Dezembro de 2007 - Nº 08    ISSN 1982-7733
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"Larguem tudo, vamos voar!" no Teatro Martins Penna - SP


O espetáculo "Larguem tudo, vamos voar!" ganha nova temporada. A reestréia acontece dia 31 de outubro e fica até 13 de dezembro, todas as 4as e 5as feiras às 21h no Teatro Martins Penna. A peça, produzida pelo Núcleo de Artes Cênicas da Estação Ciência, mostra a personalidade criativa de Santos Dumont, abordando o desejo humano de voar e representando a liberdade.

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A estréia do espetáculo aconteceu em 2006 para marcar a comemoração do centenário do vôo 14 Bis, dia 23 de outubro. Uma homenagem a Santos Dumont que já realizou várias apresentações, tanto na Estação Ciência como no Studio 184. Agora volta, com novo elenco, em curta temporada no Teatro Municipal Martins Penna, que já foi palco para apresentação de diversos grupos e companhias de teatro profissional, experimental e amador.

Larguem tudo, vamos voar! foi selecionada entre várias outras produções através de um edital do município de São Paulo para apresentações no Teatro Martins Penna.

Cauê Mattos. Foto: Divulgação

"A peça narra a história de Santos Dumont, desde o seu nascimento na fazenda Cabangu-Minas Gerais, até sua morte no Guarujá em 1932. Santos Dumont viveu sua infância na região de Ribeirão Preto, onde seu pai construiu uma fazenda enorme com 5 milhões de pés de café. O pai de Santos Dumont era um gênio, um empreendedor", conta-nos Cauê Mattos, ator e coordenador do Núcleo de Artes Cênicas da Estação Ciência.

"O pai de Santos Dumont fez uma trajetória marcante na agricultura brasileira, implementou diversas inovações tecnológicas e colocou uma extensão da linha férrea para escoar a produção do café. Ganhou muito dinheiro. Com uma situação financeira muito boa, Santos Dumont foi a Paris e lá realizou todos os vôos, todos os desejos que tinha desde criança, que era voar", completa Cauê.

" Voar, a princípio, com os balões. Ele foi o primeiro a fazer um balão minúsculo - o “Brasil” - até então ninguém tinha feito isso. A partir daí iniciou também a produção de todos os dirigíveis. O dirigível nº9 chegou a ser quase como um táxi. Ele pegava o D9 ia para um restaurante, estacionava na rua e depois voltava pra casa, visitava os amigos, passeava em Paris" conta Cauê.

Dirigível nº 9. Fonte: Museu Paulista da USP

"Santos Dumont ganhou vários prêmios. E os prêmios que recebia distribua entre os funcionários, ou para a população de Paris, nunca ficava com eles. Até chegar à execução do 14 Bis e com isso todas as glórias e honras de um grande inventor. Voltou para o Brasil, já cansado, sem poder realizar esses vôos todos mas ainda com toda a genialidade construiu vários experimentos até que em 1932, com a saúde já debilitada, faleceu lá no Guarujá" explica Cauê.

"Contamos essa história não no período de 1900, não é uma história de época. Imaginamos o Santos Dumont vivendo hoje, onde ele vivencia essas situações psicológicas e filosóficas contemporâneas. O personagem Teresa chega a uma praça e fica aguardando a chegada de Antônio para fazer um vôo de helicóptero. Santos Dumont sai de dentro de uma caixa preta - que tem vários significados - estabelecesse um diálogo entre eles até o momento em que ela desisti de esperar o Antônio, que nunca chega, e se deixa levar pelas idéias desse Santos Dumont contemporâneo" conta Cauê.

"Falar do balão "Brasil" de 100 anos atrás, por exemplo, é retratado ludicamente através de uma Ararajuba, pássaro verde-amarelo. Situações simples levando a idéias mais reflexivas sobre a liberdade e o desejo de voar" completa Cauê.

O Núcleo de Artes Cênicas da Estação Ciência foi criado em 1999 por artistas da Cooperativa Paulista de Teatro, técnicos e pesquisadores da Universidade de São Paulo com o objetivo de divulgar a ciência por meio de atividades como palestras, cursos, apresentações de espetáculos de dança, teatro, circo e música. A montagem de espetáculos teatrais é realizada pela Cia. Fábula da Fíbula da Cooperativa Paulista de Teatro.

Quanto à experiência do grupo em ‘mixar’ a linguagem  científica com a linguagem teatral, Cauê esclarece que as relações do grupo com a ciência, a arte e a tecnologia e as produções da Estação Ciência sempre têm um aspecto lúdico e que o objetivo é criar uma nova relação entre teatro, ciência e tecnologia. Os trabalhos têm sempre textos inéditos e reunem cientistas que dão as bases e a fundamentação de todos os conceitos tratados no texto da peça. A partir daí o grupo elabora toda a arte, a poesia e a poética do teatro utilizando-se também de elementos tecnológicos.

Veja algumas das peças já encenadas pelo grupo:

Estrela da Manhã- foi o primeiro espetáculo e aconteceu em 2000. É um texto histórico-poético que narra a trajetória do homem em busca do conhecimento e respostas a algumas das questões que afligem o ser humano: quem somos, de onde viemos e para onde vamos.

Conexões Cósmicas- uma viagem lúdica sobre a criação do universo. O Big Bang e o desenvolvimento do universo.

Gestação- onde atores-bailarinos interagem com ciber-cenários para falar sobre fecundação.

Prof. Gervásio e a Energia Elétrica- uma divertida aula-espetáculo que une teatro e conceitos, curiosidades e fenômonos da eletricidade.

O Monocórdio de Pitágoras- um artista popular conta em cordel uma história sobre a criação do monocórdio, um instrumento musical de uma corda só, fundindo matemática, música e teatro. Uma comédia imperdível.

O Poeta e o Vento- uma fábula sobre a paixão e o vento. Uma reflexão sobre as fontes alternativas de energia.

E pra terminar, um sonho de Cauê: transformar o dia 23 de outubro, que homenageia o vôo do 14 Bis, no Dia do Vôo, um dia especial em que as pessoas imaginariam seus sonhos e praticariam esse vôo onde quer que seja. 

Espetáculo teatral: “Larguem tudo, vamos voar!”  

www.ciafabuladafibula.com.br/vamosvoar

Autor: Darci Figueiredo

Elenco: Cauê Mattos e Luanna Jimines

Direção: Darci Figueiredo

Produção: Cia. Fábula da Fíbula da Companhia Paulista de Teatro

Onde: Teatro Martins Penna - Largo do Rosário, 20 – Penha, Fone: (11) 2293-6630
Até 13 de dezembro – todas as 4as e 5as feiras às 21h

Quanto: R$ 15,00, R$7,50 (meia entrada) R$5,00 para pilotos de helicóptero, Funcionários da Guarda Civil Metropolitana, e participantes do Programa da Apetesp.

Classificação etária: 12 anos

 

Espetáculos para grupos: (11) 7421-6246 – Cauê - teatrec@eciencia.usp.br

 

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Veja também>>>

 

-Larguem tudo, vamos voar!
Direção:Darci Figueiredo

-Caminhos
Direção:Rubens Rewald

- Terça Insana
Direção:Grace Gianoukas

 

 

 

 

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VOCÊ SABIA?

Quem foi Gil Vicente?

 

Muito do que se sabe a respeito de Gil Vicente é suposição, devido à falta de registro histórico confiável. Ele nasceu em Portugal, não se sabe exatamente em que cidade, entre os anos de 1465 e 1470 e morreu entre 1536 e 1540. O mais certo é que ele tenha sido ourives e essa função lhe permitiu acesso à Corte.

Em 1502 por ocasião do nascimento do rei D. João III Gil Vicente apresentou na Câmara Real uma peça de sua autoria chamada “O Auto da Visitação” ou “Monólogo do Vaqueiro”. A rainha D. Leonor ficou tão satisfeita com sua performance que o convidou a escrever outras peças em ocasiões festivas. Tem-se essa data como início do Teatro Português, embora vale lembrar que o teatro popular (farsas, momos, pantomimas) e o teatro medieval de caráter religioso (moralidades, mistérios) nunca deixaram de existir apesar da ausência de documentação escrita.

  Gil Vicente foi um observador dessa sociedade da época, criticando-a em suas peças. Seus personagens representam tipos (o velho, a alcoviteira, o fidalgo, o pastor) ou alegorias (a virtude, a morte, o bem, o mal). Ele classificava suas peças em comédias, farsas e moralidades, embora muitas classificações posteriores sejam diferentes, incluindo uma feita pelo seu filho Luis Vicente. Após a morte de Gil Vicente, ele publicou todas as obras do pai numa edição chamada “Compilaçaum de todalas obras de Gil Vicente”, que já teria alterado muito do original das obras.

 

  É provável que Gil Vicente tenha escrito mais de 44 peças, das quais muitas se perderam. As mais conhecidas são o Auto da Índia, O velho da Horta, o Auto da Barca do Inferno, a Farsa de Inês Pereira e o Auto da Lusitânia, na ordem cronológica em que foram escritas.

  Por esse pioneirismo na arte dramática, maestria com que escrevia seus textos e pela análise crítica que fez da sociedade da época, Gil Vicente é considerado “o Pai do Teatro Português” e suas obras são tão atuais que são montadas até hoje.

 

Adriana Lobo, aluna do Teatro - Escola Célia Helena,. São Paulo -  capital

 
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