Março de 2007 - Nº 05    ISSN 1982-7733
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Almeida Júnior - um criador de imaginários na Pinacoteca/SP

A exposição, com cerca de 140 obras de Almeida Júnior, encerra as celebrações do 1º Centenário da Pinacoteca do Estado e apresenta um abrangente panorama da produção de um dos mais importantes artistas brasileiros do século XIX. Conhecida pelo diálogo que trava com muitas das questões de seu tempo, bem como pelo tema regionalista, as cenas religiosas e os retratos.

 

A mostra se compõe de quatro módulos temáticos: em Tempo humano, toma-se contato com a retratística de Almeida Júnior. O segundo núcleo, Natureza e cotidiano, reúne paisagens e cenários interioranos. O universo das rotinas rurais brasileiras é tema do módulo Trabalhos em contraste. No núcleo Artista como museu encontram-se cópias de trabalhos seus realizadas por seus contemporâneos, que revelam o prestígio gozado por Almeida Júnior em vida, bem como aspectos da formação artística à época.

Fator diferencial na produção artística de Almeida Júnior, em grande parte acolhida pela Pinacoteca do Estado, é que se sensibiliza pelo cotidiano do povo, incluindo as crianças, o que induz a analisar a sua infância. Já em 1877, o escritor Tristão Mariano da Costa divulga, no Almanaque Literário de S. Paulo, os primeiros dados pitorescos: precocidade no desenho aos 5 anos, devoção à família associada à sorte na loteria, que lhe propicia comprar casa própria para os pais, como se espera de um dedicado filho. Enfatizam-se também prêmios na Academia Imperial de Belas Artes do Rio de Janeiro, e a circunstância de ter chamado a atenção do imperador.

O debate político encontra-se muito vivo no momento em que Almeida Júnior cursa a Academia Imperial, a partir de 1869, havendo grande efervescência das idéias, particularmente republicanas. Recorde-se que, em 3 de dezembro de 1870, publica-se no jornal fluminense A República o célebre Manifesto Republicano, em que se enuncia oposição frontal ao Regime Imperial e a conseqüente centralização do poder, geradora de privilégios, como se consagrou.

Não menos significativa para despertar sobre o viver popular, a bravura e adesão às causas coletivas foi a sangrenta Guerra do Paraguai, desenvolvida na mocidade do artista, entre 1864-70. Também denominada Guerra da Tríplice Aliança, com argentinos e uruguaios, chama a atenção para a territorialidade, pois o Brasil Imperial levará grande contingente em combate no continente americano. Romances, telas, esculturas e poesias relatam e exaltam o ocorrido, cuja base heróica agrega o destemido povo, que se embrenha por questões de território.

Almeida Júnior dialoga em suas telas, denunciando dilemas de seu tempo, conflitos e saídas, além de realizar tema regionalista, cenas religiosas e retratos, naquela São Paulo que dava as costas ao século XIX. Consagrado como o introdutor do caipira, gerou uma linhagem de artistas retratando figuras populares sentadas em degraus e aproximadas como que flagradas por lentes fotográficas.

Curadoria de Maria Cecília França Lourenço.

Curadoria-adjunta de Ana Paula Nascimento.

Pinacoteca do Estado

Pça da Luz, 2 – fone 11 3229.9844

Aberta de terça a domingo, das 10 às 18h.

R$ 4,00 e R$ 2,00 (meia). Grátis aos sábados

Em cartaz até 15 de abril de 2007.

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