Fevereiro de 2011 - Nº 20   ISSN 1982-7733  
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Caso dos Mineiros Chilenos: Espetáculo Midiático?

Vinicius Augusto Silvério da Silva
Idade: 19 anos, estudante de jornalismo
Uberaba - MG


Os 33 mineiros que ficaram presos a mais de 600 metros de profundidade na Mina San José no Chile, é mais um caso para debatermos sobre a sociedade do espetáculo da mídia em relação às tragédias.

Tragédias e desgraças naturais vendem

As boas notícias ganham espaço no varejo social e já fazem parte do gosto popular definindo uma nova geração de expectadores. Acostumados com plantões e boletins noticiando sempre o caos, desta vez, é surpreendente analisar o novo enfoque. O papel da mídia não foi acusar, culpar, nem tão pouco dar ênfase na investigação do ocorrido, mas averiguar e mostrar o passo a passo para a conclusão do objetivo final: o resgate dos mineiros chilenos.

As emissoras de TV e rádio foram intimidadas pelos expectadores sedentos de informação e pela concorrência a transmitir a cobertura completa. No início, uma transmissão tímida. Depois ocuparam as 24 horas da programação com flashs instantâneos ou com noticiários especiais criados em horários de grande audiência.

Reality Show no Chile

A pressão e a crescente expectativa da mídia faz com que a imprensa acompanhe casos trágicos, transformando-os em realitys show. Aproximadamente um mil e quinhentos jornalistas de todo o mundo, entre eles repórteres e cinegrafistas, acompanharam in-loco juntamente com as famílias, por mais de dois meses o confinamento dos mineiros, registrando cada detalhe que pudesse se tornar uma nova pauta para criação de matérias a cada dia.

Durante as coberturas, as tentativas incessantes de narrar e descrever fatos que são auto-explicativos, sem o acréscimo de novas informações, tornava este tipo de jornalismo boçal e barato. Falta conteúdo e peca na credibilidade.


Quando utilizado dentro dos parâmetros éticos e respeitando limites, o sensacionalismo criado pela mídia pode ser co-autor de grandes realizações, neste caso, alertou o governo chileno sobre protrair ações impedindo assim de procrastinar o resgate dos confinados.

Gerenciamento de Crise

“Estamos bien en el refúgio los 33”. Esta foi a frase enviada pelos mineiros após 17 dias presos na mina, e posteriormente, lida por Sebastian Pineã, presidente do Chile. Após o resgate, a frase que deu fim à agonia das famílias que estavam sem informações e motivou quem possuía esperanças, entrará para a história. Uma réplica foi enquadrada como recordação do acontecimento. Não só a frase, mas também todo o caso em si, há produtores interessados em lançar um filme contando a história dos sobreviventes chilenos.

Camisas autografadas por jogadores de futebol, rosários abençoados pelo Papa Bento XVI e demais presentes. Os discursos e aparições premedidatadas do presidente Sebastian Pineã, a preferência para a imprensa chilena em determinados momentos, o treinamento recebido pelos mineiros para as futuras entrevistas e coletivas, as promessas de indenizações e menções honrosas foram grandes estratégias utilizadas pelos profissionais de assessoria de imprensa e relações pública para se trabalhar a comunicação institucional do país, que se encontrava em acentuada crise.

Enfim, o mundo espera que o caso dos mineiros chilenos sirva de modelo e que novas medidas de segurança sejam adotadas para a prevenção de acidentes. É preciso que haja uma revolução na área da mineração, principalmente nos quesitos de tecnologia e segurança. 

 

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