Texto enviado
por Fernanda Fontes
21 anos, 4° Jornalismo-Medotista
São Paulo-capital
Quem me conhece pouco acha que eu só gosto, ouço
e respiro rock'n'roll. Engana-se quem pensa assim.
No meu rádio também toca muita música
brasileira.
B - r - a - s -
i - l - e - i - r - a!
E não pense
que estou falando de Legião Urbana e Capital
Inicial (bandas nacionais de "rock" merecem
um post algum dia).
Eu gosto é
de bossa-nova, MPB, samba (não pagode!), samba-rock.
Outro dia onde eu estava? Show do Seu Jorge e Convidados.
Dançando e cantando. Quem vê não acredita
que 'euzinha' aqui sei sambar!
Sempre ouvi música brasileira. Provavelmente por
influência dos meus pais. Os dois, mineiros, sempre
ouviram músicos desta terra. Também minha,
por sinal. Milton Nascimento, Beto Guedes, Lô Borges
e todo o Clube da Esquina. Ah! Você não
conhece o Clube da Esquina? Vale a pena.
A MPB vai muito
além da turminha dos baianos, Gil, Caetano, Gal,
Bethânia, João Gilberto e cia. Destes aí,
adoro Gilberto Gil. Caetano escreve muito bem, mas as melodias
não me agradam. Acho brega. João Gilberto
é chato, mas compensa pela qualidade musical. Quanto
as cantoras, adoro a voz da Bethânia. Gal me irrita
(me desculpem!).
Voltando, cresci
ouvindo música brasileira. Meu pai sempre compôs
muito bem. Ele tocava violão, enquanto eu e meu irmão,
Bruno, cantávamos. Vale ressaltar que foi meu pai
também que me apresentou o rock'n'roll.
Ele não tinha essa intenção, mas foi
a partir dele que tive o primeiro contato com Led Zeppelin,
etc. Aliás, estes músicos brasileiros que
citei, tanto os baianos quanto os mineiros eram rockers
naquela época. Calma, o que quero dizer é
que a atitude deles era a mesma do próprio Led
Zeppelin, que citei aqui.
Novos Baianos,
por exemplo, é uma versão brasileira do que
acontecia em Woodstock! Eles ouviam Beatles, Rolling
Stones, Bob Dylan, fumavam maconha, gritavam
viva a liberdade sexual e viviam em comunidades. O lema
deles não era nada diferente do que Sexo, Drogas
e Rock'n'Roll!
Também não
posso deixar de citar os cariocas: Tom Jobim, Vinícius
de Morais, Chico Buarque. Nem preciso comentar sobre eles,
né? Na verdade, são meus prediletos. As letras,
simples e lindas, mas ricas. Parece fácil, mas dizem
que tocar bossa-nova não é para qualquer um.
Ouvir também não. Enfim,
adoro.
E
tem essa nova leva, a nova geração da MPB.
Tem muita gente chata. Até porque tudo hoje é
tachado como MPB. Mas também tem gente legal, fazendo
um som de primeira. A galera que passeia pelo samba-rock,
funk (não é pancadão), r&b está
com tudo: Seu Jorge, Paula Lima, Funk Como Le Gusta, Farofa
Carioca. Esta turma foi responsável por trazer à
tona gente esquecida na história da música
brasileira, como Wilson Simonal, João Nogueira e
até os primeiros trabalhos de Jorge Ben(Jor) e por
aí vai.
Para quem pensa que rock'n'roll não pode
conviver com a produção nacional, está
muito enganado. Pelo contrário, nos faz conhecer
ainda mais, ampliar horizontes, identificar o bom do ruim.
E, o principal, nos identificar com a nossa cultura. Porque
aqui também tem coisa legal.
Certa vez alguém me disse, enquanto eu fazia meu
discurso anti-micaretas semanais que custam os olhos da
cara: "Pára de pagar pau para os gringos, porque
tem muita coisa boa aqui também!". Mas acredite,
eu sei disso e valorizo!!!
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