Você
Pode
Antes de tudo, escrever é uma extensão de você mesmo assim
como falar, andar, sorrir, entristecer-se, amar, enfim...
Escrever é o reflexo daquilo que sua vista capta, seu coração
sente e a caneta exprime. Para ser menos romântico e mais
atual, aquilo que o computador exprime.
É bem comum ouvir as pessoas dizerem "eu não sei escrever".
Mentira! Todos sabem escrever. E quando digo escrever é
exprimir um pensamento da forma mais simples.
É colocar o que está dentro, pra fora! Simples assim.
Aliás, escrever tem que ser simples. Repare: quando você
começa a rebuscar, soa mentira. Não é você.
Em compensação, quando você se entrega a coisa sai bonita.
Nem que o mundo não goste, você gosta e aí é que vale.
Não importa que o que você tenha que escrever seja um conto,
uma crônica, uma novela, uma poesia ou um bilhete pra deixar
grudado na geladeira. Regras excessivas travam as mãos,
a cabeça e o coração.
É claro que para se comunicar com o outro você tem que ser
claro. Claro!
Mas experimente escrever com a cabeça e com o coração ao
invés de escrever com a mão. Dá certo!
Não se sinta preso a regras de como escrever. As regras,
você já conhece, agora interaja com você (!), com suas idéias,
sentimentos, reflexões e...
Mão a obra!
Não fosse pela ousadia o que teria sido da Semana da Arte
de 22 ou então não teríamos um Guimarães Rosa que inventou
seu próprio caminho. Veja se Chico Buarque, Caetano Veloso,
Gilberto Gil e tantos outros cobras da música, da literatura
e outras artes não têm lá seus errinhos. Óbvio que têm.
Não esperamos que seu artigo vá para a Academia Brasileira
de Letras (ainda bem...). Mas se você colocar coração, verdade
e essa sua maravilhosa e jovem cabeça para funcionar, vai
funcionar sim, porque você pode!
E pra simplificar tudo, uma última dica:
Você fala, não fala? Então fale com o papel. Agora!
Juão
França |