Setembro de 2008 - Nº 11     ISSN 1982-7733
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Conseqüências do bullying para os envolvidos

Trechos do livro Bullying escolar – perguntas e respostas, recém-lançado pela editora Artmed e escrito pela pedagoga Cléo Fante e pelo psicólogo José Augusto Pedra.

*A autorização da reprodução foi dada pela editora Artmed, exclusivamente para compor o conteúdo online do Jornal Jovem.

 

Por que as vítimas de bullying não conseguem se defender com facilidade?

Alguns fatores podem justificar a dificuldade de defesa das vítimas: estar em minoria frente aos agressores; ser de menor estatura ou força física; apresentar pouca habilidade de defesa  e de auto-expressão; inabilidade em lidar com as circunstâncias estressantes e desagradáveis; pouca flexibilidade psicológica e baixa resistência à frustração. No entanto, isso ocorre principalmente por sentirem medo de seus agressores.

(PERGUNTA 79, PÁGINA 87)

Por que entre as vítimas impera a “lei do silêncio”?

Alguns motivos colaboram para que a maioria das vítimas se cale: falta de apoio e compreensão quando se queixam para os adultos; medo de represálias dos agressores; vergonha de se expor perante os colegas como incompetentes e fracotes; temor pelas reações dos familiares; mobilização de raiva voltada contra si mesma, pela incapacidade de defesa ou por concordar com os seus agressores, acreditando ser merecedora dos maus-tratos sofridos.

(PERGUNTA 80, PÁGINA 87)

Normalmente as vítimas tentam interromper a cadeia de maus-tratos que sofrem?

Sim. Em alguns casos, a vítima desenvolve um mecanismo de defesa, que lhe faculta superar o problema. São aquelas que se dedicam ao extremo aos estudos ou a outras atividades, conseguindo destaque e notoriedade. Como exemplo, podemos citar as gozações e a exclusão que sofreu na escola o renomado escritor Rubem Alves. Por seu oriundo do interior, em função das roupas que usava e do sotaque mineiro, estudando numa escola de elite do Rio de Janeiro, ele passou por vários sofrimentos emocionais. No entanto, um grande número de vítimas não consegue resultado satisfatório de auto-superação. Ao contrário muitas pedem para ser deixadas em paz, mas parece que ninguém as ouve. Algumas conseguem interromper os maus-tratos mediante a violência, como forma de revide. Outras se encorajam e buscam auxílio junto aos adultos, conseguindo ou não resultados positivos. Em casos extremados, algumas vítimas no limiar do sofrimento, resolvem dar fim à própria vida. Outras se armam, se vingam de colegas e professores, para, em seguida, cometer suicídio. Existem outras que perdem a autoconfiança e desenvolvem tiques nervosos, ansiedade, obsessões, compulsões, fobia escolar e social, bloqueios, dificuldade de manter-se controlada em focos de tensão, além de transtornos psicológicos.

(PERGUNTA 81, PÁGINA 87 e 88)

Quais são as conseqüências para os praticantes de bullying no contexto escolar?

Os praticantes de bullying comumente apresentam distanciamento dos objetivos escolares, baixo nível acadêmico e dificuldades de adaptação às regras escolares e sociais, devido às suas atitudes indisciplinadas, desafiantes, perturbadoras, resultando em déficit de aprendizagem e desinteresse pelos estudos. Podem tornar-se arrogantes, manipuladores, cruéis, “durões”, além de desenvolver liderança negativa. Podem introjetar a noção de que conseguem destaque e notoriedade por meio de comportamentos autoritários, abusivos e violentos, o que pode conduzi-los ao caminho da delinqüência e da criminalidade.

(PERGUNTA 84, PÁGINA 90)

E no contexto social, que conseqüências podem ser observadas?

O autor de bullying tem grande probabilidade de adotar comportamentos anti-sociais ou delinqüentes, devido à falta de limites ou de modelos educativos que direcionem  seu comportamento de auto-realização na vida para ações proativas e solidárias. As regras de convívio escolar e social são encaradas com desmotivação, uma vez que ele se sente superior aos demais e aprendeu a conviver sentindo-se mais gratificado com as próprias regras internalizadas, que lhe dão mais notoriedade e destaque perante seus iguais. Pela insegurança que sente, resultante da carência de amor e limites, suas ações são desprovidas de consideração, de empatia e de compaixão pelos colegas, adotando postura desafiadora frente às figuras de autoridade, como pais, professores e policiais, como expressão da necessidade de sentir-se valorizado e respeitado. Por isso, tais atitudes podem ser encaradas como pedido de ajuda e sinalizador de que algo não está bem. O praticante de bullying apresenta maior suscetibilidade ao envolvimento em gangues, brigas, tráfico, porte ilegal de armas, abuso de álcool e de drogas. Tende a praticar a violência doméstica e o assédio moral em seu local de trabalho, além de apresentar baixa resistência à frustração.

(PERGUNTA 85, PÁGINA 90 e 91)

Existem evidências do envolvimento de praticantes de bullying em criminalidades?

Estudos demonstram que os agressores têm maior probabilidade de praticar atos delinqüentes e criminosos e violência doméstica. Nesse sentido, o pesquisador Dan Olweus (Fante, 2005) desenvolveu estudos longitudinais com um grupo de adolescentes identificados como autores de bullying com idades entre 12 e 16 anos. Em seus estudos, ele concluía que, antes de completar 24 anos de idade, 60% dos adolescentes haviam sido apenados com pelo menos uma condenação legal. Nessa mesma linha de pesquisa, estudiosos americanos disseram haver grande probabilidade de esses agressores ainda terem, no mínimo, mais duas condenações legais durante a vida.

(PERGUNTA 86, PÁGINA 91)

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EDITORIAL

          Bullying           Como enfrentá-lo?

CONVIDADOS

Cleo Fante

Trechos do livro Bullying escolar:Perguntas e Repostas, Ed. Artmed

Dr. Lélio Braga Calhau

Dr. Lauro Monteiro

Dra. Juliana Gonçalves Pedreira e Dra. Paula Velloso Baptista Lemos

Daniele Vuoto

 
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