Rafael
Barbosa
23 anos, formado em Jornalismo-Uninove 2004
São Paulo
– capital
Depois de dois ótimos campeonatos nacionais, um deles
manchado por fraudes na arbitragem, a seleção
brasileira embarca para a Alemanha tendo uma certeza: se
não for por contusão de algum de seus astros,
não terá nenhum titular que atue no futebol
nacional. E mais, tivemos um argentino eleito como o melhor
do Brasileirão 2005 e mais três estrangeiros
na seleção do campeonato (o paraguaio Gamarra
e o uruguaio Lugano formando a zaga, além do sérvio
Petckovic na armação do time).
Isso
demonstra a fraqueza econômica de nosso futebol. Temos
os jogadores mais talentosos mas, infelizmente, não
há a mínima condição de mantê-los
jogando por aqui. E toda essa dificuldade financeira dos
clubes, reflete diretamente no selecionado de Carlos Alberto
Parreira.
Nosso
técnico ainda tem algumas dúvidas na lista
oficial de convocados a ser divulgada no dia 15 de maio,
data imposta pela FIFA e questionada pelas seleções.
Porém, essas incertezas atingem basicamente o banco
de reservas, já que o time titular está na
cabeça de Parreira. Talvez apenas a zaga que estreará
contra a Croácia no dia 13 de junho ainda não
esteja definida.
Mesmo
após resolver quem irá usar as duas últimas
camisas de titular (já que Dida, Cafu, Roberto Carlos,
Emerson, Zé Roberto, Kaká, Ronaldinho, Ronaldo
e Adriano estão garantidos), não há
esperanças de um que defenda um clube brasileiro
esteja entre os 11. Pelas últimas convocações
de Parreira, os defensores que irão representar o
Brasil na Alemanha são Lúcio, Roque Jr., Luisão
e Juan, ou seja, todos atuando no exterior.
Pelas
últimas listas de Parreira poderemos contar com 3
atletas que defendem clubes brasileiros na Copa do 2006:
Marcos, que passa por um mal momento e não ameaça
o titular Dida; Gustavo Nery, à sombra da estrela
de Roberto Carlos; e Ricardinho que, apesar de contar com
características diferentes, joga no mesmo setor do
campo de Ronaldinho e Kaká.
Tudo
isso demonstra dois lados do futebol brasileiro, um fortíssimo
e outro muito atrás de clubes europeus e até
asiáticos. Formamos craques ano após ano,
e podemos nos dar ao luxo de ter Robinho, um dos jogadores
mais caros do mundo, no banco de reservas. Porém,
cada vez mais, eles se transferem para o exterior mais jovens
e inexperientes. Resultado disso é a nossa seleção,
pela primeira vez na história, estreando em um Mundial
só com os chamados “estrangeiros” no
time titular. |