Palestra sobre aquecimento global coloca jovens para rever seus hábitos cotidianos
Com pontualidade britânica, começou às 16 horas do dia 03 de outubro de 2007, no teatro do SESC Consolação de São Paulo, a palestra “O Continente Gelado e o Mundo”, da Christmas Lectures, organizada pelo Royal Institution. Esta
seqüência de palestras vem novamente ao Brasil por uma iniciativa do British Council, dessa vez para a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia que acontece na entre os dias 1 e 7 deste mês.
A palestra foi o quarto e último evento da série, sendo os outros três intitulados, respectivamente: “O Continente Gelado e o Ser Humano”, “O Continente Gelado e a Vida I” e “O Continente Gelado e a Vida II”. A exposição do conteúdo foi ministrada pelo Dr. Lloyd Peck, cientista e biólogo marinho da British Antarctic Survey que falou sobre como a Antártica está reagindo ao fenômeno de aquecimento global por meio de demonstrações práticas bastante didáticas. E mais do que isso, mostra como o continente pode servir de termômetro para todas as alterações climáticas advindas da ação humana sobre a natureza em todo o planeta.
O cientista deixa claro que não só o Brasil, mas todo o mundo será afetado com o deslocamento de gigantescos blocos de gelo ou mesmo o derretimento das geleiras por conta do calor causado pelo efeito estufa. “O CO2 deixa o calor do sol entrar, mas não permite que ele saia. Como na manta térmica da demonstração que acabamos de fazer”, explica o Dr. Peck.
Por meio do gelo podemos descobrir inúmeras informações valiosas sobre a Terra como, por exemplo, o tipo de gás atmosférico existente na região há milhões de anos atrás, ou mesmo a temperatura média da época. Entretanto, a previsão é de que, até 2099, os termômetros do mundo aumentem de maneira exorbitante e jamais vista.
O biólogo conta que o aumento excessivo de CO2 na atmosfera coincide com as décadas que vão de 1860 a 1880 aproximadamente e se deve, não à toa, a uma grande evolução da era industrial que se dá nesse período. Daí em diante, segundo ele, a Terra entra em uma zona de perigo.
Com o grande e rápido aumento da temperatura, as geleiras entram em colapso, elevando drasticamente o nível do mar e dizimando, portanto, inúmeras cidades. E infelizmente não temos muito tempo para agir. Além de pesados investimentos em tecnologia, o que tem de ser mudado com urgência é o estilo de vida das pessoas que, em sua maioria, são desastrosos para a conservação do meio ambiente.
Segundo dados, 75 % da energia elétrica brasileira vem de fontes renováveis enquanto que a média mundial é de apenas 15 %. Entretanto, o Brasil é um dos maiores causadores do efeito estufa devido às queimadas na Amazônia e à conseqüente emissão de gás carbônico. Por isso a conservação da floresta se trata de uma importante medida a ser incentivada pelos governantes do país.
Os poluentes liberados pelos carros são igualmente nocivos à saúde do planeta. O indício é de que, num curto prazo, precisaremos talvez da energia nuclear. Entretanto, se quisermos que a civilização continue, temos que mudar nossos hábitos.
Thiago Sogayar Bechara
03/10/2007
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