Depoimento enviado
por Priscila Carmona
20 anos, 4° Direito-Mackenzie e 4° Comunicações-USP
São Paulo
- capital
Optar
por fazer intercâmbio certamente foi a melhor decisão
de toda a minha vida, e embora na hora da despedida tenha
batido aquele friozinho na barriga, medo por ir para um
lugar desconhecido, dúvida se a decisão tomada
foi correta, receio de não agüentar de saudades,
entre outros, hoje após ter tido esta experiência
e ter retornado para casa, não tenho a menor dúvida
de que passar um ano fora foi o melhor presente que meus
pais poderiam ter me proporcionado.
Prova disso é que ao invés de um semestre
que havia acordado com a minha universidade (fiz um intercâmbio
pela minha faculdade e fui estudar Direito em Portugal,
tendo, portanto, a chance de ver como funciona a graduação
em outro país), acabei ficando um ano.
As vantagens e benefícios são tantos que nem
sei como descrevê-los, tudo que você passa,
absolutamente tudo, desde as viagens e momentos maravilhosos,
saudade da família e dos amigos, realização
de tarefas domésticas até o macarrão
com atum diário, na hora que a grana fica curta,
acabam contribuindo para o seu desenvolvimento e amadurecimento.
Sem contar a oportunidade de mergulhar de cabeça
em uma nova cultura, conhecer novas pessoas, novos costumes
e novos lugares.
Universidade de
Coimbra - Foto: Priscila Carmona
No
meu caso, além de estudar em uma faculdade estrangeira
e conhecer muitos portugueses (fiquei um ano em Coimbra,
Portugal) também tive o prazer e o privilégio
de conhecer e morar com uma moçambicana, uma alemã,
duas inglesas, duas francesas, uma holandesa, entre outras,
e posso dizer que essa troca e diversidade cultural têm
um valor absolutamente inestimável.
Isto
no primeiro semestre, época em que morei em uma residência
universitária com mais umas cem meninas, os andares
do térreo, primeiro e segundo andar eram destinados
às estudantes portuguesas e o subsolo às estrangeiras.
Pagávamos 90 euros mensais e dividíamos quartos
duplos, um banheiro para cada quatro estudantes e uma cozinha
para doze! Imaginem a bagunça que não era
na hora do jantar. O gostoso é que qualquer reunião,
qualquer almoço já parecia uma festa!
No
segundo semestre, não consegui mais vaga na residência
universitária e tive que procurar um quarto em um
apartamento.
Outra vantagem que senti morando na Europa é que
onde quer que você vá ou olhe, você estará
respirando história, arte e cultura, é a oportunidade
perfeita para aprender na prática tudo que as aulas
do colégio te ensinaram na teoria e de se apaixonar
por um mundo e uma realidade até então distantes.
E mais, graças à existência de cias.
aéreas bem baratinhas por lá, planejando-se
uma viagem com antecedência é possível
deslocar-se de um país a outro pelo preço
que você gastaria indo de uma cidade a outra de trem
ou comendo uma semana na cantina da universidade. Assim,
economizando um pouquinho todo dia, você acaba conseguindo
fazer viagens bem bacanas e a custos baixos.
No final, os benefícios vão muito mais além
do que enriquecer o seu currículo, é a ocasião
perfeita para aprender a se virar, tornar-se mais sociável,
aperfeiçoar outros idiomas e fazer amigos de
todo o mundo, expandir seus conhecimentos e horizontes
(é
engraçado porque depois de um tempo morando fora
e viajando bastante, o mundo passa a ter outra dimensão,
perde o seu tamanho colossal e às vezes você
tem a impressão não só de que o mesmo
torna-se pequeno, como ainda está aos seus pés,
pode parecer pretensão falar assim, mas as sensações
provocadas pelo gostinho de liberdade são inexplicáveis),
conquistar a independência emocional, amadurecer,
valorizar a sua família, amigos e tudo que
você
deixou pra trás para curtir essa experiência,
enfim, ensinamentos e lembranças que te influenciarão
para o resto da vida. |