Março de 2007 - Nº 05    ISSN 1982-7733
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Cinebiografia de Maria Antonieta chega às telas brasileiras

 

Cremilda Aguiar

19 anos, 3° ano Jornalismo-Mackenzie
São Paulo - capital

O filme Maria Antonieta é um projeto ambicioso, encabeçado pela direção de Sofia Coppola – em seu terceiro longa - tendo como produtor seu pai, Francis Ford Coppola. Orçado em US$ 40 milhões, o filme teria tudo para ser um dos grandes sucessos de bilheteria do ano passado, porém o resultado foi bem diferente. Nem a popularidade de Kirsten Dunst, que interpreta a personagem título, salvou a produção do fracasso. Maria Antonieta acumulou bilheteria mundial de US$ 56 milhões, ou seja, menos da metade do que seria necessário para apenas se pagar.

Não era uma tarefa fácil adaptar para o cinema a história da austríaca que se tornou rainha da França, após se casar com Luís XVI (Jason Schwartzman). Mas a riqueza da personagem, com suas nuances e com o respaldo de tudo que já foi escrito sobre esse período conturbado da História (Revolução Francesa) seria suficiente para se fazer uma reflexão densa acerca das ambigüidades da rainha, da sua falta de parcimônia em relação às contas do Estado, dos excessos da nobreza parasita e da vulnerabilidade do governo francês. Esta, provavelmente, não foi a intenção de Sofia ao pensar na construção do roteiro, mas talvez tenha sido seu grande erro tratar o tema de maneira tão superficial.

A crítica respondeu à altura: o filme passou despercebido pelo Festival de Cannes e, ainda que mais ponderada, a crítica americana também respondeu mal. O único momento de glória foi na festa do Oscar, quando Milena Canonero recebeu a estatueta de melhor figurino pelas roupas do filme. Merecidíssimo, aliás, já que a moda parece, em muitos momentos, ser o foco principal da produção.

Ainda há o que se explorar sobre a vida da rainha que morreu decapitada no auge da Revolução Francesa. Ressalta-se, também, que muito já foi falado. A Sofia coube fazer uma abordagem diferente e ela optou por dar ênfase ao sentimento de deslocamento vivido por Maria Antonieta desde que chegou à França. A princípio, pouco habituada às responsabilidades de Delfina; depois, cobrada para dar à luz um herdeiro da coroa; e, ao final, odiada por toda a população por conta de seus gastos exorbitantes e pela imagem desprestigiada do governo francês.

Kirsten Dunst deixa a desejar na interpretação. A atriz já demonstra uma certa maturidade para fazer papéis desafiadores, mas mesmo assim seu desempenho é limitado. A trilha sonora tenta dar uma roupagem pop ao filme e, por conseguinte, reforça a atmosfera onírica e o descolamento da realidade. No Brasil, Maria Antonieta segue uma trajetória de sucesso. Talvez não levar tão a sério seja a melhor maneira de aproveitar o filme.

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VOCÊ SABIA?

Curiosidades sobre o Oscar

No ano que vem o Oscar, prêmio mais importante do cinema americano, completa 80 anos. Durante esse tempo, nunca houve interrupções na entrega da premiação, nem no período da Segunda Guerra Mundial, quando, por exemplo, os Jogos Olímpicos não foram realizados.

A despeito do que se fala atualmente sobre o caráter comercial do Oscar, não se pode negar que de todos os prêmios esse é o que mais desperta a curiosidade e a atenção do mundo do entretenimento.

Atualmente, 5830 associados votam para a escolha dos melhores do ano. Portanto, ainda que o Oscar pareça injusto em certos momentos, há que se notar a idoneidade da votação.

Mesmo assim, é possível citar os grandes “erros” cometidos ao longo dos anos: Orson Welles, Stanley Kubrick e Alfred Hitchcock, considerados referência na história do cinema, nunca ganharam o Oscar de melhor diretor; o irlandês Peter O’Toole já concorreu oito vezes na categoria de atuação masculina, mas não levou nenhuma, só um Oscar honorário em 2003.

Alguns atores que já ganharam a estatueta, também já foram “honrados” com o Framboesa de Ouro, que elege os piores do ano. Halle Berry, em 2002, venceu por “A Última Ceia”, porém, dois anos depois foi escolhida como a pior do ano por seu trabalho em “Mulher-Gato”.

O maior vencedor de todos os tempos foi Walt Disney, que levou para casa 22 estatuetas. Em atuação, Katherine Hepburn detém o recorde de 4 Oscar, o mesmo número de John Ford, recordista na categoria de direção. Meryl Streep possui a maior quantidade de indicações ao prêmio entre atores e atrizes: são 14, sendo que dessas, a atriz venceu duas.

Vários atores já levaram Oscar por seus trabalhos como diretores, entre eles Clint Eastwood, Robert Redford, Warren Beatty, Kevin Costner e Mel Gibson. Clint Eastwood, por exemplo, nunca ganhou por suas atuações. Em compensação, já abocanhou dois Oscar de Melhor Direção por “Os Imperdoáveis” e “Menina de Ouro”, que também venceram por melhor filme.

E para quem acha a premiação essencialmente americana, nos últimos vinte anos, os britânicos levaram 26 das 100 indicações ao Oscar de Melhor Ator. Entre as indicadas a melhor atriz desse ano, apenas uma era americana ( Meryl Streep ), as demais eram européias. O México obteve nada menos do que 16 indicações ao prêmio na última edição.

 

No mais, a cada edição são movimentados cerca US$700 milhões em torno da festa do Oscar. Para quem não gosta muito da atmosfera sóbria da premiação, iferente do estilo do Globo de Ouro, acompanhar a transmissão pode ser bem divertido. Além de poder elogiar ou criticar o figurino dos artistas e torcer por suas preferências, os espectadores podem ver gafes históricas como aquela cometida por Geraldine Page. Ao ser chamada para receber a estatueta de melhor atriz por “Regresso para Bountiful”, em 1986, Geraldine demorou alguns segundos para levantar, pois procurava seus sapatos embaixo da mesa

Cremilda Aguiar, 19 anos, jornalismo Mackenzie/SP

 
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