Foto: da capa do livro "Clara Nunes - Guerreira da utopia".
Clara Francisca Gonçalves, a Clara Nunes, nascida na cidade mineira do Cedro (atual Caetanópolis) em 12 de agosto de 1942 numa família de classe operária e morta prematuramente aos 40 anos, em 2 de abril de 1983.
Sua carreira meteórica, iniciada como crooner em Belo Horizonte, é antes surpreendida por uma tragédia familiar. Bem jovem ainda, órfã de pai e mãe, Clara veio para o Rio de Janeiro, tentou vários caminhos profissionais, de cantora de boleros à Jovem Guarda e festivais universitários, até chegar ao estrelato como grande sambista e, posteriormente, à consagração como intérprete da MPB.
Clara Nunes era uma explosão. Seus shows emocionaram platéias em todo o Brasil e em várias partes do mundo. A mídia rendeu-se a ela. A indústria do disco também. Dava ibope. Era uma verdadeira máquina de fazer dinheiro. Mergulhou nos jogos do mercado fonográfico rumo ao estrelato. A capacidade de lutar pelos seus ideais, de fazer valer seus direitos é incontestável.
Acreditava no amor e na amizade. Brasileira legítima, tinha uma fé absolutamente sincrética. Batia cabeça e cantava ponto em terreiro. Tomava passe em centro de mesa branca e comungava em igreja católica, após se ajoelhar para rezar o Pai Nosso ou a Ave Maria diante da imagem de Nossa Senhora.
Em 1983, no apogeu da carreira internou-se numa clínica na zona sul do Rio de Janeiro para uma cirurgia de varizes, aparentemente simples, vindo a falecer depois de 28 dias de agonia. A possibilidade de erro médico, os boatos desencontrados, a comoção popular e o velório apoteótico na quadra da Portela em Madureira são o tema dos últimos e emocionantes capítulos de Clara Nunes – Guerreira da Utopia.