Dezembro de 2007 - Nº 08    ISSN 1982-7733
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Amaciante ecologicamente correto


Alannah Siqueira Guerrero
18 anos, 1º ano Química -Instituto de Química da USP

Saõ Paulo - SP

Estudantes de Química da USP apresentam projeto que visa ao fim do desperdício de água e a um melhor aproveitamento dos amaciantes domésticos

Trabalho apresentado na Febrace* por Alannah Siqueira Guerrero, Isabel Cristina Brito De Albuquerque, 18 anos, Etapa Vestibulares e  Tayla Cardoso Perfeito, 18 anos, Instituto de Química da USP.

Este projeto surgiu com o intuito de desvendar como o amaciante agia, e por que, afinal, ele amaciava a roupa para que conseguíssemos criar um novo amaciante ou um substituto para ele.

Primeiro precisávamos descobrir porque o sabão deixava a roupa áspera exigindo o uso de amaciantes, e esta resposta foi obtida pela própria análise da molécula genérica do sabão (e por meio de bons livros!!!).

Molécula de sabão

Quando o sabão entra em contato com a água o Na+ se desprende ficando em solução e a cadeia carbônica fica com carga negativa. Esta parte negativa da molécula interage com a sujeira limpando o tecido, e ao mesmo tempo deixando-o negativamente carregado, o que causa a repulsão entre as fibras deixando o tecido áspero.

É aí que entra o amaciante, pois sua molécula é bem parecida com a do sabão (ambos pertencem à classe química dos tensoativos), mas o oxigênio está ligado a um Cl- , que em contato com a água se desprende deixando uma cadeia carbônica de carga positiva que vai neutralizar as cargas negativas deixadas pelo sabão devolvendo a maciez do tecido.

Prosseguindo em nossas pesquisas, agora com o enfoque de produzir o amaciante, descobrimos que os tensoativos utilizados na produção do amaciante são sais quaternários de amônio, que contém nitrogênio amoniacal e que, em nosso país, são descartados diretamente nos corpos d’água, principalmente após o uso doméstico.

 

Rio Eutrofizado - Superfície coberta por algas

Dessa maneira tais compostos desprendem grandes quantidades de nitrogênio nos rios, lagos e mares. Essa substância é utilizada no metabolismo das algas subaquáticas e a presença excessiva desse nutriente faz com que as algas passem a proliferar-se desordenadamente, chegando ao ponto de cobrir totalmente (ou em grande parte) a superfície do corpo d’água, impedindo a passagem dos raios solares às regiões mais profundas, o que interrompe a fotossíntese e causa a morte das algas de fundo, o aumento de carga orgânica em suspensão e a conseqüente queda nos níveis de oxigênio dissolvido, levando à morte os animais aquáticos por asfixia.

Tendo em vista os impactos ambientais causados pelo uso dos amaciantes têxteis no Brasil, procuramos encontrar maneiras de reduzir este prejuízo e proteger nossas águas.

Uma das formas encontradas para reduzir estes impactos foi o desenvolvimento de uma nova formulação menos poluente para o amaciante têxtil; contudo o composto utilizado nessa fórmula, apesar de conter menos nitrogênio, não é aceito pelos grandes produtores por ser mais caro que o princípio ativo atualmente empregado, então desenvolvemos um dispositivo eletro-químico capaz de “recarregar” o amaciante já utilizado. Desta forma conseguimos reutilizar o mesmo amaciante por até quatro vezes; o que além de reduzir a poluição aquática ainda evita o desperdício de água.

 

Dispositivo amaciante.

O processo de “recarga do amaciante” é bem simples, basta armazenar a água com amaciante (geralmente chamada de “molho” pelas donas-de-casa) depois de usada e ao invés de jogá-la fora, como geralmente faríamos, a deixamos em contato com uma das placas metálicas do dispositivo enquanto a outra fica submersa na solução de sulfato de cobre por mais ou menos 40 minutos, assim a molécula de amaciante neutra (usada) volta a ter cargas positivas, sendo possível seu reuso.

No momento estamos trabalhando para aprimorar este dispositivo de forma que ele possa ser inserido na cuba das máquinas de lavar. Assim, o amaciante poderia ser “reciclado” no interior da própria máquina.

* A FEBRACE é uma feira anual para  estudantes do último ano do ensino fundamental e estudantes do ensino médio e técnico. Escolas públicas e particulares de todo Brasil podem participar. Participam projetos de uma das áreas da ciência (exatas e da terra, biológicas, da saúde, agrária, sociais e humanas) ou engenharia e suas aplicações. Os melhores projetos são selecionados como finalistas que apresentam seus trabalhos na mostra de projetos que ocorre em Março. 

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