Junho de 2008 - Nº 10     ISSN 1982-7733
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A superação de Denis


Crônica de Guilherme Fuoco

Denis saiu de casa não imaginando o que aconteceria com seu futuro. Na verdade, leitor, ninguém sabe o que o futuro nos promete, mas há algumas coisas que fazemos e que, infelizmente, não temos como fugir das conseqüências, não é? Por exemplo, uma vez o Denis quebrou o vidro da janela da casa vizinha com a bola de futebol. Sua mãe teve que arcar com todos os gastos e ainda passar uma vergonha “daquelas” na frente de todo o bairro. O futuro já guardava para Denis (e ele já sabia muito bem) uma boa surra. 

Todos aqueles sonhos que um garoto de catorze anos tem e o desejo de realizá-los foram surgindo na cabeça do pequeno rapaz quando chegou à escola e lá ficou sabendo que seu trabalho recebeu nota máxima no concurso estadual e foi convidado a ser exposto numa feira na maior cidade do país: São Paulo.

“Afinal, o que fiz para merecer isto?” perguntava para a professora o jovem Denis. Por mais que a notícia tenha sido excepcional a ficha não havia caído. Algumas preocupações surgiram também. Sair de Pequenópolis e chegar a São Paulo é quase impossível e muito caro. Não há aeroportos próximos da minúscula cidade e a rodoviária está lá em Mediópolis. São 300 km de distância.

“Você se empenhou e trabalhou para isso, Denis.” - foi a resposta da professora orgulhosa. Os gastos que Denis teria foram bancados pela prefeitura de sua cidade com todo o apoio do povo. Uma surpresa para o garoto. Outra surpresa foi também a saída do rapaz para a rodoviária da cidade ao lado. Todos da cidade foram: o jornaleiro, o padeiro, o coronel, a alfaiate, o dono da Lan House. O local combinado foi na única  praça da cidade. O pai e a mãe, cujos estudos não foram completados, cheios de lágrimas nos olhos, acompanharam o filho na carona que o padre lhes deu com seu Fusca, para Mediópolis. Mesmo o aperto naquelas três horas de viagem não foi o bastante para tirar a ansiedade do garoto de viajar. Chegou à cidade, subiu as escadas do ônibus da noite e sentou-se na poltrona. 

O trajeto foi longo, porém nada que uma boa soneca não fizesse o tempo passar. Denis dormiu e só acordou quando a poluição e os arranha-céus de São Paulo já se mostravam na linha do horizonte iluminados pela luz matutina do sol. Estava nublado e alguns pingos de chuva já começavam a cair.

Na rodoviária, um representante da feira estava esperando Denis. O reconhecimento aconteceu quando o garoto leu, no papel que o homem segurava, os dizeres: “Denis – Pequenópolis”. Deve ser eu, pensou o garoto. E era mesmo, afinal, era o único Denis de sua cidade. O homem anunciou que o levaria ao hotel e já passou a programação do evento.

Os dias passaram e Denis representou muito bem sua cidade na feira. Explicou tudo, participou de outras apresentações, fez amigos do país inteiro, capturou, por alguns momentos, os corações de todos que o viam. Para melhorar ele ganhou uma bolsa de estudos em uma universidade, cujo preço da mensalidade nunca poderia ser pago pelos pais. O garoto arrumou até uma namorada.

Hoje, leitor, depois de 20 anos, Denis já tem uma família, carro e é diretor de uma escola cujo incentivo aos projetos é a maior característica. Essa história eu sei muito bem justamente porque ele não pára de me contar.

É incrível como o pai gosta de contar os casos de sua juventude para o filho. 

 

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FEBRACE 2008

FEBRACE

Apresentação

Vídeo I

Painel geral da feira

Vídeo II

Alguns projetos apresentados na FEBRACE

Vídeo III

Projetos selecionados para participar da ISEF 2008

Vídeo IV

Imagens da feira

Galeria de fotos

Gerardo Lazzari

O Desafio do Empreendedorismo de Oportunidade

Paulo César Resende de Carvalho Alvim

 
 
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