Fevereiro de 2011 - Nº 20   ISSN 1982-7733  
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Cida Moreira: Dama indigna


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Por Thiago Sogayar Bechara

Jornalista, poeta e biógrafo

Não é todo dia que um país vê nascer uma artista absolutamente original sob o ponto de vista estético e conceitual de sua obra. Sobretudo num país extremamente musical, numa década em que as banalizações artísticas geradas pela intensificação da cultura de massa começam a dar cada vez mais espaço a modismos e estrangeirismos que, à parte a música de qualidade de outras paragens, prestam desserviço à busca de uma identidade cultural autêntica e íntegra, no sentido da obra consciente de si e de seu valor real.

Canções

Música: "Singapura". Eduardo Dusek e Cida Moreira ao vivo.

Youtube http://www.youtube.com./watch?v=Zj_YJ_Qdy-Y&feature=related

 

Cida Moreira no programa Sr. Brasil http://www.youtube.com./watch?v=B7XrHkHZ6lk&feature=related

 

Cida Moreira canta Tom Waits no "Programa do Jô" - 2008

Youtube: http://www.youtube.com./watch?v=rJbGI00TsXA

 

Cida Moreira se lançou à carreira-solo no início da década de 1980, e não amaciou para ninguém – muito menos para ela mesma! Partiu direto para as barras mais pesadas, como já anunciava em seu show de estreia, o antológico Summertime, gravado ao vivo e lançado em vinil lilás hoje cultuado por colecionadores e especialistas na área, quando o assunto são as canções para cortar os pulsos que ela embala sob o signo de diversas searas artísticas, como é o caso do cabaré alemão dos anos 1920 e 1930, representado ao longo de seus 30 anos de carreira por um dos maiores dramaturgos, poetas, letristas e criadores modernos do mundo, o alemão Bertolt Brecht.

Cida é uma atriz, cantora e pianista underground. Mas este conceito – como tudo o que tacha e rotula – nem sempre define com precisão. É antes uma artista que não fez concessões e esta opção lhe traz frutos positivos e negativos, como tudo na vida. Começou em 1977 com a peça A farsa da noiva bombardeada, primeira profissional de Alcides Nogueira; foi uma das fundadoras do histórico grupo Teatro do Ornitorrinco; integrou elencos dignos de verbetes em enciclopédias especializadas como Teatro do Ornitorrinco canta Brecht e Weill; Ópera do malandro, de Chico Buarque; MahagonnySongspiel, de Brecht; e fez shows-solo trazendo aos palcos repertórios criteriosamente pinçados da vasta gama que este Brasil muitas vezes insiste em reservar para os mais empenhados na arte do garimpo.

Cantou Modinhas Imperiais, cantou Gershwin, Cole Porter, Cartola, Tom Waits, canções para cinema e participou, ela própria, de vasta filmografia associada principalmente à produção da chamada Boca do Lixo, concentrada na década de 1980 em São Paulo -cidade onde Cida nasceu, apesar de ter se criado em municípios de interior como Paraguaçu Paulista, Londrina e Assis.

Psicóloga de formação, Cida vestiu-se de sua persona cênica e, com toda sua sensibilidade, cultura, inteligência – e a densidade de seu temperamento -, entregou-se ao relato desses 30 anos de palco, ao jornalista e poeta que agora escreve estas linhas. Disso resultará o livro-perfil “Cida Moreira: a dona das canções”, a ser lançado pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, em data ainda imprevista, pela Coleção Aplauso, quando, enfim, grande parte de sua carreira e de sua contribuição para as artes cênicas e musicais brasileiras estará devidamente registrada e acompanhada de farto material iconográfico.

 

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