Outubro de 2007 - Nº 07    ISSN 1982-7733
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Miss Potter

 

Cremilda Aguiar

19 anos, 3° ano Jornalismo-Mackenzie
São Paulo - capital

Renée e Ewan McGregor contracenando juntos novamente. Foto:divulgação

O filme, que conta com a direção de Chris Noonan (de Babe, o porquinho atrapalhado), narra a história da escritora inglesa Beatrix Potter (1866-1943), que ficou famosa publicando livros infantis, dentre os quais se destacam Peter Rabbit e A Rata Migalha e a Pata Patrícia.

A produção não chega a ser exatamente biográfica, pois têm-se a sensação de que foi feita para um público que já conhece a vida da escritora, o que não é o caso dos brasileiros em geral. Muitos podem estranhar a ausência de informações consideradas importantes para uma biografia, mas a proposta do filme é fazer um relato dos episódios mais importantes da vida de Beatrix, tendo como foco principal a sua luta para conseguir publicar seus livros e também o seu desejo em destoar da sociedade da época.

Beatrix era de família rica, mas não concordava com a hipocrisia da nobreza inglesa na transição do século XIX para o XX. Aos 32 anos ainda não havia se casado e se dedicava exclusivamente à escrita e aos desenhos, tendo por companheiros inseparáveis Jemima Puddleduck, Jeremy Fisher, Benjamin Bunny, Tom Kitten e Pigling Bland, personagens de suas histórias.

No filme, Miss Potter – como ficou conhecida – é interpretada por Renée Zellweger, que concorreu ao Globo de Ouro de melhor atriz comédia/musical por seu desempenho nesse papel. A atriz é comedida em sua atuação, mas nesse caso, tal característica é um elogio. Renée, que também é produtora do filme, só se prejudica ao tentar forçar o sotaque inglês da personagem.

Beatrix só contava com o apoio do pai, já que sua mãe não considerava seus desenhos como arte. A procura por gráficas que publicassem suas histórias é auxiliada pelo inexperiente editor Norman Warne, papel de Ewan McGregor, que divide a cena com Renée pela segunda vez (a primeira foi na comédia Abaixo o Amor, de 2003).

A relação com Norman é incentivada pela irmã do editor, Millie Warne, interpretada por Emily Watson, que é o ponto alto do filme em vários momentos. Beatrix conquista o reconhecimento do público inglês, que consome avidamente seus livros. A essa altura, a escritora já possui um patrimônio próprio invejável e decide se casar com Norman, a contragosto da família. Contudo, o editor morre e o matrimônio não se concretiza.

Beatrix resolve, então, se mudar para uma fazenda em Lake District e passa a viver apenas com seus personagens até reencontrar William Heelis (Lloyd Owen), um antigo amigo com quem se casaria posteriormente.

As paisagens mostradas no filme contribuem para a atmosfera romântica pretendida por Chris Noonan. Os recursos utilizados para animação dos desenhos também conferem à produção o mesmo clima infantil das obras de Beatrix. Alguns críticos tendem a reprovar a infantilização do roteiro classificando-o como ingênuo, mas a graciosidade da história se deve especialmente a isso.          

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VOCÊ SABIA?

Arnaldo Jabor

     Para as gerações mais novas, esse carioca nascido em 1940 é conhecido como cronista dos jornais O Globo e O Estado de São Paulo. Tornou-se popular em meados dos anos 90, quando passou a atuar como comentarista nos telejornais da Rede Globo.

      Formado em Direito pela PUC do Rio de Janeiro, Arnaldo Jabor também é considerado uma das figuras de maior representatividade do cinema nacional, ainda que, atualmente, não se dedique à produção de filmes.

      Sua carreira teve início ainda no Cinema Novo - mais especificamente no ano de 1963 - ao exercer as funções de técnico de som em Ganga Zumba e Maioria Absoluta e de assistente de direção e produtor executivo de Integração Racial. Em 1967, assinou a direção do documentário Opinião Pública, um ensaio sobre a classe média.

      Pindorama (1970), seu primeiro filme de ficção, contou com o apoio financeiro da Columbia Pictures, mas foi mal recebido tanto pela crítica quanto pelo público. Já Toda Nudez Será Castigada (1973) – produção baseada na obra de Nélson Rodrigues – representa a volta por cima do diretor, que conseguiu driblar a censura graças ao Urso de Prata conquistado no Festival de Berlim. O Casamento (1975), também inspirado no universo rodrigueano, não repetiu o sucesso do antecessor.

     Em 1978, com a colaboração de Leopoldo Serran, Jabor escreveu o roteiro original de Tudo Bem, seu filme mais contundente. Nele, o diretor optou por retratar o ambiente familiar a partir das figuras que simbolizam todas as classes e regiões do Brasil.

     Eu Te Amo (1980), protagonizado por Sônia Braga e Paulo César Pereio, versa sobre os jogos do amor e da sedução com sofisticação e complexidade relativa. Eu Sei Que Vou Te Amar (1984) trata da mudança dos papéis familiares: a figura paterna perde força diante das transformações do comportamento feminino. Esse filme rendeu à protagonista Fernanda Torres o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes.

     Durante o governo Collor, Jabor decidiu enveredar pelo Jornalismo, já que o então presidente havia acabado com a Embrafilme desestruturando o cinema nacional.

    . Por meio da visão radical e totalizante do Cinema Novo, Jabor fez do cinema um instrumento de revelação da alma da classe média brasileira.

Cremilda Aguiar, 19 anos, estudante de jornalismo Mackenzie/SP

 
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