Artista multimídia identificado pelas foto-instalações em exposição permanente no Metrô Sumaré volta a expor em São Paulo com 50 fotografias inéditas feitas em Portugal, Israel, Alemanha e Brasil onde discorre sobre o prazer e a angústia, a partir de imagens metafóricas sobre a religião, a comida, a arquitetura e o corpo.
Graças aos cavaletes de vidro de Lina Bo Bardi, Teixeira
Coelho e Flemming conceberam um caleidoscópio de imagens soltas no ar.
Valendo-se ora pela transparência do vidro, ora pelo reflexo que ele
dá numa sala escura, a exposição se tornou um magnífico jogo de
espelhos, resultando no que Teixeira chama de trajectividade, isto é,
o itinerário/trajeto do observador determina a mostra.
Parte do
significado da mostra é construído na associação de imagens entre
aquela que está de fronte, aquela atrás do vidro e aquela refletida
nele.
Com a mostra, o artista revela simbolicamente o caos da vida contemporânea e também coloca em xeque o modo usual de se ver fotografias, convocando – com efeitos técnicos específicos – uma percepção compromissada. O conceito em que se baseia a exposição inclui a repetição de fotos tomadas com mínimas modificações da câmera em relação ao objeto, tornando diferente o que à primeira vista parece idêntico.
“Talvez pela super-saturação imagética a que somos submetidos (hoje em dia até em nossos celulares), acredito que haja uma tendência para o amortecimento de nossa percepção das imagens, e eu sou contra isso. Então, uma das intenções é mostrar ao público como é importante o olhar, convidando-o a ver em profundidade minhas imagens, que se repetem porém de maneira diferente”, diz o artista, que tem obras nos principais acervos do país.
Usando uma linguagem contemporânea fiel à sua própria obra de intervenções pictóricas sobre a fotografia, Flemming quer trazer ao público a questão das variações de imagens e cor. As obras apresentadas foram fotografadas com luz natural e em nenhuma delas houve corte em laboratório: são fiéis ao olhar definitivo do fotógrafo através da câmera. As fotos foram realizadas com uma máquina digital LEICA, impressas através de ink-jet sobre plástico PVC, em sua maioria na dimensão de 0,80 x 1,90 cm.
MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
Av. Paulista, 1578 – Cerqueira César – São Paulo – SP
Período: de 2 de fevereiro a 1º de abril
Horário: de terça a domingo, das 11 às 18 horas
Ingresso: R$ 15 (inteira) e R$ 7,00 (estudante), gratuito para menores de 10 anos e maiores de 60 anos.
Informações ao público: 11 3251 5644
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