A Estação Ciência – USP dá continuidade, nos meses de novembro e dezembro, ao ciclo de eventos mensais Neuro – Ciência, Arte e Filosofia. São encontros mensais com os maiores especialistas em neurociências que abordam com o público leigo e em linguagem simples e acessível diversos temas relacionados ao funcionamento do nosso cérebro. Os eventos acontecem aos sábados às 15h, são gratuitos e abertos a todos os interessados. As inscrições acontecem através do site www.eciencia.usp.br/inscricao.
Confira abaixo os temas e convidados dos próximos encontros de 2010:
Como nosso cérebro toma decisões? De Phineas Gage à teoria do marcador somático.
13 de novembro – Sábado – 15h
Convidado: Dr. Roelf Cruz Rizzolo (professor de odontologia da UNESP, possui pós doutorado em Neurociências pela Facultad de Medicina de la Universidad Autónoma de Madrid, Espanha, e é autor de diversos livros de Anatomia Humana)
Resumo:Um 13 de setembro de 1848, como quase todo dia, o jovem Phineas Gage de 25 anos saiu de casa para o trabalho. A missão do grupo do qual era capataz era explodir grandes rochas para permitir assim a colocação dos trilhos da via férrea. Como de rotina, buracos de uns 30 centímetros eram feitos na pedra e posteriormente preenchidos com pólvora. Para empurrar a pólvora, Phineas utilizava uma barra de ferro de mais de um metro de comprimento e quase três centímetros de diâmetro. Mas para seu azar, nesse dia ao empurrar a barra de ferro no interior do orifício uma faísca detonou a pólvora. A barra lançada como um projétil atravessou a cabeça de Phineas. O ponto de impacto foi na bochecha. No trajeto, a barra perfurou depois sua órbita empurrando o globo ocular para fora. Destruindo parte do cérebro, finalmente saiu pela região superior do crânio, trás provocar um orifício de quase seis centímetros de diâmetro entre os ossos parietais e frontal. A barra foi parar a uns 20 metros, junto com fragmentos de osso e massa encefálica. Incrivelmente Phineas não morreu. Viveu mais 13 anos e o relato da sua vida modificou de forma profunda nossa percepção sobre o alcance das funções cerebrais. Com Phineas, o cérebro deixava de ser uma massa gelatinosa que nos ajuda a sentir, enxergar, ouvir e nos movimentar. Foi talvez a primeira evidência científica a indicar que uma parte do cérebro – os lobos frontais danificados no acidente – eram responsáveis por aspectos sutis da nossa personalidade, da emoção e da interação social. A dramática história de Gage foi enfim o marco histórico que alicerçou as bases biol&oacu te;gicas para o estudo do comportamento. Mais de 150 anos depois a história de Phineas Gage continua inspirando neurocientistas de todo o mundo, que tentam entender como nosso cérebro é capaz de gerar coisas tão misteriosas como o comportamento, a cognição e a consciência.
Doenças neurodegenerativas: perspectivas da ciência básica
4 de dezembro – Sábado – 15h
Convidado: Dr. Luiz Roberto Georgetti Britto (professor titular do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, tem formação acadêmica em neurociências pela UNIFESP, Universidade de Pisa, Itália, e Universidade da Califórnia, EUA).
Resumo: As doenças neurodegenerativas apresentam desafios enormes para a ciência contemporânea, inclusive porque algumas delas tendem a se tornar mais freqüentes na medida em que a expectativa de vida aumenta. Nesse encontro serão apresentadas algumas abordagens de laboratórios de pesquisa em relação ao entendimento dos mecanismos de morte de neurônios e possíveis estratégias de neuroproteção. Essas pesquisas têm contribuído não só para o conhecimento mais global das funções neurais, mas também gerado subsídios para o possível desenvolvimento de ferramentas terapêuticas para minimizar o
sofrimento advindo de algumas doenças neurológicas.
Ciclo Neuro: Ciências, Arte e Filosofia
Datas: 13/11 e 04/12 (sábados)
Horário: 15h
Local: Estação Ciência – Auditório (Rua Guaicurus, 1394, Lapa)
Informações e inscrições: www.eciencia.usp.br
Custo: gratuito
Vagas: 190
Público-alvo: todos os interessados / recomendado acima de 14 anos
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