A exposição panorâmica de Daniel Senise (Rio de Janeiro, RJ,1955) conta com cerca de 30 trabalhos realizados nos últimos quinze anos. Integrante da Geração 80, Senise, um dos mais consolidados artistas da atualidade, já participou de três edições da Bienal de São Paulo (1985, 1989 e 1998) e uma de Veneza (1990). Até 17 de maio de 2009.
"Zero III" - Daniel Senise, 2008. Foto: Divulgação
A Estação Pinacoteca apresenta exposição de Daniel Senise com cerca de 30 pinturas, de técnica mista, realizadas entre os anos de 1993 e 2008. O procedimento usado para a realização das obras é a impressão em madeira, na qual o artista cobre o assoalho de seu ateliê com tecido, aplica cola e tinta e recorta as texturas que surgem desse processo, organizando-as em uma espécie de colagem sobre chassis. Entre os trabalhos expostos estão Ici et ailleurs, 2007, Witchal, 2000, Bumerangue, 1994,entre outras.
Daniel Senise começa a estudar pintura em 1980 e, quatro anos depois, ganha notoriedade com a participação na exposição Como vai você, Geração 80?, realizada na Escola de Artes Visuais do Parque do Lage (RJ). Esta mostra reuniu artistas de várias tendências artísticas, com objetivo de revalorizar a arte brasileira. No ano seguinte, sua carreira artística ganha novo impulso após expor na Grande Tela da 18ª Bienal Internacional de São Paulo.
A partir de 1989, Senise passa a usar pregos de ferro que deixam nas telas as marcas da oxidação. Em outras obras, emprega tintas prateadas, industriais, que evocam uma memória distante e a sensação da imagem fotográfica. Após este período, o artista não se satisfaz com a pintura apenas como representação. "Eu queria dar uma relevância de objeto àquela matéria. Foi quando comecei a imprimir a tela", justifica Senise.
Essa técnica surgiu por acidente, nos anos 1990, quando Daniel Senise comprou uma tela muito grande e estendeu-a no chão do ateliê, impregnado de tinta de suas próprias pinturas. Quando levantou a tela, a face que estava contra o piso parecia uma nova pintura que acabara de criar. Desde então, passou a desenvolver essa técnica, cobrindo diferentes locais.
As primeiras imagens foram representações do seu atelier, de museus e espaços reproduzidos em outras pinturas. Ao longo do tempo, realizou grupos de pinturas distintas, tendo como matéria-prima impressões de chãos variados. A etapa em que decalca os pisos é uma das mais prazerosas para Senise.
Ele conta que há "muitas histórias na impressão de um chão - bichos e pessoas passaram por lá". Um dos espaços registrados tem um piso saturado de tinta, que impregnou suas telas, e ele tem de lidar com essas cores que lhe "chegam". Porém, nada é aleatório nesse procedimento. Senise afirma: "quando decido que vou fazer aquilo, sou eu quem controla o processo".
Pinacoteca do Estado
Praça da Luz, 2 – 11 3324 1000
Aberta de terça a domingo, das 10 às 18h | R$ 4,00 e R$ 2,00 (meia). Grátis aos sábados
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