Relato enviado
por Edna Telles, 28 anos, formada em
Pedagogia-USP 2002 e Alex Pontin,
28 anos
São Paulo - capital
Carro cheio, tanque cheio, corações batendo
forte, um sonho de adolescente: cruzar o litoral brasileiro,
de São Paulo a Porto Seguro. Foi com essa idéia
que compramos um guia de praias e partimos no dia 03 de
janeiro de 2006. Escolhemos tantos lugares que mesmo dois
meses de férias não seriam suficientes para
conhecer tudo. A parte mais difícil foi excluir alguns
lugares que gostaríamos de conhecer. Então
resolvemos ir direto a Parati (RJ).
Decidimos ir por
Cunha (SP), descendo através da Serra da Bocaina.
Na mesma tarde estávamos passeando pelas lindas ruas
do centro histórico de Parati, cada trecho um click
nas belas construções de estilo colonial.
Na manhã
seguinte, fomos até Trindade. Conhecemos duas praias:
Praia do Meio e Cachadaço, onde existem belas piscinas
naturais na maré baixa. Nosso próximo destino
foi a cidade do Rio de Janeiro, onde conhecemos o Corcovado
e o Pão de Açúcar. Uma tarde é
suficiente para fazer esses dois passeios. Mas preparem
o bolso, a brincadeira fica cara: R$ 35,00 por pessoa para
andar no bondinho do Pão de Açúcar,
fora o estacionamento. No Cristo, a grana fica para pagar
as pessoas que “olham o carro” e cobram R$ 5,00.
Mas vale a pena, é indescritível a beleza
das paisagens a partir desses dois lugares!
Já a caminho
de Cabo Frio (RJ) – nossa próxima parada –
outra beleza imperdível é a travessia da ponte
Rio-Niterói. Não tivemos muita sorte, pois
choveu demais e não conhecemos nenhuma praia em Cabo
Frio nem em Arraial do Cabo,que dizem serem lindas! Por
conta disso, no dia seguinte resolvemos seguir rumo à
Guarapari, no Espírito Santo. Nesse trecho, recomendamos
cuidado redobrado na estrada, a BR 101, que está
em terrível estado de conservação:
há longos trechos sem acostamento, muitos buracos
e pouca sinalização. Guarapari tem praias
lindas, algumas com piscinas naturais, como a Praia dos
Namorados.
Seguindo mais um
pouco pela BR, chegamos na terra do forró: Itaúnas,
que poderia tranqüilamente ser chamada de “Itadunas”.
Para chegar até a praia é preciso atravessar
um longo trecho formado por dunas. A cidade é aconchegante
e a noite pode-se curtir um bom forró estilo pé-de-serra,
como também uma boa moqueca capixaba.
Na manhã
seguinte partimos para o Sul da Bahia. Quando chegamos em
Caraíva, descobrimos que para chegar até a
vila, é preciso deixar o carro em um estacionamento
próximo, pois o acesso é feito somente por
barco. A vila é bem rústica, não tem
energia elétrica, nem caixas eletrônicos e
as ruas são todas de areia. Ela fica entre o mar
e o rio Caraíva. A praia é muito bonita e
a galera é bem descolada, a noite rola um forró
universitário e pé-de-serra, além dos
restaurantes. Há opções de pousadas,
todas super simples (apesar do preço não ser
tão acessível), mas também pode-se
ficar em acampamentos (a opção mais barata).
A praia do Espelho e Curuípe são belíssimas
e valem a pena também pelas piscinas naturais. De
lá seguimos para Trancoso, onde ficamos hospedados
os últimos cinco dias.
De Trancoso o acesso
é fácil para Arraial D`Ajuda e Porto Seguro.
Além das praias em Trancoso serem muito bonitas,
há o espaço conhecido como “quadrado”,
onde fica o point da galera: muitos barzinhos,
restaurantes e lojas desde as simples até as mais
arrojadas. Durante o dia, encontram-se hippies vendendo
colares, brincos e artesanatos em geral, a noite é
agitada, mas geralmente mais cara que todos os outros lugares
por onde passamos. Arraial D´Ajuda tem belas praias
também, as mais bonitas são Taipe, a praia
da Lagoa Azul e Mucugê (a mais agitada). A vila que
fica próxima a rua do Mucugê é linda,
aconchegante e concentra lojas e barzinhos para todos os
gostos, principalmente rock e MPB, mas não para todos
os bolsos, pois é tudo muito arrojado e caro. Vale
a pena conhecer, mas é bom ir prevenido quando o
assunto é grana.
Em Porto Seguro,
o agito é outro: muito axé nas barracas distribuídas
nas praias, onde acontecem os Luaus (cada noite
em uma barraca). Além destas festas, há a
conhecida Passarela do Álcool, com muitas barracas
de batidas como as famosas Capeta e Beijo na Boca, além
das variadas barracas e lojas de artesanato, lembrancinhas
e camisetas com a frase: Estive na Bahia...
Dos quinze dias
que tínhamos para viajar, reservamos dois para
a volta a São Paulo de um fôlego só,
parando apenas para dormir. É cansativo, mas
valeu a pena. A viagem acabou com gostinho de quero
mais, e hoje, apesar de todas as falas que ouvimos
sobre a impossibilidade de fazer uma viagem dessas
em quinze dias, temos a certeza que “algo é impossível
até que
alguém vai lá e faz...” Fé em
Deus e pé na tábua e até a próxima
aventura!! |