Março de 2007 - Nº 05    ISSN 1982-7733
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O Diabo veste Prada

Matéria enviada por Cremilda Aguiar
18 anos, 4° Jornalismo-Mackenzie
São Paulo - capital

O filme inspirado no livro homônimo de Lauren Weisberg estreou no Brasil no dia 22 de setembro em torno de muita expectativa, já que é uma das maiores surpresas do ano em termos de bilheteria: arrecadou até agora cerca de 125 milhões de dólares apenas nos Estados Unidos.

Lauren Weisberg trabalhou durante um ano como assistente de Anne Wintour, poderosa editora da “Vogue” americana e famosa pela excentricidade e arrogância. Após a experiência, a jornalista resolveu contar em livro todas as agruras por que passou. O livro foi lançado em 2003 e esteve vários meses entre os best-sellers das livrarias americanas e agora voltou ao topo por conta da repercussão do filme.

À David Frankel coube a tarefa árdua de adaptar o livro. Com ele também ficou a responsabilidade da escolha do elenco. Quem interpretaria com competência a temida editora da “Vogue” sem parecer caricata ou intimidada? Simplesmente Meryl Streep. A atriz é o grande trunfo da produção que retrata o mundo da moda com requinte e sofisticação.

O figurino milionário – algo em torno de um milhão de dólares – foi uma das primeiras limitações encontradas pelos produtores que dispunham de modestos ( para os padrões hollywoodianos ) 35 milhões de dólares para fazer o filme. Mas foi por meio da permuta que conseguiram trazer marcas consagradas como Valentino, Channel e Versace. Outras tantas preferiram não colaborar temendo possíveis represálias de Anne Wintour nas edições da “Vogue”.

No filme, Andy Sachs ( Anne Hathaway ), jornalista recém-formada, sai de Ohio em busca de uma carreira de sucesso em Nova York. Entretanto, o caminho intermediário é tenebroso, já que a mocinha vai parar na redação da revista “Runway” ( a “Vogue” fictícia ) tendo que enfrentar a implacável Miranda Priestly ( Meryl Streep ). Andy, que até então menosprezava o mundo da moda, tem que conviver com bolsas, vestidos, sapatos e, principalmente, os acessórios tão imprescindíveis à vida fashion.
Aos poucos, ela começa a perceber que o emprego dos sonhos é um inferno. Em vez de jornalista, Andy passa a exercer o papel de capacho de Miranda tendo que acatar os seus pedidos mais esdrúxulos como encontrar uma edição inédita de “Harry Potter” para suas filhas gêmeas e conseguir um avião em meio a uma tempestade para que Miranda saia de Miami e chegue a Nova York a tempo de assistir a uma apresentação escolar das filhas.
Não fosse suficiente, Andy ainda tem que administrar as cobranças do namorado e dos amigos que reclamam da sua ausência e do seu afinco e devoção exagerados ao trabalho. E outra: ela que, até então, dizia-se avessa a futilidades, passa por uma transformação incrível que a deixa mais simpática a esse mundinho. Assim, Andy começa a perceber que de fútil a moda não tem nada e é tão importante quanto qualquer outro setor da economia.
O final é previsível e a trilha sonora um tanto quanto óbvia, marcada aqui por “Vogue” de Madonna, dentre outras.

O que realmente impressiona no filme é a capacidade que Meryl Streep tem de explorar todos os seus recursos interpretativos em uma personagem que, se parasse em mãos menos hábeis correria o risco de se tornar intragável. Pelo contrário, no alto de toda a sua arrogância, Miranda consegue cativar o público.

Meryl, que recebeu 5 milhões de dólares ( algo em torno de R$ 11 milhões ) para fazer o filme, consegue fazer da personagem uma megera sem, contudo, enveredar pelo lugar comum do discurso inflamado e das expressões exageradas. Ela é sutil tanto na fala – sempre muito doce e quase inaudível – quanto nos trejeitos econômicos, mas precisos. A atriz, que já é a recordista de indicações ao Oscar, teve a performance elogiadíssima pela crítica que já aposta em mais uma nomeação ao Oscar de Melhor Atriz em 2007, com chances reais de vitória.

Anne Hathaway também se destaca no papel de Andy Sachs, bem como a novata Emily Blunt como Emily, a primeira assistente de Miranda. Mas o filme é mesmo de Meryl Streep e todo o sucesso também se deve a ela. No Brasil, cerca de um milhão de pessoas já assistiram a “O Diabo Veste Prada”, em pouco mais de três semanas de exibição. O filme também lidera as bilheterias mundiais no momento seguido por “As Torres Gêmeas”, com Nicolas Cage, e “Click”, de Adam Sandler.

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VOCÊ SABIA?

Curiosidades sobre o Oscar

No ano que vem o Oscar, prêmio mais importante do cinema americano, completa 80 anos. Durante esse tempo, nunca houve interrupções na entrega da premiação, nem no período da Segunda Guerra Mundial, quando, por exemplo, os Jogos Olímpicos não foram realizados.

A despeito do que se fala atualmente sobre o caráter comercial do Oscar, não se pode negar que de todos os prêmios esse é o que mais desperta a curiosidade e a atenção do mundo do entretenimento.

Atualmente, 5830 associados votam para a escolha dos melhores do ano. Portanto, ainda que o Oscar pareça injusto em certos momentos, há que se notar a idoneidade da votação.

Mesmo assim, é possível citar os grandes “erros” cometidos ao longo dos anos: Orson Welles, Stanley Kubrick e Alfred Hitchcock, considerados referência na história do cinema, nunca ganharam o Oscar de melhor diretor; o irlandês Peter O’Toole já concorreu oito vezes na categoria de atuação masculina, mas não levou nenhuma, só um Oscar honorário em 2003.

Alguns atores que já ganharam a estatueta, também já foram “honrados” com o Framboesa de Ouro, que elege os piores do ano. Halle Berry, em 2002, venceu por “A Última Ceia”, porém, dois anos depois foi escolhida como a pior do ano por seu trabalho em “Mulher-Gato”.

O maior vencedor de todos os tempos foi Walt Disney, que levou para casa 22 estatuetas. Em atuação, Katherine Hepburn detém o recorde de 4 Oscar, o mesmo número de John Ford, recordista na categoria de direção. Meryl Streep possui a maior quantidade de indicações ao prêmio entre atores e atrizes: são 14, sendo que dessas, a atriz venceu duas.

Vários atores já levaram Oscar por seus trabalhos como diretores, entre eles Clint Eastwood, Robert Redford, Warren Beatty, Kevin Costner e Mel Gibson. Clint Eastwood, por exemplo, nunca ganhou por suas atuações. Em compensação, já abocanhou dois Oscar de Melhor Direção por “Os Imperdoáveis” e “Menina de Ouro”, que também venceram por melhor filme.

E para quem acha a premiação essencialmente americana, nos últimos vinte anos, os britânicos levaram 26 das 100 indicações ao Oscar de Melhor Ator. Entre as indicadas a melhor atriz desse ano, apenas uma era americana ( Meryl Streep ), as demais eram européias. O México obteve nada menos do que 16 indicações ao prêmio na última edição.

 

No mais, a cada edição são movimentados cerca US$700 milhões em torno da festa do Oscar. Para quem não gosta muito da atmosfera sóbria da premiação, iferente do estilo do Globo de Ouro, acompanhar a transmissão pode ser bem divertido. Além de poder elogiar ou criticar o figurino dos artistas e torcer por suas preferências, os espectadores podem ver gafes históricas como aquela cometida por Geraldine Page. Ao ser chamada para receber a estatueta de melhor atriz por “Regresso para Bountiful”, em 1986, Geraldine demorou alguns segundos para levantar, pois procurava seus sapatos embaixo da mesa

Cremilda Aguiar, 19 anos, jornalismo Mackenzie/SP

 
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