Outubro de 2007 - Nº 07    ISSN 1982-7733
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Parte 03 (Final)

O texto

Tradicionalmente o texto jornalístico vem fundamentado no lead, a abertura da matéria trazendo as informações mais importantes. Os elementos lidiáticos fundamentais são seis: o quê, quem, quando, onde, como e por quê. Eles devem permitir ao leitor uma informação rápida do acontecimento. Sua formação segue a seguinte estrutura: fatos mais importantes na abertura - o lead; desdobramentos desses fatos e, finalmente, detalhes secundários da matéria.

No entanto, o lead, muitas vezes superestimado outras execrado no jornalismo, é apenas uma possibilidade, uma forma de entender a hierarquia da notícia, dos acontecimentos. Seu uso não é obrigatório. Na hora de escrever, o mais importante é considerar algumas noções básicas para uma boa matéria no jornalismo impresso:

CLAREZA. Esse é o elemento que torna o texto acessível ao leitor. A busca de uma seqüência lógica para a apresentação dos fatos e o uso de um bom e correto português são a marca de um texto claro;

           Marcos e Paulo entraram, sentaram-se lado a lado. Logo em seguida, ele saiu. (Quem saiu?)

CONCISÃO. Ser conciso consiste em escrever um texto enxuto, sem dizer muito mais além do necessário para informar, dar fluência à reportagem e torná-la gostosa e atrativa. É o que os bons redatores chamam de “musicalidade”;

OBJETIVIDADE. Redigir um texto objetivo significa impor rigor e precisão àquilo que se informa;

           Um grande público compareceu à festa... (Quantas pessoas significam “um grande público”?)

SIMPLICIDADE. Utilize uma linguagem simples e acessível, a não ser, é claro, com as devidas moderações, quando se tratar de um jornalismo especializado. O jornalista não deve se empenhar na busca de termos desconhecidos ou de difícil domínio, a não ser que seu público seja bem específico. O hermetismo (falar difícil) e a prolixidade (falar demais), além de tornarem o texto complicado, podem cansar o leitor e levá-lo a abandonar o material;

PARÁGRAFOS CURTOS. Utilize frases (e orações), períodos e parágrafos curtos para que o leitor possa entender melhor a matéria. Esgote um ou dois itens da sua reportagem em cada parágrafo e arremate-os num parágrafo final;

AUSENTE-SE DO TEXTO. Evite o uso da primeira pessoa (eu, me, comigo... / nós, nos, conosco...): o jornalista deve ausentar-se ao máximo do texto. No entanto, em casos excepcionais, use a primeira pessoa do plural;

PERSONAGENS. “Apresente” os personagens da notícia, fornecendo dados como idade, sexo e profissão, sempre que pertinente. Itens como esses, ao contrário do que se supõe, influenciarão no peso das declarações para o receptor. No caso de entrevistas caracterizadas, anteponha a profissão (ou cargo...) ao nome do entrevistado. Por exemplo:

           O engenheiro Paulo Furlan disse não haver riscos de desabamento...

           Júlio Caboja,37 anos, casado, pai de dois filhos de 6 e 8 anos, é contra o aborto...

CHAVÕES. Evite o uso de chavões ou ditos populares. Além de empobrecerem o texto, eles comprometem a credibilidade de seu autor;

REPETIÇÕES. Policie-se na repetição de termos ou palavras numa mesma oração ou parágrafo;

 

LEIA SEU TEXTO E USE A GRAMÁTICA. Leia e releia - sempre - o material que você redigiu e corrija erros de português sempre que percebê-los. Caso surjam dúvidas quando estiver escrevendo, não pare o raciocínio. Assinale a palavra ou frase com uma interrogação ou traço e vá em frente. Para tirar as dúvidas, tenha sempre em mãos um dicionário e uma gramática.

 

Enio Moraes Júnior*
enio@jornaljovem.com.br

(0xx11) 9148-1514
www.blogdoenio.blog-se.com.br

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* Enio Moraes Júnior é jornalista, mestre em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo e professor universitário em São Paulo.

 

Veja também >>>

- Parte 01 - A pauta: O roteiro da reportagem
Texto: Enio Moraes Júnior

- Parte 02 - A reportagem
Texto: Enio Moraes Júnior

- Parte 03 - O texto
Texto: Enio Moraes Júnior

 

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