Abril de 2009 - Nº 14   ISSN 1982-7733  
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“Olhar e fingir: fotografias da coleção Auer” no MAM-SP

Recorte do maior acervo privado de fotos do mundo integra a programação oficial de artes visuais do Ano da França no Brasil com obras de nomes como Cartier-Bresson, Brassaï, Man Ray,Geraldo de Barros e Mario Cravo Neto. Até 28 de junho de 2009.

Main aux yeux, Pierre Jahan/1947.

 

O Museu de Arte Moderna de São Paulo está na programação de artes visuais do França.Br 2009 – Ano da França no Brasil – com a exposição “Olhar e fingir: fotografias da coleção Auer”. A mostra, com curadoria realizada pela historiadora francesa Elise Jasmin em parceria com o jornalista brasileiro Eder Chiodetto (curador do Clube de Colecionadores de Fotografia do MAM), reúne cerca de 290 peças da abrangente coleção do casal Michel e Michèle Auer e compreende quase 170 anos da história da fotografia.

Retratos diversos, Anônimo/1860.

O MAM-SP escolheu a fotografia, técnica de origem francesa (quatro dos cinco “pais” da fixação da imagem pela luz eram franceses), e popularizada mundialmente pelo governo daquele país, para se inserir no evento que realizará inúmeras parcerias franco-brasileiras ao longo de 2009. O Ano da França no Brasil é organizado pelo Comissariado geral brasileiro, pelo Ministério da Cultura e pelo Ministério das Relações Exteriores.

 

René Groebli_Portrait d'Aja Iskander Schmidlin, René Groebli/1970.

Os curadores selecionaram imagens que trazem à tona a história da fotografia contada pelo prisma de artistas transgressores. No lugar de buscar uma cópia do mundo real, esses artistas se apropriaram da fotografia para falar do imaginário, do universo das sensações e das percepções não visíveis representadas por meio de experimentações e metáforas visuais. A fotografia como invenção e não como catalogação do mundo. A câmera como um instrumento de acesso à imaginação. Para tanto, a mostra é dividida em quatro partes:

 

Transfigurações – Ao longo da história da fotografia, as técnicas de registro fotográfico foram se transformando. Certas pesquisas técnicas permitiram afastar a imagem produzida do mundo objetivo, a fim de expandir o repertório da representação fotográfica e colocá-la em diálogo com linguagens artísticas como a pintura e o desenho. Esse módulo engloba experiências desse gênero desde o século XIX até hoje, além de estudos sobre a cor.

 

Beleza convulsiva – O olhar surrealista e irreverente é o mote desse módulo. A fotografia que rompe a superfície do visível para investigar os mistérios do inconsciente e o universo dos sonhos, ferramenta de acesso e representação dos desejos, fantasias e temores do homem. Aqui também as imagens de fantasmagorias lidam com o enigma da morte, oscilando entre o sombrio e o desejo de desvendar o desconhecido.

 

PerformancesO retrato posado transforma o espaço interior da câmera em um palco de teatro. Na frente da câmera, o personagem; por trás, o diretor. Quanto mais o fotógrafo-diretor impõe uma estética e direciona a postura do personagem, mais evidente fica a relação entre ambos. O módulo apresenta a construção de seres ficcionais e o corpo como objeto do desejo e do erotismo.

 

Fantasias formaisOlhar a paisagem. Abstrair a paisagem. Reduzí-la a formas, linhas, texturas. Perceber na paisagem, na rua, no mundo, sua essência formal, a geometria que se cria quando a luz resvala num volume. Compõem este módulo o corpo humano como escultura, o visor que harmoniza a natureza caótica e a fotografia documental contemporânea que absorveu essas experimentações.

 

A exposição contará com imagens produzidas ao longo dos séculos 19, 20 e 21 por autores de diferentes continentes – entre os sul-americanos, estão os brasileiros Geraldo de Barros, Pedro Vasquez, Fabiana de Barros e Mario Cravo Neto – e garimpadas pelo casal em suas pesquisas e viagens pelo mundo. Entre outros tesouros da história da fotografia, o público brasileiro terá uma única de ver daguerreótipos, inclusive raras peças colorizadas e um calótipo (exemplar do processo positivo/negativo desenvolvido por William Henry Fox Talbot) da década de 1850, além de algumas obras do pictorialismo do final do século 19 e início do século 20. Entre os nomes de peso representando o século 20, estão fotografias de Cartier-Bresson, Brassaï e Man Ray e cartões de Marcel Duchamp, Salvador Dali e René Magritte.

 

Sobre a coleção Auer

 

A coleção adquirida ao longo de mais de 40 anos pela Fundação Auer, do casal Michel e Michéle Auer, é a maior coletânea particular de fotografias do mundo, contando atualmente com cerca de 50 mil imagens. Além da quantidade de obras, o que chama atenção nas peças coletadas pelo casal é o fato de elas representarem a história da fotografia como um todo, e não alguns períodos, como é comum em coleções particulares. “Nós não colecionamos fotos, e sim a história da fotografia”, afirmam, quando questionados sobre a abordagem da coleção. O casal, que se conheceu no início dos anos 1970 graças à paixão em comum pelo colecionismo fotográfico, decidiu unificar suas coleções no final década de 1980.

 

Passando a ser conhecido como M+M Auer, o acervo compreende obras produzidas de 1839 – ano em que Louis Daguèrre anunciou ao mundo a invenção de seu daguerreótipo e vendeu os direitos para o governo francês, o que constituiu o primeiro passo para a efetiva popularização da fotografia – até os dias de hoje. Além de fotos, integram também o conjunto 21 mil livros e catálogos; mais de 500 câmeras, desde modelos dos primórdios aos digitais; por volta de duas mil caricaturas, desenhos, telas, 50 cartazes, dois mil cartões postais, centenas de objetos publicitários, escritos, algumas jóias, esmaltados, porcelanas e silhuetas. 

 

 

Exposição Olhar e Fingir: Fotografias da Coleção Auer” – Grande Sala

Curadoria: Elise Jasmin e Eder Chiodetto

Visitação: 23 de abril a 28 de junho de 2009

Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº - Portão 3

tel (11) 5085-1300

Horários: Terça a domingo e feriados, das 10h às 17h30 (com permanência até as 18h)

Ingresso: R$ 5,50

Sócios do MAM, crianças até 10 anos e adultos com mais de 65 anos não pagam entrada. Aos domingos, a entrada é franca para todo o público, durante todo o dia.

Site: www.mam.org.br 

Estacionamento no local (Zona Azul: R$ 1,80 por 2h)

 

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