Última Temporada de “Os Sertões” em São Paulo com filmagem e transmissão ao vivo pela internet em 24 de fevereiro. “O Longa mais Longo da História do Cinema” terá distribuição nacional e internacional.
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Ao todo são 25 horas de espetáculo divididas em 5 peças, um dos projetos mais ousados das artes cênicas mundiais. A saga sertaneja iniciada em 2001, com base no clássico “Os Sertões”, de Euclides da Cunha.
Para Zé Celso, “Os Sertões” já era uma vitória desde os conselheristas que não se entregaram e hoje são “a rocha viva, bem viva, mutante da cultura do povo brasileiro, povo universal em todas as favelas explodindo para lá da violência, na força da criação da arte, do ritmo, do rap, do hip hop, do maracatu atômico do sambafunk".
O HOMEM Parte 2 - Do Homem ao trans-homem
03 e 04 de fevereiro, às 19 h
A partir da história de Antônio Conselheiro, todo o teatro revive sua morte iniciática: um homem comum, que por amor, se transpõe em líder anti-messiânico, arregimentando uma legião de sertanejos como raízes solidárias no interior da Bahia e que, juntos conseguiram levantar em mutirão, açudes, igrejas e cemitérios. A comunidade chegou a contar com 25 mil habitantes, sendo na época a segunda maior cidade baiana. Padres capuchinhos tentaram "diplomaticamente" dispersar o povo de Canudos. A negativa do povo de Canudos em dispersar-se leva o Frei Evangelista, um padre italiano, a amaldiçoar os conselheristas, em nome de Jesus. A Cidade prepara-se para A Luta.
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A LUTA - Parte 1
10 e 11 de fevereiro, às 19 h
Dedicado ao “poeta Oswald de Andrade e ao empresário, animador e ator Silvio Santos” a teatralização da terceira parte do livro "Os Sertões", de Euclides da Cunha apresenta o incidente provocador da guerra, ligado à vingança de um juiz de Juazeiro que proíbe a entrega de um lote de madeiras, já pagas, para construção da Igreja Nova de Canudos. Três expedições são enviadas pelo exército republicano e derrotadas, a última delas, de caráter nacional, comandada pelo célebre Coronel Moreira César. O Exército foi submetido a humilhação da deserção, fuga e ao empalamento do Coronel Tamarindo, personagem principal de uma instalação macabra na estrada de Canudos, feita pelos jagunços e pelas mandrágoras, para intimidar novas expedições.
O primeiro movimento de A Luta é escrito em versos de cordel. Uma revelação da Guerra de Canudos como arquétipo da Guerra atual contra o terrorismo. Desejo de paz e de encontro das alternativas mundiais, além dos fundamentalismos.
A Luta 1 ampliou o espaço do teatro em casas e trincheiras da invencível Canudos, uma verdadeira coluna vertebral no corredor do Oficina e espaços aéreos dos mutãs, esconderijos que os índios usavam nas copas das árvores para a caça do jaguar e que os conselheristas reinventaram.
Os músicos se tornaram também atores quebrando o muro secular entre música e teatro. Lirinha, do Cordel do Fogo Encantado, trouxe sua paixão pela sonoplastia, gravando sons do próprio teatro, para transformar em tiros, artilharia, levantando com música a vanguarda da luta. Elaine César expande o espaço real do Oficina para o mundo, como imagens gravadas, sampleadas, bordadas nas ruas vizinhas do teatro, nos camarins, em lugares ocultos para a visão direta do público, expande o campo da ação do espaço fazendo cinema ao vivo.
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A LUTA Parte 2
17 e 18 de fevereiro, às 20 h
A teatralização da última parte do livro trata da quarta e derradeira expedição do exército brasileiro ao sertão nordestino, com envio de 12 mil soldados, canhões, armas modernas e estrategistas, como o marechal Bittencourt, que pela primeira vez na história do exército brasileiro criou uma base de operações distante do front, de onde comandou as manobras, chefiadas pelo general Arthur Oscar e secundada pelo sanguinário general Barbosa.
A peça mostra a finalização da Guerra de Canudos, que resultou no massacre de mais de 25 mil sertanejos, na morte do próprio Antonio Conselheiro (que foi se encontrar com Deus) e na destruição da cidadela. No Teatro Oficina, o massacre é encenado não como uma missa de repetição do martírio, mas da perspectiva de um des-massacre.
Canudos não se rendeu e Euclydes da Cunha conclui, lembrando que seu livro não é de defesa, mas sim de ataque. O plantio da vivência trágica da aniquilação final, do extermínio por não querer se render, do realismo da sobrivência dos que continuarão de outras maneiras a luta, iniciou a Cia. na sabedoria trágica da condição dos que não querem se deixar massacrar.
oram confeccionadas cerca de 70 réplicas de armas de fogo, entre espingardas utilizadas no final do século XIX e 30 metralhadoras modernas, como AK47 e fuzis americanos, utilizados na Guerra do Golfo e mais pistolas de época, como manlincher, comblaein, modelos utilizados pela Gestapo alemã, além de clavinotes antigos (com boca de sino). O destaque fica por conta da Matadeira. Levada pela expedição nacional ao sertão baiano, o canhão 32 desenhado pelo diretor de arte tem sua estrutura toda feita em ferro e pesa cerca de meia tonelada.
O sistema de transmissão de vídeos captados e editados ao vivo permite projeções em diversos locais: chão, teto, paredes. Imagens diferentes são exibidas simultaneamente. A novidade é a inclusão de projeções de cinema de 35 milímetros, com cenas especialmente filmadas para o espetáculo.
Os Sertões
O Homem II - 03 e 04 de fevereiro, às 19 h
A Luta I - 10 e 11 de fevereiro, às 19 h
A Luta II - 17 e 18 de fevereiro, às 20 h
R$ 30,00 / espetáculo
Com impressão de Flyer promocional no site www.teatroficina.com.br :R$ 10,00
capacidade – 350 lugares
acesso a deficientes
não aceita cartões de crédito ou débito
Teatro Oficina - R. Jaceguai, 520 – Bela Vista – 3106.2818
PRÊMIOS DE OS SERTÕES
A TERRA ganhou o Prêmio Shell 2002 nas categorias Melhor Direção e Melhor Música
O HOMEM PARTE 1 ganhou o Prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de Melhor Espetáculo de 2003
A LUTA PARTE 1 ganhou o Prêmio Bravo Prime de Cultura de Melhor Espetáculo de 2005, oferecido pela Revista Bravo!
A LUTA PARTE 1 ganhou o Prêmio APCA na categoria de melhor Direção Teatral de 2005, para José Celso Martinez Corrêa
A LUTA PARTE 1 ganhou o Prêmio Shell 2005, na categoria melhor Cenografia e Categoria Especial de Direção de Cena. E foi indicada para os prêmios Melhor Iluminação e Melhor Figurino
FOTOS: Luis Ushirobira
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