULICÉIA - "Para rir e filosofar sobre nossa vida em São Paulo". Não perca essa oportunidade!

TERÇA INSANA - 6ª Temporada- estréia 06 fev/2007
ELENCO: Roberto Camargo, Guilherme Uzeda, Agnes Zuliani, Grace Gianoukas e Marco Luque
LOCAL: Avenida Club
Rua Pedroso de Moraes,1036 – Pinheiros - São Paulo
Tel. (11) 3814.7383
LOTAÇÃO: 500 lugares
Temporada: todas as terças-feiras
ABERTURA DA CASA: 20hs
HORÁRIO: 21hs
DURAÇÃO: 90 minutos
INGRESSOS: de R$ 40,00 a R$ 60,00 (ingressos antecipados têm desconto).
ESTUDANTES E TERCEIRA IDADE: 50%
RESERVAS e VENDAS ANTECIPADAS: (011) 3188-4185
Após o show pista de dança com o DJ Fábio Saltini.

 

Veja também...

17 x Nelson
Direção:Nelson Baskerville

-O Avarento
Direção:Felipe Hirsch

- Terça Insana
Direção:Grace Gianoukas

-Os Sertões
Adaptação:José Celso Martinez Corrêa

 

 

 

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VOCÊ SABIA?

"Gualharufas"

Não se sabe quando começou, nem se ainda existe essa brincadeira entre gente da classe teatral.

Numa peça, entre veteranos, quando aparece algum novato que pela primeira vez vai subir ao palco, o pessoal ‘escolado’, faz com o pobre diabo, que já está pra lá de nervoso com a estréia, a seguinte brincadeira:

Alguém, com a maior seriedade pergunta-lhe:

- Bom, já que você vai estrear (hoje ou amanhã, sempre encima da hora, que é pra arrasar o cara de ansiedade) – imagino que já providenciou as “galharufas”.

O pobre diabo, que jamais ouviu falar em tal coisa, faz cara de interrogação, e já tremendo de medo, pergunta engasgado:

- GA-LHA-RU-FAS???!!!

-  É, insiste o carrasco, sem elas você não poderá estrear.

- Ai meu Deus! é o grito agônico do pobre ingênuo. - Mas ninguém me disse nada!-  Como não, não é possível!

-  Ô fulano, ô beltrano, vocês não avisaram o nosso amigo aqui, que ele não pode estrear sem “galharufas"?

E é aquele auê no elenco inteiro, uns juraram que avisaram,  outros que mandaram algum aviso.

Estabeleceu-se o horror! Todo mundo grita e estrebucha, enquanto o infelicíssimo estreante, já arrasado com as preocupações com a sua atuação na estréia, arranca os cabelos com mais este contratempo de última hora.

Aí aparecem as sugestões:

- Acho que o ator fulano de tal, poderia emprestar as suas... ou beltrano... ou sicrano.

Arranjam telefones, endereços, fazem um alvoroço e o infeliz que deveria estar cuidando de ensaiar melhor o seu papel, sai pelas ruas, pela cidade, pelos orelhões, telefonando, suando, implorando pra esse e praquele, que lhe arranjem um par de “galharufas”. Como todo o mundo teatral já conhece a estória, cada um que ele procura, aumenta-lhe o terror.

-  Eu tinha, mas emprestei. Meu Deus, que tragédia! Você não pode subir ao palco sem galharufas! – Olhe, fulano de tal, pode ser que ele empreste as dele..

O desgraçado sai outra vez em busca de um e de outro e no seu atarantamento, nem se lembra de perguntar o que são afinal “galharufas”.

Sucumbido, deprimido, horrorizado, em pânico com a própria negligência, não raciocina mais, só se afoba, já esqueceu seu papel e suas “falas”, está envergonhado, pensa em, desistir de fazer teatro, dizer que a vó morreu, que teve uma febre tifóide, qualquer coisa para escapar à vergonha e a gozação.

À noite, chega ao teatro arrasado, não se lembra mais do que foi fazer lá e é recebido pelo cruel, malvado elenco às gargalhadas... sente-se um idiota, sai de um horror para cair em outro, mas também aliviado, como não? E depois, olha, rola para o palco como um saco de batatas, aliviado e desesperado e dá conta de seu papel de quarqué jeito, pois afinal Show must go on. Show cannot stop.

Quem conta a estória é Jurandy Whildhagen Figueira que já foi professora de teatro na USP. São Paulo - capital.

 
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