Agosto de 2010 - Nº 18   ISSN 1982-7733  
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Narciso acha feio o que não é espelho?

Camilla Comolatti, Carolina Pareto, Gabriel Careli, Gabrielle Figueiredo e Leticia Lopez

Alunos do curso de Psicologia da PUC-SP*

São Paulo - SP

* Orientação: Mônica Helena Tieppo Alves Gianfaldoni, Doutora em Psicologia da Educação pela PUC-SP e professora da PUC-SP

Ricardo Roberto Plaza Teixeira Doutor em Ciências pela USP e professor da PUC-SP e do CEFET-SP

Ilustração: David Brenon

Com 1,67m de altura, 63kg de peso e suas medidas sendo 93 de busto, 58 de cintura e 91 de quadril, Marilyn Monroe não tem nada do ideal de beleza de hoje. Por exemplo, a modelo Gisele Bundchen, que é considerada uma das mulheres mais bonitas do mundo hoje em dia tem 1,79m de altura, 54 kg, 59 cm de cintura, 87 cm de quadril e 86 cm de busto.

Essa mudança de padrão de beleza de 1950 para hoje em dia, pode ser explicada pelo filósofo francês Gilles Lipovetsky, o qual diz que as mulheres buscam cada vez mais a magreza como ideal de beleza porque as curvas evidenciam aspectos femininos ligados à maternidade, coisa que hoje em dia as mulheres querem ser dissociadas. A magreza veio como expressão de um novo papel da mulher, como demonstração de uma personalidade que se tornara capaz, trabalhadora, responsável pelo seu sistema reprodutor (a partir da pílula anticoncepcional), a qual busca estar sempre imersa no frescor da juventude.

Por mais que algumas mulheres insistam em eliminar suas curvas, algumas delas são justamente as que chamam atenção masculina. O criador da teoria da evolução, Charles Darwin, já pôde perceber evidências físicas no corpo da mulher que atraiam os homens. Não é à toa que a prótese de silicone nos seios deu tão certo. Os seios fartos dão fortes indícios da fertilidade da mulher daí o por que do interesse masculino por essa parte do corpo da mulher, bem como os quadris. O corpo das brasileiras é mundialmente conhecido, uma das partes mais faladas é os quadris, que também mostram a capacidade da mulher de gerar filhos.

Darwin dizia também que os homens buscam mulheres aptas a gerarem filhos saudáveis e que tenha capacidade de cuidar deles, algo que estaria evidenciado na aparência física. Já as mulheres, buscavam além de genes saudáveis, um homem forte, ágil e inteligente o suficiente para protege-la e seus filhos dos predadores. Daí entendemos a enorme preocupação das mulheres com a beleza, o enorme tempo, dinheiro e afeto que investem nisso, afinal ser bonita garante a existência da espécie humana.

Porém, essa busca exagerada pelo belo pode não ser sempre saudável. A própria Marilyn sentiu na pele o que é ser um sexy simbol.

“Ser um símbolo sexual é muita responsabilidade, especialmente quando se está cansada, magoada e vulnerável”.

Porém, pode-se dizer o dilema não é apenas de Marilyn e nem mesmo apenas das jovens potenciais a “sex symbol”. O limite para o fim da luta contra os quilos passa a não ser mais possível de identificar: ser magra já não basta, o objetivo é ser cada vez mais magra, bonita e, se possível, perfeita. A grande questão é nós mesmos nos encaramos como seres incompletos, mas que são capazes de atingir a completude. Essa “capacidade de atingir a completude” é o x da questão. Percebemos então que o ideal de si mesmo é muito distante, mas tal distância não é percebida.

Essa superexigência aparece também no relacionamento com o (a) outro (a). De acordo com a pesquisa “Critérios de seleção para parceiros de curto e de longo prazo de universitárias paulistas: O que as mulheres querem?”, as mulheres buscam um parceiro melhor que elas quando assunto é relacionamento de longo prazo. Isso pode ser percebido quando elas atribuem uma “nota” para si mesmo em diferentes categorias e atribuem notas mais altas aos possíveis parceiros estáveis.

Tal constatação vai contra Caetano Veloso que diz que “Narciso acha feio o que não é espelho”. Neste caso as mulheres acham “feio” inclusive o que é igual a elas, pois o seu ideal nem sempre condiz com suas capacidades físicas e psíquicas.

Podemos dizer que a cultura tem um papel importante em modelar nosso desejo. Ela o faz de maneira tão exigente que aparece até na escolha do parceiro, exigindo que ele também vá de encontro com a perfeição. A partir disso, podemos dizer que embora importantes, os aspectos evolucionários não são os únicos que influenciam os critérios de seleção de parceiros. A cultura da sociedade em que vivemos, bem como seus princípios e valores estarão presentes nesses critérios.

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